Volume de serviços no Brasil recua mais do que o esperado em novembro
![]()
Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier
SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - O setor de serviços brasileiro apresentou retração mais forte do que o esperado em novembro depois de ter atingido o pico da série histórica no mês anterior, mas ainda deve ter encerrado 2024 com desempenho positivo.
O volume de serviços teve em novembro queda de 0,9% em relação ao mês anterior, em resultado pior do que a expectativa em pesquisa da Reuters de recuo de 0,3%. Essa foi a retração mais intensa até então no ano, que teve apenas quatro taxas negativas, e a mais forte para meses de novembro desde 2015.
Os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostraram ainda alta de 2,9% sobre o mesmo mês do ano anterior, contra projeção de 3,4%.
Mas mesmo depois de ter registrado retração mensal em ajuste após atingir o maior volume na série histórica iniciada em 2011, o volume do setor acumula crescimento de 3,2% entre janeiro e novembro.
“No ano temos alta em quatro dos cinco setores e apenas transporte em queda. Os números no geral são positivos para o setor", disse Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa.
“A queda de novembro não representa uma mudança de rumo ou trajetória. O que temos é uma base alta e um primeiro dado negativo sem mudança de rumo, até porque se concentra em duas atividades que ainda têm saldo positivo nos últimos meses", completou.
O crescimento dos serviços ao longo de 2024 está ligado à força do mercado de trabalho, com crescente nível de renda da população, o que vem se destacando na expansão do PIB.
Ao mesmo tempo, no entanto, isso mantém a preocupação com a inflação, que estourou o teto da meta no ano passado, e mantém o Banco Central sob pressão depois de já ter elevado a taxa básica de juros Selic a 12,25% e indicado mais dois aumentos de 1 ponto percentual.
"O setor de serviços continua forte e desacelera de forma lenta. Para o futuro, esperamos que esse cenário se mantenha ao longo do ano, apesar da recente deterioração do quadro inflacionário e da consequente necessidade da elevação da taxa de juros", avaliou Igor Cadilhac, economista do PicPay.
O IBGE destacou que, em novembro, duas das cinco atividades de serviços pesquisadas tiveram resultados negativos frente a outubro: transportes, com queda de 2,7%, e serviços profissionais, administrativos e complementares, que recuaram 2,6%.
Por outro lado, mosstraram ganhos as atividades de informação e comunicação (1,0%), outros serviços (1,8%) e serviços prestados às famílias (1,7%).
Já o índice de atividades turísticas recuou 1,8% em novembro sobre o mês anterior.
"A alta dos preços das passagens aéreas em novembro exerceu uma pressão negativa importante sobre a receita real das companhias aéreas, o que acabou trazendo um reflexo negativo relevante sobre o indicador especial de turismo neste mês”, disse Lobo.
0 comentário
Ibovespa fecha em alta e retorna aos 160 mil pontos com política e inflação no radar
Brasil vive pior crise institucional desde a democratização e 2026 ainda não deve trazer mudança profunda
Dólar tem baixa firme ante o real com cancelamento de entrevista de Bolsonaro
Taxas dos DIs fecham com baixas leves em reação positiva após Bolsonaro cancelar entrevista
STF autoriza cirurgia de Bolsonaro no dia 25 de dezembro
Ações europeias fecham em nova máxima recorde com impulso de Novo Nordisk a setor de saúde