G7 alerta China sobre campos de concentração e exige investigação de origens da Covid-19

Publicado em 13/06/2021 16:19

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CARBIS BAY, Inglaterra (Reuters) - Líderes do G7 repreenderam neste domingo a China sobre os direitos humanos em Xinjiang, pediram que Hong Kong tenha um alto grau de autonomia e exigiu uma investigação completa das origens da Covid-19.

"Também pedimos a fase 2 de um estudo transparente, liderado por especialistas e baseado na ciência sobre as origens da Covid-19 na China", afirmou o grupo, que reúne EUA, França, Reino Unido, Alemanha, Itália, Japão, Canadá e União Europia.

Depois de discutir como chegar a uma posição unificada sobre a China, os líderes emitiram um comunicado final altamente crítico sobre questões delicadas para a China.

O ressurgimento da China como potência global líder é considerado um dos eventos geopolíticos mais significativos dos últimos tempos, ao lado da queda da União Soviética em 1991, que encerrou a Guerra Fria.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, considera a China como maior rival estratégico e prometeu enfrentar abusos econômicos chineses e reagir a violações dos direitos humanos.

"Promoveremos nossos valores, inclusive apelando à China para que respeite os direitos humanos e as liberdades fundamentais, especialmente em relação a Xinjiang e os direitos, liberdades e alto grau de autonomia para Hong Kong", disse o G7.

"Também pedimos a fase 2 de um estudo transparente, liderado por especialistas e baseado na ciência sobre as origens da Covid-19 na China", afirmou o grupo, que reúne EUA, França, Reino Unido, Alemanha, Itália, Japão, Canadá e União Europia.

Antes que surgissem as críticas do G7, a China alertou aos líderes do G7 que os dias em que "pequenos" grupos de países decidiam o destino do mundo já se foram.

O G7 também disse que destacou "a importância da paz e da estabilidade em todo o Estreito de Taiwan e encoraja a resolução pacífica dos problemas através do Estreito".

O G7 disse estar preocupado com o trabalho forçado nas cadeias de abastecimento globais, incluindo os setores agrícola, solar e de vestuário.

Pequim tem revidado contra o que considera tentativas das potências ocidentais de conter a China, e diz que muitas das principais potências ainda estão dominadas por uma mentalidade imperial desatualizada, após anos humilhando a China.

Especialistas e grupos de direitos humanos estimam que mais de um milhão de pessoas, incluindo uigures e outras minorias muçulmanas, foram detidas nos últimos anos em um vasto sistema de campos em Xinjiang.

A China nega as acusações de trabalho forçado ou abuso. No começo, negou que os campos existissem. Depois, disse que eles são centros vocacionais projetados para combater o extremismo.

China chama de "absurda" teoria de que Covid vazou de laboratório; EUA pedem transparência

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WASHINGTON/PEQUIM (Reuters) - O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, enfatizou a necessidade de cooperação e transparência sobre as origens da Covid-19 em uma ligação com seu homólogo chinês, Yang Jiechi, nesta sexta-feira, e levantou outros tópicos controversos, incluindo Hong Kong, Taiwan e o tratamento da China com muçulmanos uigures.

Yang, o principal diplomata da China, expressou a Blinken a preocupação chinesa de que algumas pessoas nos Estados Unidos estejam espalhando a "história absurda" sobre o coronavírus ter escapado de um laboratório de Wuhan, afirmou a mídia estatal chinesa.

Yang, chefe da Comissão Central de Relações Exteriores do Partido Comunista da China, também disse a Blinken que Washington deveria lidar com as questões relacionadas a Taiwan "de forma cuidadosa e apropriada", segundo a emissora estatal CCTV.

A ligação ocorreu antes de uma cúpula do G7 no Reino Unido com a presença do presidente dos EUA, Joe Biden, que deverá ser dominada pelos esforços liderados por Washington para conter a crescente influência da China.

As duas maiores economias do mundo estão profundamente divididas sobre questões que vão desde comércio e tecnologia até direitos humanos e o coronavírus. Washington deve trabalhar com Pequim para colocar os laços "de volta nos trilhos", disse Yang.

De acordo com o Departamento de Estado dos EUA, "ao abordar a pandemia de Covid-19, o secretário ressaltou a importância da cooperação e da transparência em relação à origem do vírus, incluindo a necessidade de estudos de Fase 2 da Organização Mundial da Saúde conduzidos por especialistas na China".

