Dólar oscila pouco com reunião EUA-Rússia e leilão do BC em foco
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Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista oscilava pouco ante o real nesta terça-feira, à medida que investidores observam o início das conversas entre Estados Unidos e Rússia na Arábia Saudita pelo fim da guerra na Ucrânia, enquanto aguardam a realização de um novo leilão pelo Banco Central.
Às 9h48, o dólar à vista caía 0,16%, a R$5,7036 na venda.
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,04%, a R$5,721 na venda.
Neste início de sessão, o foco do mercado nacional estará voltado para o BC, que realizará um leilão de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) das 10h30 às 10h35, com oferta total de US$3,0 bilhões.
A operação tem como objetivo a rolagem de um vencimento previsto para 6 de março deste ano, conforme comunicado do BC. As operações de venda de moeda serão liquidadas em 6 de março, enquanto a recompra ocorrerá em 2 de outubro de 2025.
Esta será a terceira vez no ano que o BC realiza uma operação de linha. Em 20 de janeiro a autarquia vendeu um total de US$2 bilhões em dois leilões de linha, em operação realizada no mesmo dia da posse do presidente dos EUA, Donald Trump.
Em 29 de janeiro, a instituição vendeu outros US$2 bilhões, desta vez para rolagem de um vencimento de 4 de fevereiro.
No resto do dia, as atenções devem se voltar para o cenário externo, uma vez que os mercados dos EUA reabrem após feriado na véspera e os investidores ponderam sobre as incertezas geopolíticas e comerciais.
Autoridades norte-americanas e russas se reuniam nesta terça-feira na capital saudita, Riad, para suas primeiras conversas sobre o fim da guerra na Ucrânia, enquanto Kiev e seus aliados europeus observavam ansiosamente do lado de fora.
As conversas ressaltam o ritmo acelerado dos esforços dos EUA para interromper o conflito, menos de um mês após a posse de Trump e seis dias após ele ter conversado por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin.
Desde a invasão russa em fevereiro de 2022, o conflito tem provocado volatilidade nos mercados globais em diversos momentos, principalmente devido à sua influência nos preços de commodities, como grãos e petróleo.
Um fim negociado para o conflito seria bem recebido pelos investidores, que teriam um fator de volatilidade a menos a ser ponderado em suas decisões.
Também continuam no radar notícias sobre os planos tarifários de Trump, que orientou sua equipe econômica na semana passada a estudar as taxas e outras barreiras comerciais impostas aos produtos norte-americanos, o que pode levar à implementação de tarifas recíprocas.
Os mercados têm interpretado as ameaças de Trump como uma tática de negociação, mas ainda temem a possibilidade de uma guerra comercial ampla ou os efeitos de tarifas de importação sobre os preços de diversas mercadorias.
"Continuamos a acreditar que Trump buscará tarifas no nível do produto e contra países com os quais os EUA têm déficits comerciais significativos, concentrando-se nos setores automotivo, de energia, farmacêutico e de chips", disseram analistas do BTG Pactual em relatório.
"O principal risco é que Trump possa aumentar e impor tarifas a nível do país", completaram.
O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,23%, a 106,970.
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