Dólar oscila, mas segue "preso" a R$5,10 com mercado na expectativa por Jackson Hole

Publicado em 24/08/2022 11:58

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SÃO PAULO (Reuters) -O dólar já passou por altos e baixos nesta quarta-feira e no fim da manhã estava de volta à estabilidade, seguindo a perda de vigor da moeda no exterior após dados nos EUA e ainda em clima de expectativa pelo discurso do comandante do banco central norte-americano em evento nesta semana.

A reação de preço ocorria um dia depois de a moeda despencar, seguindo movimento global, na esteira de indicadores mais fracos nos Estados Unidos que reavivaram esperanças de que o Federal Reserve seja menos duro nas próximas sinalizações de política monetária.

Nesta quarta, foram divulgados números de bens duráveis, que vieram abaixo do esperado, e uma queda menor que a temida nas vendas pendentes de moradias nos EUA em julho.

Todos os holofotes estão voltados para o chair do Fed, Jerome Powell, que falará no simpósio anual de banqueiros centrais em Jackson Hole (EUA) na sexta-feira. O mercado busca pistas sobre se o banco central está avaliando desacelerar o ritmo de elevações de juros, que têm sido de incomum 0,75 ponto percentual, à medida que cresce entendimento de que a inflação pode ter atingido pico.

Na quarta, o real foi uma das moedas de melhor desempenho na sessão. E mesmo com o clima arisco mais recente o dólar tem se mantido distante de máximas perto de 5,50 reais alcançadas há cerca de um mês, com relatos de fluxo de capital em parte pela sinalização do Banco Central do Brasil de término do ciclo de alta dos juros.

"Nesse contexto há presença do investidor estrangeiro retornando aqui ao Brasil", disse Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, citando que num cenário de incertezas internacionais a atenção pode se voltar para os mercados emergentes, grupo no qual o Brasil é um dos integrantes mais atrativos.

Às 11h34 (de Brasília), o dólar à vista tinha variação positiva de 0,02%, a 5,0996 reais na venda, após oscilar entre 5,125 reais (-0,36%) e 5,0806 reais (+0,51%).

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,14%, a 5,1090 reais.

No exterior, o índice do dólar, que chegou a subir 0,52%, reduziu os ganhos pela metade no fim da manhã.

Em relatório de estratégia de câmbio, o Morgan Stanley cita que a valorização dos mercados acionários em países ricos deve estimular algum declínio do dólar a caminho do fim do mês. Em teoria, essa fraqueza da moeda norte-americana poderia se estender para mercados emergentes, especialmente aqueles que contam com o atrativo de juro real alto, caso do Brasil.

Do lado técnico, indicadores ainda apontam a taxa de câmbio lateralizada --o dólar tem se movimentado numa faixa estreita por quase todo o mês de agosto--, tentando encostar no suporte representado pela média móvel de 100 dias (perto de 5,06 reais), mas sem sucesso.

Antes, a cotação enfrenta um suporte em 5,0742 reais (mínima recente). Posteriormente, encara a linha de 5,05 reais, que representa 50% de retração na escala de Fibonacci de análise técnica entre a mínima do começo de abril e a máxima de julho.

(Por José de Castro; edição de Isabel Versiani)

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Fonte:
Reuters

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