Dólar à vista fecha em queda de 0,99%, a R$4,6500
![]()
Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar começou a semana em firme queda no Brasil e o real foi o destaque positivo nos mercados globais de câmbio, conforme investidores viram a moeda brasileira como mais atrativa em novo dia de valorização das commodities e em meio a perspectiva de continuação das altas de juros por aqui.
O dólar à vista caiu 0,99% nesta segunda-feira, a 4,6500 reais. É o menor patamar para um fechamento desde o último dia 4, quando a cotação ficou em 4,6075 reais, piso desde 4 de março de 2020.
A queda de 0,99% é a mais forte também desde 4 de abril passado (-1,27%).
O dia foi de menor liquidez de forma geral, com os mercados voltando da Páscoa, e novo rali das taxas de títulos nos EUA com queda das ações renovou o apelo por estratégias vencedoras em ambiente de elevada inflação e juros em alta.
E esse é o caso do real, que valorizou-se quase 10% (em termos nominais) ante o dólar desde 24 de fevereiro, quando a Rússia invadiu a Ucrânia, o que precedeu uma alta frenética nos preços das matérias-primas, melhorando o cenário para fluxo de moeda estrangeira ao Brasil.
"Os altos preços das commodities... vão continuar a colocar um piso sob os ativos brasileiros. E para investidores dispostos a encarar a volatilidade relacionada à incerteza política na eleição deste ano, acreditamos haver espaço para mais altas para os ativos brasileiros", disseram em relatório de estratégia Kathryn Rooney Vera e Gregan Anderson, da firma de investimentos Bulltick.
O índice CRM de commodities, uma referência global para os preços das matérias-primas, subiu 1,29% nesta segunda-feira e alcançou o maior patamar desde setembro de 2012.
Mais cedo, dados de inflação no Brasil voltaram a mostrar taxas acima do esperado, turbinando apostas de que o Banco Central terá de manter o ciclo de aperto monetário. A taxa básica de juros, a Selic, está em 11,75% ao ano e já há quem a veja em 14% ao ano.
Enquanto a taxa embutida nos contratos a termo de reais para 12 meses já beira 13% ao ano, o yield implícito em contratos semelhantes em peso chileno --outro destaque nos mercados globais de câmbio por motivos semelhantes ao do real-- fica em 8%.
0 comentário
UE corre para conquistar apoio da Itália a acordo comercial com Mercosul, diz parlamentar do bloco
Câmara aprova texto-base com regras para IBS previsto na reforma tributária
Relatórios de emprego atrasados dos EUA devem mostrar abrandamento do mercado de trabalho
Zelenskiy diz que Rússia precisa ser responsabilizada por "crime de agressão"
Atividade empresarial da zona do euro termina 2025 mais fraca do que o esperado, mostra PMI
Ações da China atingem mínima de dois meses à medida que dados dos EUA se aproximam