Brasil fecha 2024 com taxa média anual de desemprego de 6,6%, mais baixa da série
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Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - A taxa de desemprego no Brasil ficou ligeiramente acima do esperado no quarto trimestre, mas encerrou 2024 com a taxa média mais baixa da série histórica em meio a um mercado de trabalho resiliente que enfrenta neste ano ainda mais aperto da política monetária.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta sexta-feira que a taxa ficou em 6,2% no trimestre até dezembro, de 6,4% nos três meses até setembro.
A leitura ficou pouco acima da expectativa em pesquisa da Reuters de 6,1%.
O resultado mostrou forte recuo em relação ao quarto trimestre de 2023, quando a taxa de desemprego havia ficado em 7,4%, mas aumentou na comparação com o trimestre finalizado em novembro, quando foi de 6,1%.
Com o resultado, a taxa média anual foi de 6,6% em 2024, de 7,8% em 2023, marcando o resultado anual mais baixo da série histórica iniciada em 2012.
"Na nossa visão, o mercado de trabalho continuará aquecido, e o Brasil deve manter a taxa de desemprego próxima a 6% no fim deste ano e do próximo -- um patamar bastante baixo para os nossos padrões históricos", disse em nota Claudia Moreno, economista do C6 Bank.
O mercado de trabalho aquecido com renda alta vem dando suporte ao crescimento econômico, alimentando o consumo de bens e serviços.
“Os resultados de 2024 indicaram a manutenção da trajetória de crescimento contingente de trabalhadores ... Em 2023 e 2024 os ganhos ainda expressivos, mesmo após a recuperação de ocupação após a pandemia, foram fundamentais para o alcance desses recordes”, destacou a coordenadora do IBGE Adriana Beringuy.
O mercado de trabalho forte levanta preocupações em relação à inflação, que no ano passado superou o teto da meta do governo.
Neste mês, o Banco Central elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 13,25% ao ano, em decisão unânime de sua diretoria, e manteve a orientação de mais uma alta equivalente em março, deixando os passos seguintes em aberto.
"Em nossa visão, é cedo para falar em desaceleração relevante no mercado de trabalho para alívio no cenário de inflação e da política monetária. Mantemos nossa previsão de que o BC realizará um ciclo de aperto monetário acelerado, com um aumento de 100 pontos-base na reunião de 19 de março, seguido por um ajuste de 75 pontos-base em 7 de maio, elevando a taxa Selic para 15%", disse em nota Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galapagos Capital.
Nos três meses até dezembro, o número de desempregados caiu 2,5% em comparação com o terceiro trimestre, chegando a 6,823 milhões de pessoas. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve recuo de 15,6%.
Já o total de ocupados aumentou 0,8% ante o trimestre imediatamente anterior e 2,8% sobre o mesmo período de 2023, a 103,818 milhões de pessoas
O contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado subiu 0,7% no quarto trimestre em comparação com o terceiro, enquanto os que não tinham carteira apresentaram recuo de 0,9%.
Na média anual, houve redução de 1,1 milhão de pessoas no contingente de desempregados em 2024 frente a 2023, atingindo 7,4 milhões, o que representa o menor contingente desde 2014.
A população ocupada média em 2024, por sua vez, foi recorde na série histórica com 103,3 milhões de pessoas, 2,6% acima de 2023.
RENDA EM ALTA
No trimestre encerrado em dezembro, o rendimento médio habitual dos trabalhadores subiu 1,4% em relação ao terceiro trimestre, chegando a 3.315 reais, o que representa avanço de 4,3% ante o mesmo período de 2023.
O IBGE destacou ainda que o valor anual do rendimento real habitual foi estimado em 3.225 reais, um aumento de 3,7% na comparação com 2023, também batendo novo recorde -- o maior resultado da série havia sido em 2014 (3.120 reais).
"São dois anos seguidos de crescimento do rendimento, após recuo em 2021 e 2022. A expansão do rendimento em 2024 abrangeu trabalhadores formais e informais o que contribui significativamente para o crescimento da massa de rendimento”, disse Beringuy.
1 comentário
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Atílio Horst Ribeirão Preto - SP
Muito bom
Só que, a estatística não conta os incluídos no bolsa família, os que desistiram de procurar emprego e fazem bico, os que vivem às custas de parentes aposentado, ou estão encostados no BPC.
Realmente, a taxa de desemprego está baixa mas é apenas para a COMPANHEIRADA .
AS Estatais nunca deram lucro para os Cidadãos , ou não conhecemos
]a VERDADE}?