Ibovespa fecha em alta e flerta com 129 mil pontos; Natura&Co afunda 30%
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira, recuperando os 129 mil pontos no melhor momento, com as blue chips Vale, Petrobras e Itaú registrando ganhos expressivos, enquanto Natura&Co foi destaque negativo após divulgação de resultado, com um tombo de 30%, perdendo R$5,6 bi em valor, após resultado trimestral.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa avançou 2,64%, a 128.957,09 pontos, máxima de fechamento desde 11 de dezembro do ano passado. No melhor momento do dia, chegou a 129.194,14 pontos. Na mínima, marcou 125.646,73 pontos.
Na semana, acumulou uma valorização de 3,14%, somando ganho de 5,01% no mês.
O volume financeiro nesta sexta-feira totalizou R$27,3 bilhões.
Na visão do gestor de renda variável Tiago Cunha, da Ace Capital, o desempenho positivo das ações brasileiras encontrou suporte em uma combinação de eventos, sendo um deles o alinhamento entre EUA e G7 para pedir à Rússia que aceite um cessar-fogo na Ucrânia.
Mas ele também apontou o acordo histórico na Alemanha para uma reforma fiscal a fim de reforçar a defesa e impulsionar o crescimento da maior economia da Europa, bem como um certo ceticismo com as ameaças tarifárias mais agressivas do presidente norte-americano, Donald Trump, após tantas mudanças de opinião.
Cunha também chamou a atenção, no Brasil, para mais uma pesquisa mostrando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva perdendo popularidade, embora o governo tenha confirmado que apresentará na próxima semana proposta que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda.
De acordo com o gestor, há uma parcela de capital externo também favorecendo, conforme a recente fraqueza em Wall Street acabe beneficiando mercados emergentes, como é o caso do Brasil, mesmo com incertezas fiscais ainda pressionando o sentimento de investidores, principalmente locais.
Dados da B3 sobre a movimentação de estrangeiros mostram entrada líquida de R$899,1 milhões em março até o dia 12. No ano, o saldo está positivo em quase R$9,6 bilhões.
Wall Street endossou a performance positiva no pregão brasileiro, com o S&P 500 subindo mais de 2%, em dia de ajustes após quedas fortes na semana, que foram desencadeadas por temores de desaceleração do crescimento devido às políticas comerciais erráticas do governo Trump.
DESTAQUES
- NATURA&CO ON desabou 29,94%, maior queda percentual em um dia da história da companhia, após resultado trimestral frustrar expectativas, com analistas destacando margens e mesmo um resultado operacional pior do que estimavam. A ação fechou a R$9,5, menor preço de fechamento desde outubro de 2015 e equivalente a uma perda de R$5,6 bilhões em valor de mercado. Em teleconferência sobre o balanço, executivos da fabricante de cosméticos reforçaram o compromisso com a expansão de rentabilidade da empresa, mas acrescentaram que ainda há muito o que fazer no processo de transformação da companhia.
- MAGAZINE LUIZA ON saltou 13,48%, após o balanço do último trimestre apontar lucro ajustado de R$139,2 milhões. Alguns operadores citaram movimentos de short squeeze nas ações. Analistas do Safra afirmaram que números operacionais ficaram abaixo das suas expectativas, mas destacaram positivamente a geração de caixa. Em teleconferência com analistas, o presidente-executivo, Frederico Trajano, afirmou que o Magalu pretende elevar a concessão de crédito em 2025 como forma de acelerar as vendas físicas e online das marcas do grupo.
- VALE ON avançou 3,28%, favorecida pela alta dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com ganho de 2,32%. Os preços tiveram como suporte sinais de demanda resiliente e expectativas crescentes de medidas adicionais de estímulo na China, o maior consumidor mundial de minério. No setor, CSN ON , que controla a CSN Mineração, subiu 11,82%, enquanto USIMINAS PNA avançou 4,07% e GERDAU PN ganhou 2,61%.
- PETROBRAS PN valorizou-se 3,08%, acompanhando o viés mais comprador da bolsa paulista, em dia positivo para o petróleo no exterior. O barril de Brent, usado como referência pela estatal, fechou com acréscimo de 1%.
- ITAÚ UNIBANCO PN encerrou negociada em alta de 3,25%, com o setor como um todo mostrando desempenho robusto. BRADESCO PN avançou 4,12%, BANCO DO BRASIL ON terminou com elevação de 1,42% e SANTANDER BRASIL UNIT registrou acréscimo de 3,55%. O índice do setor financeiro subiu 3,98%, ajudado ainda pelo desempenho da B3 ON, que se valorizou 10,95%.
- AZZAS 2154 ON desabou 10,42%, em meio a uma reportagem publicada pelo Valor Econômico, citando fontes, de que os principais acionistas do grupo de varejo de moda, Alexandre Birman e Roberto Jatahy, estão tentando negociar um divórcio, menos de oito meses depois de concluírem a fusão entre suas empresas Arezzo&Co e Soma.
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