Um relatório de um laboratório do governo dos EUA sobre as origens da Covid-19 concluiu que a hipótese de um vazamento viral de um laboratório de Wuhan era plausível e merecia uma investigação mais aprofundada, informou o Wall Street Journal na segunda-feira.

"Fazemos um apelo aos Estados Unidos que respeitem os fatos e a ciência, evitem politizar a questão... e se concentrem na cooperação internacional na luta contra a pandemia", disse Yang.

G7 obtém consenso sobre dumping e violações de direitos humanos da China, dizem EUA

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CARBIS BAY, Inglaterra (Reuters) - Líderes do G7 chegaram a um consenso sobre a necessidade de uma abordagem conjunta para responder às exportações da China com preços baixos demais e aos abusos de direitos humanos do país, afirmou uma autoridade sênior do governo dos EUA neste sábado.

Líderes do G7 também concordaram sobre a necessidade de coordenar a resiliência das cadeias de abastecimento para garantir que as democracias se apoiem.

"Eu diria que houve unanimidade na disposição de denunciar abusos de direitos humanos e violações de liberdades fundamentais que invocam valores que compartilhamos", disse a autoridade à Reuters.

"Houve um compromisso em agir em resposta ao que estamos vendo". A autoridade disse que o G7 reviu posição de três anos atrás, quando o comunicado final não fez menção à China.

Sob as estruturas legais da Organização Mundial do Comércio, a designação da China como país sem "economia de mercado" permite que seus parceiros comerciais, incluindo os EUA, usem uma estrutura especial para determinar se as exportações da China estão sendo vendidas por preço injustamente baixos e, se esse for o caso, apliquem direitos adicionais anti-dumping.

G7 monta grande plano de infraestrutura para rivalizar com a China

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CARBIS BAY, Inglaterra (Reuters) - O G7, grupo das sete democracias mais ricas do mundo, procurou neste sábado conter a crescente influência da China, oferecendo a nações em desenvolvimento um plano de infraestrutura que rivalizar com uma iniciativa do presidente Xi Jinping.

O G7, cujos líderes estão se reunindo no sudoeste da Inglaterra, tem buscado uma resposta comum à crescente ofensiva da China, ema ascensão econômica e militar nos últimos 40 anos.

O presidente dos EUA, Joe Biden, e outros líderes do G7 esperam que seu plano forneça uma parceria de infraestrutura para ajudar a estreitar os 40 trilhões de dólares necessários para as nações em desenvolvimento até 2035, disse a Casa Branca.

"Não se trata apenas de confrontar ou enfrentar a China", disse um alto funcionário do governo Biden. "Mas até agora não oferecemos uma alternativa positiva que reflita nossos valores, nossos padrões e nossa maneira de fazer negócios."

O G7 e seus aliados usarão a iniciativa para mobilizar capital do setor privado em áreas como clima, saúde e segurança sanitária, tecnologia digital e eqüidade e igualdade de gênero, acrescentou a Casa Branca.

Não ficou imediatamente claro como exatamente o plano funcionaria ou quanto capital ele alocaria no final.

O plano da China, que Xi lançou em 2013, envolve iniciativas de desenvolvimento e investimento que se estenderiam da Ásia à Europa e além. Mais de 100 países assinaram acordos com a China para cooperar em projetos como ferrovias, portos, rodovias e outras infraestruturas.

Críticos dizem que o plano de Xi de criar uma versão moderna da antiga rota comercial da Rota da Seda para ligar a China à Ásia, Europa e além é um meio de expandir a China comunista. Pequim diz que isso reflete a "ressaca imperial" de muitas potências ocidentais, que humilharam a China durante séculos.

Os líderes do G7 - EUA, Canadá, Grã-Bretanha, Alemanha, Itália, França e Japão - querem usar sua reunião no balneário de Carbis Bay para mostrar que as democracias mais ricas podem oferecer uma alternativa à crescente influência da China.

O surgimento da China como potência global é tido como um dos eventos geopolíticos mais relevantes dos últimos tempos após a queda da União Soviética em 1991, que pôs fim à Guerra Fria.

A China em 1979 tinha uma economia menor do que a da Itália, mas depois de se abrir ao investimento estrangeiro e introduzir reformas de mercado, tornou-se a segunda maior economia do mundo e é líder global em uma série de novas tecnologias.

