Gasolina recua 14,01% e etanol 8,34% em julho; em uma semana preços caem 2,5% nos postos

Publicado em 30/07/2022 08:07 e atualizado em 31/07/2022 09:04

(Reuters) - O preço médio da gasolina comum nos postos de combustíveis do Brasil recuou 2,5% nesta semana, para 5,74 reais o litro, conforme pesquisa divulgada nesta sexta-feira pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O etanol hidratado acompanhou a queda, recuando também 2,5%, a um preço médio de 4,21 reais por litro.

Esta é a quinta queda semanal seguida na gasolina e contempla totalmente a redução de 4,9% nos preços da Petrobras nas refinarias, a partir do dia 20 de julho, e parcialmente a redução de 3,88%, que entrou em vigor nesta sexta-feira.

Já o diesel S-10, o mais usado no país, manteve-se mais uma vez praticamente estável, com ligeira queda de 0,5%, indo a 7,51 reais o litro, em média. A petroleira não reduziu o preço do combustível em nenhum dos dois reajustes que fez neste mês.

GASOLINA E ETANOL

Para a gasolina, o IPTL indentificou queda de 14,01% no preço médio de julho, na variação mensal, para 6,50 reais por litro, na esteira de uma mudança na tributação anunciada pelo governo e recuos no valor do combustível vendido às distribuidoras pela Petrobras.

"Com a redução da alíquota do ICMS, anunciada no início de julho, o preço da gasolina já registrava baixas de 5,46%, em relação a junho, nos primeiros dias do mês, segundo o levantamento da Ticket Log", disse Pina.

No fechamento da primeira quinzena, o recuo no valor da gasolina já chegava a 10,22%, mostraram os dados.

Em 19 de julho, a Petrobras anunciou corte de 4,9% no preço médio da gasolina vendida para as distribuidoras, de 4,06 reais o litro para 3,86 reais. Foi a primeira redução feita pela petroleira desde dezembro do ano passado e levou à retomada do patamar médio de preços das refinarias que era praticado entre maio e junho.

O diretor da Edenred Brasil avaliou que este recuo nos preços praticados pela estatal contribuiu para o desempenho da gasolina registrado nos postos em julho.

Agora, a partir desta sexta-feira entrou em vigor uma nova redução nos preços pela Petrobras, anunciada na véspera, de 3,88%.

"Vamos aguardar os reflexos da nova redução de 3,88%... que deve impactar no preço bomba nos primeiros dias de agosto", afirmou Pina.

O etanol, por sua vez, fechou julho cotado em média de 5,50 reais por litro, queda de 8,34% se comparado ao mês anterior, de acordo com o IPTL.

Diesel fecha julho com alta de 4,8%, diz Ticket Log; gasolina recua 14,01% e etanol tem queda de 8,34%

SÃO PAULO (Reuters) - O preço médio do diesel comum terminou o mês de julho em alta de 4,84% comparado à junho, a 7,78 reais por litro, marcando uma sequência de elevações que se estende desde dezembro de 2021, mostraram dados do Índice de Preços Ticket Log (IPTL) nesta sexta-feira.

O diesel S-10, na mesma linha, aumentou 4,75% e foi comercializado a 7,88 reais nas bombas de abastecimento do país. A gasolina e o etanol, em contrapartida, registraram baixas nos preços deste mês.

"O preço do diesel já está mais caro que o da gasolina e, desde dezembro de 2021, mês do último recuo identificado, o IPTL não registra nenhum respiro no preço do combustível", disse em nota o diretor geral de Mainstream da Divisão de Frota e Mobilidade da Edenred Brasil, Douglas Pina, sobre o combustível mais consumido nacionalmente.

"Quando analisamos a paridade com o mercado internacional, ainda temos uma situação de preço nacional de 10 centavos acima da paridade para o diesel, de acordo com entidades do setor", acrescentou o executivo.

As médias de preço mais altas para os dois tipos de diesel foram registradas na região Norte, a 8,07 reais por litro para o comum e 8,19 reais no S-10, com acréscimos de 4,78% e 5,08%, respectivamente.

