Dólar fecha em queda com sinais do governo sobre agenda de reformas

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda ante o real nesta terça-feira, começando setembro repercutindo sinais benignos do governo com relação à agenda de reformas e de equilíbrio fiscal em dia de PIB no Brasil, enquanto no exterior a moeda norte-americana seguiu em trajetória de baixa.
O dólar à vista caiu 1,75%, a 5,385 reais na venda, menor patamar desde 13 de agosto (5,3675 reais).
Na B3, o dólar futuro recuava 2,18%, a 5,3780 reais, às 17h01.
O mercado gostou de sinais do presidente Jair Bolsonaro sobre envio da reforma administrativa ao Congresso na próxima quinta-feira, depois de sucessivos adiamentos e muita resistência por parte do próprio presidente.
Além disso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, mencionando orientação dada por Bolsonaro, disse que o Renda Brasil, que está sendo gestado para reunir programas sociais numa só iniciativa, será estudado por mais tempo e deverá mirar o andar de cima para reforçar o andar de baixo.
Ainda nesta terça, Bolsonaro anunciou que o valor do auxílio emergencial que será pago pelo governo federal a vulneráveis até o final do ano por causa da pandemia de coronavírus será de 300 reais mensais.
"(Isso) é sinal de que, se houver boa vontade, o dólar responde em uma magnitude maior", disse um experiente profissional em trade de dólar.
O mercado vinha nas últimas semanas elevando prêmios de risco diante de temores de postura fiscal mais leniente da parte do governo e de perda de influência de Guedes em meio a pressões por setores do Executivo por mais gastos.
O sinal positivo do lado fiscal emitido nesta terça por Bolsonaro junto a Guedes ocorreu no mesmo dia em que o IBGE reportou tombo de 9,7% na economia brasileira no segundo trimestre sobre o primeiro --resultado pior que o esperado.
Ainda assim, predomina no mercado análise de que a economia segue em recuperação, qualificada pelo economista do Itaú Unibanco Luka Barbosa como "robusta". O UBS Brasil elevou a projeção para o desempenho da economia no terceiro trimestre e no ano de 2020 como um todo.
"E ainda estamos em movimento alinhado à queda do dólar no exterior", lembrou Fernando Bergallo, CEO da FB Capital, citando fatores externos como adicionais à reação positiva do mercado à indicação do presidente sobre a agenda de reformas.
O real liderou os ganhos entre as principais divisas nesta sessão, seguido por outras moedas emergentes como rand sul-africano (+1,7%), peso colombiano (+1,6%) e peso chileno (+0,6%).
0 comentário
Ibovespa fecha em alta e retorna aos 160 mil pontos com política e inflação no radar
Brasil vive pior crise institucional desde a democratização e 2026 ainda não deve trazer mudança profunda
Dólar tem baixa firme ante o real com cancelamento de entrevista de Bolsonaro
Taxas dos DIs fecham com baixas leves em reação positiva após Bolsonaro cancelar entrevista
STF autoriza cirurgia de Bolsonaro no dia 25 de dezembro
Ações europeias fecham em nova máxima recorde com impulso de Novo Nordisk a setor de saúde