Como parte do plano do G7, os EUA trabalharão para complementar o financiamento de desenvolvimento existente e "catalisar coletivamente centenas de bilhões de dólares em investimentos em infraestrutura", disse a Casa Branca.

G7 aprovará imposto corporativo global mínimo de 15%, diz Casa Branca

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WASHINGTON (Reuters) - Os líderes do G7, reunidos no Reino Unido, vão endossar a proposta do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de um imposto mínimo global de pelo menos 15% para as empresas, afirmou o assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, no Twitter nesta sexta-feira.

O Tesouro norte-americano propôs em maio um imposto corporativo global mínimo de ao menos 15% para tentar acabar com uma espiral decrescente da tributação corporativa e impedir que multinacionais transfiram lucros para paraísos fiscais.

"Os Estados Unidos estão mobilizando o mundo para fazer com que grandes multinacionais paguem sua cota justa para que possamos investir em nossa classe média", tuitou Sullivan.

Ao apoiar a mudança, as principais economias pretendem desencorajar as multinacionais a transferirem lucros - e receitas fiscais - para países com impostos baixos, independentemente de onde suas vendas são realizadas.

Atuais regras fiscais globais datam da década de 1920 e enfrentam gigantes de tecnologia, que vendem serviços remotamente e atribuem grande parte de seus lucros à propriedade intelectual mantida em jurisdições de baixa tributação.

Empresas dos EUA, como Facebook e Amazon, poderiam se beneficiar do acordo para criar uma taxa de imposto corporativa global mínima de 15%, se a questão final também eliminar impostos de serviços digitais cada vez mais populares, de acordo com lobistas da indústria.

Boris Johnson alerta União Europeia sobre acordo comercial pós-Brexit

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CARBIS BAY, Inglaterra (Reuters) - A Grã-Bretanha fará "o que for preciso" para proteger sua integridade territorial na disputa comercial com a União Europeia, disse o primeiro-ministro Boris Johnson neste sábado, ameaçando medidas de emergência se uma solução não for obtida.

A ameaça de Johnson parecia quebrar uma trégua temporária em uma guerra de palavras sobre parte do acordo Brexit que cobre questões de fronteira com a Irlanda do Norte, foco de tensões desde que a Grã-Bretanha concluiu a saída da UE no ano passado.

Johnson usou a cúpula do G7 para indicar que não vai suavizar sua posição sobre o chamado de protocolo da Irlanda do Norte, que com questões de fronteira com a província britânica.

"Acho que podemos resolver isso, mas ... cabe aos nossos amigos e parceiros da UE entender que faremos o que for preciso", disse Johnson à Sky News.

"Acho que se o protocolo continuar a ser aplicado dessa forma, então obviamente não hesitaremos em invocar o Artigo 16", acrescentou ele, referindo-se a uma cláusula de salvaguarda que permite a qualquer das partes tomar medidas se acreditarem que o acordo está levando a resultados econômicos , dificuldades sociais ou ambientais.

Seus comentários foram feitos depois que ele se encontrou com o presidente francês Emmanuel Macron, a chanceler alemã Angela Merkel e altos funcionários da UE, em uma cúpula do Grupo dos Sete no sudoeste da Inglaterra.

Desde que a Grã-Bretanha saiu do bloco, Johnson adiou unilateralmente a implementação de disposições do protocolo.

No início da semana, as negociações terminaram em troca de ameaças sobre as chamadas "guerras da salsicha". Uma autoridade da UE disse no G7 que era necessário abrandar a retórica.

Embora o Brexit não tenha feito parte da agenda formal da cúpula do G7 no balneário inglês de Carbis Bay, mais de uma vez ele ameaçou atrapalhar o encontro.

O francês Macron se ofereceu para reiniciar relações com a Grã-Bretanha enquanto Johnson mantivesse o acordo da Brexit - caracterização da reunião rejeitada pela equipe britânica.

"Guerra da linguiça" entre Macron e Johnson opõe UE e Reino Unido no G7

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CARBIS BAY, Inglaterra (Reuters) - Tensões crescentes entre Reino Unido e União Europeia ameaçaram ofuscar a conclusão da cúpula do G7 neste domingo, com Londres acusando a França de declarações "ofensivas" sobre a Irlanda do Norte não ser parte do Reino Unido. 