O litro com o preço médio mais baixo foi registrado no Sul, a 7,38 reais para o diesel comum e 7,47 reais no S-10, ambos com altas de 5,14%, de acordo com o levantamento.

A Ticket Log é uma marca de gestão de frotas e soluções de mobilidade da Edenred Brasil.

Já o IPTL é um índice de preços de combustíveis mensurado com base nos abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados da Ticket Log, que administra 1 milhão de veículos ao todo, com uma média de oito transações por segundo.

(Reuters) - O cenário para o diesel no segundo semestre é de preços elevados, a menos que se consolide uma recessão global, avaliaram nesta sexta-feira diretores da Petrobras, que adiantaram que a empresa vai lidar com paradas programadas, com possível impacto na produção.

Os preços firmes do diesel, combustível mais consumido no Brasil, são esperados com a aproximação do inverno no Hemisfério Norte, que tende a aumentar a demanda pelo produto, e diante de temores sobre a temporada de furacões nos Estados Unidos, disse o diretor de Comercialização e Logística da Petrobras, Cláudio Mastella, em conferência com investidores para comentar os resultados do segundo trimestre.

Além disso, as paradas programadas nas refinarias da própria empresa, necessárias à segurança operacional, representam um ponto de atenção.

De outro lado, o Brasil registra normalmente uma maior demanda de diesel entre agosto e outubro, com o escoamento das safras para os portos, além de preparativos de plantio da nova temporada de grãos.

Neste contexto, ele disse que a empresa vem se preparando para manter o fornecimento aos seus clientes.

"Nós antecipamos a compra de diesel para garantir o atendimento", disse Mastella.

O diretor de Refino e Gás Natural, Rodrigo Costa Lima e Silva, disse que a empresa está comprometida em manter relativamente elevado o nível de refino, e que o fator de utilização das refinarias deve ficar em torno de 86% no segundo semestre, considerando todo o parque, que passará por paradas programadas em algumas unidades.

Considerando as unidades em operação, a taxa de utilização subiria para 94% a 95%.

A companhia programou uma parada de 35 dias na unidade de hidrotratamento de diesel na Refinaria Gabriel Passos (Regap), no Estado de Minas Gerais, com início em agosto. A refinaria foi a quinta maior produtora de diesel no país em 2021, segundo a reguladora ANP .

IMPORTAÇÃO DE GNL DEVE CAIR

Segundo Silva, um fator que deve continuar afetando positivamente o balanço deste ano é a menor importação de GNL (gás natural liquefeito) para geração termelétrica, o que reduz custos para a empresa.

"A gente teve uma melhora no cenário hidrológico e isso, obviamente, reflete uma melhora no nosso portfólio no suprimento de GNL. A gente deve encerrar o ano com 30 cargas de GNL e no ano passado foram 112. É uma redução considerável", disse o diretor, lembrando da grave seca de 2021.

Gasolina e diesel seguem dinâmicas distintas, diz diretor da Petrobras; Estatal atribui lucro do segundo trimestre à forte geração de caixa (Agência Brasil)

O diretor de Comercialização e Logística da Petrobras, Cláudio Matella, disse hoje (29) que as dinâmicas que interferem nos preços da gasolina e do diesel são distintas. Segundo Matella, os dois combustíveis respondem de forma oposta às mudanças sazonais.

"Na estação de verão no Hemisfério Norte, o consumo de gasolina sobe bastante, e os preços ficam mais altos. Agora vamos caminhar para o fim do ano. Os preços têm cedido e, por causa disso, reajustamos, percebendo a tendência estrutural de redução. No caso do diesel, não podemos dizer a mesma coisa. O cenário continua bastante estressado no mercado internacional. Ao contrário da gasolina, cujos estoques estão normalizados, os estoques de diesel estão muito abaixo da média histórica no mundo. E adicionalmente, daqui até o fim do ano, com a proximidade do inverno, a tendência é de fortalecimento dos preços", afirmou.

