Petrobras não está na lista de privatizações do primeiro mandato, diz Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira que a Petrobras não está na lista de privatizações do governo no atual mandato.
Em apresentação em inglês durante evento promovido pela consultoria Eurasia, o ministro disse que é a favor da venda da estatal, mas que não recebeu autorização do presidente Jair Bolsonaro.
"Todos sabem que sou a favor da privatização de todas essas empresas, mas o presidente disse ok você pode vender os Correios, a Eletrobras, várias empresas estatais podem desinvestir suas subsidiárias que não estão no centro das empresas, então temos uma política clara de privatizações, mas a Petrobras não está na lista de privatizações, ao menos desse primeiro governo", disse.
O ministro voltou a defender que parte dos recursos arrecadados com a venda de ativos pelo governo seja transferida para programas sociais. Essa ideia foi gestada por sua equipe, mas ainda não foi oficialmente apresentada ao Congresso.
Para ele, em vez de usar 100% da verba arrecadada em privatizações para abater a dívida pública, uma fatia de 20% desses recursos poderia ser repassada aos mais pobres.
Na avaliação do ministro, a sociedade hoje entende que as empresas privadas têm maior valor do que as estatais. "A opinião pública concorda que o ciclo das estatais acabou", disse.
Questionado sobre as prioridades do governo para 2023, caso Bolsonaro seja reeleito, Guedes disse que o país tem uma transição incompleta na economia e defendeu a continuidade da agenda liberal.
Segundo ele, será importante "finalizar o trabalho" no próximo mandato, aprovando, por exemplo, o sistema de capitalização da Previdência, que foi excluído pelo Congresso ao aprovar a reforma das regras de aposentadoria em 2019.
O ministro também defendeu a retomada da reforma tributária para que a taxação que incide sobre empresas seja reduzida.
No evento, o ministro ainda afirmou que 2022 será um ano difícil porque o país passa por um processo de combate à inflação. Para ele, em vez de uma alta do PIB de 3% ou 4% no ano que vem, o país deve ter um crescimento bem menor.
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