Desde que o Reino Unido votou para deixar a União Europeia em 2016, as duas partes têm tentado resolver o comércio pós-Brexit e a província britânica, que tem uma fronteira terrestre com a Irlanda, que integra a União Europeia. 

As negociações sempre acabam voltando para o delicada combinação de história, nacionalismo, religião e geografia que entrelaçam a Irlanda do Norte, mas a última disputa em relação ao acordo de divórcio do Brexit é sobre linguiças. 

Durante conversas com Emmanuel Macron na cúpula do G7, o primeiro-ministro britânico Johnson indagou sobre como o presidente francês reagiria se as linguiças de Toulouse não pudessem ser vendidas em mercados parisienses, ecoando a acusação de Londres de que a UE está impedindo a venda de carne refrigerada britânica na Irlanda do Norte.

A imprensa britânica reportou que Macron respondeu de maneira imprecisa dizendo que a Irlanda do Norte não fazia parte do Reino Unido, uma declaração que o ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab, descreveu como "ofensivas".

"Várias figuras da UE aqui em Carbis Bay, mas francamente por meses agora e anos, caracterizaram a Irlanda do Norte como um país separado, e isso está errado", disse Raab. 

Numa medida que alguns temem que possa provocar uma guerra comercial, Johnson ameaçou evocar medidas de emergência no protocolo da Irlanda do Norte no acordo do Brexit se nenhuma solução for encontrada para a chamada "guerra da linguiça". 

O protocolo essencialmente manteve a província na união alfandegária da UE, em aderência a muitas das regras do mercado comum, criando uma fronteira regulatória no Mar da Irlanda, entre a província britânica e o resto do Reino Unido. 

Mas Johnson já atrasou a implementação de algumas de suas medidas, incluindo checagens a carnes refrigeradas em transporte da ilha da Grã-Bretanha em direção à Irlanda do Norte, dizendo que há interrupção de fornecimento para a província. 

Uma fonte diplomática francesa disse que Macron foi pego de surpresa quando Johnson mencionou as linguiças - o que segundo o líder britânico é uma questão crucial, mas o francês entendeu como uma distração do assunto principal no encontro do G7. 

O presidente estava meramente apontando que a comparação sobre as linguiças era inválida por conta das diferenças geográficas, afirmou uma fonte da comitiva francesa. 

Macron disse na conclusão do G7 que os dois lados deveriam parar de gastar tempo em disputas sobre linguiças.

G7 exige ação da Rússia contra crimes cibernéticos e uso de armas químicas 

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CARBIS BAY, Inglaterra (Reuters) - O Grupo dos Sete (G7) países mais industrializados do mundo exigiu neste domingo que a Rússia tome medidas contra os que fazem ataques cibernéticos e usando ransomware a partir do país.

A reprimenda veio em um comunicado emitido após uma cúpula de três dias entre líderes do G7 no Reino Unido, que também pediu que Moscou "pare com seu comportamento desestabilizante e atividades malignas" e conduza uma investigação sobre o uso de armas químicas em território russo.

O comunicado diz que a Rússia precisa "responsabilizar aqueles que, dentro de suas fronteiras, conduzem ataques de ransomware, abusam de moedas virtuais para lavar dinheiro e outros crimes cibernéticos". 

A questão está sob os holofotes após um ataque virtual ao Colonial Pipeline, maior tubulação de combustíveis dos Estados Unidos, e outro que interrompeu as operações norte-americanas e australianas do frigorífico JBS. 

A nota do G7 pede ações mais amplas contra ataques de ransomware, descrevendo a prática como a criptografia de dados de uma vítima para exigir pagamentos em troca do retorno desses dados como uma "ameaça ascendente compartilhada".

"Pedimos que os Estados identifiquem e interrompam redes criminosas de ransomware que operem de dentro de suas fronteiras e responsabilizem essas redes por suas ações", diz o documento. 

O pedido por investigação sobre uso de armas químicas vem após o crítico do Kremlin Alexei Navalny ser atendido na Alemanha, com médicos alemães disseram que foi um envenenamento com um agente nervoso de uso militar. Navalny acusa Putin de ordenar o envenenamento, o que é negado pelo Kremlin. 

 

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Fonte:
Reuters

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