Não vou interferir no preço do arroz, diz Bolsonaro

Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que avalizou a decisão da Secretaria de Defesa do Consumidor (Senacon) de abrir apuração para verificar se há irregularidades no preço do arroz e outros alimentos, mas reiterou que não vai interferir no mercado a fim de reduzir o valor do insumo.
Bolsonaro disse, em transmissão nas redes sociais, ter conversado com o ministro da Justiça, André Mendonça, antes de a Senacon, que é vinculada ao ministério, abrir uma investigação nesta semana sobre a alta no preço de alimentos nos supermercados.
O presidente afirmou ter concordado com a iniciativa, ponderando que, ao final, pode até se chegar a uma resposta na qual o "errado" é o próprio governo.
A decisão da Senacon, que deu cinco dias para supermercados e cooperativas prestarem esclarecimentos sobre alta nos preços dos alimentos, especialmente em relação ao arroz, foi questionada pelo Ministério da Economia.
Apesar de ter dito que aprovou a ação da Senacom, Bolsonaro retirou que não vai interferir no mercado. "O que tem que valer é lei da oferta e da procura", disse.
"Ninguém quer tabelar nada, interferir em nada, isso não existe. A gente sabe que, uma vez interferindo, tabelando, isso desaparece da prateleira e depois a mercadoria aparece no câmbio negro muito mais cara", acrescentou, ao citar que o Brasil já teve experiência com essa prática de tabelamento.
Em uma justificativa para o aumento do arroz, ele disse que, com o auxílio emergencial, houve um aumento no consumo do alimento, o que ajudou a "desaparecer um pouco" a mercadoria da prateleira dos supermercados.
Bolsonaro disse ainda que o dólar está alto, o que tem ajudado na exportação do arroz. Ele reiterou que o governo está tomando providências sobre o caso, e citou a decisão de importar 400 mil toneladas de arroz sem imposto de importação.
O presidente destacou ter conversado com representantes do setor de supermercados que lhe disseram que a margem de lucro com o produto será reduzida. Na transmissão, entretanto, ele não detalhou como isso seria feito.
0 comentário
Ibovespa fecha em alta e retorna aos 160 mil pontos com política e inflação no radar
Brasil vive pior crise institucional desde a democratização e 2026 ainda não deve trazer mudança profunda
Dólar tem baixa firme ante o real com cancelamento de entrevista de Bolsonaro
Taxas dos DIs fecham com baixas leves em reação positiva após Bolsonaro cancelar entrevista
STF autoriza cirurgia de Bolsonaro no dia 25 de dezembro
Ações europeias fecham em nova máxima recorde com impulso de Novo Nordisk a setor de saúde