Ibovespa fecha na mínima desde o final de maio com tombo de Petrobras

Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou nesta terça-feira em queda pelo segundo pregão consecutivo, perdendo o patamar dos 125 mil pontos no pior momento, com Petrobras recuando 4% na esteira do declínio dos preços do petróleo no exterior.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,44%, a 125.094,88 pontos, menor fechamento desde 27 de maio. Na mínima do pregão, chegou a 124.866,38 pontos. O giro financeiro somou 26,8 bilhões de reais.
A relativa fraqueza em Nova York nesta sessão corroborou o declínio do Ibovespa, com a cautela prevalecendo antes da divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve, quando antecipou projeção para uma aumento dos juros nos EUA.
O S&P 500 e o Nasdaq registraram novas máximas no começo da sessão, mas sem força para sustentar o sinal positivo, o S&P 500 encerrou em queda de 0,2%, assim como o Dow Jones, que perdeu 0,6%. O Nasdaq subiu 0,17%.
"A bolsa brasileira capturou boa parte da aversão ao risco emplacada no exterior e caiu, (com a baixa) intensificada pelo cenário político nacional", avaliou o analista da Aware Investments Aldo Filho.
No Brasil, o desenrolar da CPI da Covid e receios sobre a nova fase da reforma tributária, em um contexto sem novos catalisadores positivos, têm avalizado uma correção de baixa no pregão paulista neste começo de julho após quatro meses de alta.
O analista da Clear Corretora Rafael Ribeiro, destacou que o patamar dos 125 mil pontos será decisivo no curtíssimo prazo, pois, caso perdido, irá gerar um novo impulso de baixa e abrir caminho para o suporte de curto prazo marcado em 122 mil pontos.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN caiu 4,09%, pressionado pelo forte recuo dos preços do petróleo no exterior, onde o Brent fechou em baixa de 3,41%, a 74,53 dólares o barril. Nos poucos pregões de julho, a ação já acumula perda de quase 6%. No setor, PETRORIO ON recuou 5,82%, após cinco altas seguidas, período em que acumulou elevação de 14,5%.
- VALE ON subiu 0,53%, entre as poucas ações do Ibovespa que fecharam no azul, favorecida pelo avanço dos futuros do minério de ferro na China. No setor de mineração e siderurgia, contudo, o sinal negativo prevaleceu, com destaque para CSN ON, que perdeu 2,13%.
- BRADESCO PN recuou 1,24%, ainda afetado pelos receios sobre potenciais mudanças tributárias, bem como viés vendedor na bolsa como um todo. ITAÚ UNIBANCO PN caiu 1,11%. Pior desempenho entre os bancos do Ibovespa, BTG PACTUAL UNIT caiu 2,2%, tendo de pano de fundo acordo com a varejista online Privalia.
- AZUL PN e GOL PN perderam 4,17% e 3,25%, respectivamente, em meio à forte alta do dólar contra o real, além de notícias sobre mais casos da variante Delta do Covid-19 no país. No setor de viagem, CVC BRASIL ON fechou em baixa de 3,63%.
(Edição Alberto Alerigi Jr.)
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