Ibovespa passa a subir com alívio nos Treasuries, mas Petrobras pesa
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Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa reverteu as perdas e avançava nesta segunda-feira, conforme os rendimentos dos Treasuries passaram a cair e Wall Street mostrava melhora, mas a recuperação era atenuada pelo forte declínio de Petrobras após proposta de revisão de estatuto para criar reserva de remuneração do capital.
Às 12:50, o Ibovespa .BVSP subia 0,36%, a 113.564,36 pontos. Na mínima, mais cedo, chegou a 112.164,36 pontos. Na máxima, neste começo de tarde, alcançou 113.595,96 pontos. O volume financeiro somava 8,67 bilhões de reais.
O retorno do título de 10 anos do Tesouro norte-americano recuava a 4,8693%, de 4,924% na véspera, após superar 5% mais cedo, em meio às incertezas sobre a trajetória futura dos juros nos Estados Unidos, principalmente o risco de a taxa permanecer mais alta por mais tempo.
Com a decisão de política monetária do Federal Reserve na próxima semana no radar, o foco está voltado para a divulgação de dados sobre as despesas de consumo pessoal (PCE) nos EUA na sexta-feira, que trazem o índice de preços PCE, amplamente monitorado pelo Fed.
Em Wall Street, o S&P 500 .SPX também mudou de sinal e mostrava elevação de 0,25%, com agentes financeiros também na expectativa de uma série de resultados corporativos.
Investidores também continuam atentos ao conflito Israel-Hamas, diante de incertezas sobre os desdobramentos, com riscos de escalada e envolvimento de outros grupos ou países.
No Brasil, o alívio no mercado de dívida norte-americano derrubava também as taxas dos contratos de DI, beneficiando ações de empresas sensíveis a taxas de juros, como construtoras e varejistas, entre outras. Entre os destaques, os papéis da MRV&Co MRVE3.SA valorizavam-se 6,88%.
As ações da Petrobras, por sua vez, eram penalizadas pelo anúncio da companhia de que seu conselho de administração aprovou a submissão de proposta de revisão do seu estatuto social à assembleia geral extraordinária (AGE), a ser convocada oportunamente, para criar uma reserva de remuneração do capital.
A companhia afirmou em comunicado que a política de remuneração aos acionistas continua vigente, mas analistas do Citi avaliam que a nova reserva pode dar mais flexibilidade à empresa para pagar ou não futuros dividendos extraordinários.
Eles também consideram negativa a mudança na política da empresa de nomeação da alta administração e do conselho fiscal, conforme nota enviada a clientes, na qual reiteraram recomendação "neutra" para as ações, citando falta de assimetria relevante entre Petrobras e os principais pares globais.
Após renovarem máximas históricas na semana passada e tendo como pano de fundo a queda do petróleo LCOc1, CLc1 no exterior, as preferenciais da Petrobras PETR4.SA caíam 4,02% e as ordinárias PETR3.SA recuavam 3,85%.
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