Na quinta-feira (28), a Petrobras apresentou os resultados operacionais e financeiros do segundo trimestre deste ano. Hoje, os diretores da estatal responderam a questionamentos. Mastella foi perguntado se havia previsão de queda nos preços do diesel como vem ocorrendo com a gasolina. Em dez dias, a Petrobras anunciou duas reduções no valor de venda de gasolina para as distribuidoras.

Embora tenha pontuado a diferença entre os combustíveis, Mastella não fez previsão para o diesel e disse que a estatal não faz especulação de preços. Segundo ele, o mercado é monitorado, e o cenário está em constante avaliação, com ajustes para cima ou para baixo quando são observadas mudanças.

No balanço do segundo trimestre, a Petrobras registrou lucro líquido de R$ 54,3 bilhões. O resultado foi atribuído à forte geração de caixa, refletindo o desempenho operacional e o aumento do preço de mercado do petróleo. A íntegra do relatório está disponível na página eletrônica da Petrobras.

Margem equatorial

Os diretores da estatal também compartilharam informações sobre a situação de alguns projetos em curso. Existe a previsão de se iniciar em novembro a perfuração para exploração de petróleo em águas profundas na foz do Rio Amazonas, na costa do estado do Amapá. O processo de licenciamento está em andamento.

"Compete à Petrobras agora demonstrar, em um simulado chamado de avaliação pré-operacional, que os recursos para conter qualquer vazamento são eficientes. O Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] acompanha e emite a licença", disse o diretor de Exploração e Produção, Fernando Borges. Ele informou que o simulado deve ocorrer em outubro. "Vamos estar totalmente preparados para iniciar a operação na sequência. Para fazer o simulado, já estaremos com todos os equipamentos necessários: uma sonda de perfuração contratada para águas ultraprofundas, seis embarcações para apoio nas operações offshore, três aeronaves e um avião de asa fixa", acrescentou.

O local onde será feita a perfuração fica a 160 quilômetros da costa brasileira e a 40 quilômetros da fronteira do Brasil com a Guiana Francesa. Saindo do Porto de Belém, são 48 horas de navegação. Segundo Borges, o Brasil está atrasado nos esforços para revelar o potencial petrolífero de sua margem equatorial. Existe uma expectativa grande diante de achados na Guiana e no Suriname. A Petrobras prevê 14 novas perfurações nos próximos cinco anos, com orçamento de US$ 2 bilhões.

"A gente tem, por exemplo, a Exxon produzindo 340 mil barris por dia de petróleo em duas unidades na Guiana. A Petrobras está apostando alto que vamos descobrir petróleo e ter uma nova região produtora e geradora de riqueza para a sociedade", afirmou Borges.

Gasoduto

Outro projeto em andamento, o Rota 3, tem como objetivo ampliar o escoamento de gás natural dos projetos em operação na área do pré-sal da Bacia de Santos. Ele envolve um gasoduto de 355 quilômetros de extensão. São 307 quilômetros de trecho marítimo, incluindo águas profundas e águas rasas, e mais 48 quilômetros de trecho terrestre até Itaboraí, onde fica o Polo GasLub, anteriormente chamado de Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj). No local, será construída uma unidade de processamento de gás natural. O cronograma original de execução, porém, está atrasado.

Segundo o diretor de Desenvolvimento da Produção, João Henrique Rittershaussen, o gasoduto já está todo concluído, mas houve problemas com as obras da unidade de processamento de gás natural, e a conclusão do projeto em 2022 não é mais possível. Além de sofrer atrasos devido aos impactos da pandemia de covid-19, a construção foi paralisada, e os empregados foram dispensados por decisão unilateral da empresa responsável pela execução.

Está em curso uma negociação para encerramento do contrato. Rittershaussen disse que a Petrobrás ainda decidirá como vai concluir o empreendimento. "Estamos refazendo todo o planejamento, e ainda não temos uma data firme", disse.

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