Dólar cai ante real com alívio sobre conflito no Oriente Médio e fala de autoridade do Fed
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Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) -A entrada dos Estados Unidos no conflito entre Irã e Israel no Oriente Médio foi absorvida pelos mercados globais nesta segunda-feira sem grandes turbulências, pelo menos por enquanto, o que abriu espaço para a baixa do dólar ante o real nesta segunda-feira.
Declarações de autoridade do Federal Reserve favorecendo um possível corte de juros nos EUA em julho também pesaram sobre as cotações da moeda norte-americana ante outras divisas, com efeitos no Brasil.
O dólar à vista fechou em baixa de 0,42%, aos R$5,5041. No ano, a divisa acumula queda de 10,92%.
Às 17h03 na B3 o dólar para julho -- atualmente o mais líquido no Brasil -- cedia 0,28%, aos R$5,5090.
No fim de semana os EUA atingiram instalações nucleares do Irã, envolvendo as forças norte-americanas diretamente nos ataques iniciados por Israel e elevando o temor de uma escalada do conflito no Oriente Médio.
As retaliações do Irã envolveram em um primeiro momento mais ataques de mísseis contra Israel, em meio a especulações de que o Estreito de Ormuz, por onde circulam cerca de 20% do petróleo comercializado no mundo, poderia ser fechado.
Este cenário geopolítico conturbado chegou a dar certo suporte ao dólar no início da sessão no Brasil, com a moeda à vista marcando a cotação máxima de R$5,5446 (+0,32%) às 9h08, mas ainda pela manhã a divisa migrou para o território negativo, acompanhando o alívio dos ativos de risco também no exterior.
“O dólar começou o dia em alta lá fora, fortalecido em função do ataque dos EUA ao Irã, mas passou a perder valor logo depois. Isso porque a resposta do Irã não foi tão contundente, e tivemos comentários positivos vindos do Fed”, comentou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik.
De fato, o Irã não fechou o Estreito de Ormuz, limitando-se a atacar bases militares dos EUA na região.
Somado a isso, a vice-presidente de supervisão do Federal Reserve, Michelle Bowman, disse pela manhã que o momento de cortar as taxas de juros nos EUA pode estar se aproximando rapidamente.
"É hora de considerar o ajuste da taxa de juros", disse Bowman em texto preparado para uma reunião realizada em Praga, na República Tcheca, acrescentando que a inflação parece estar em uma trajetória sustentada de volta à meta de 2%. Ela afirmou ainda que espera "apenas um impacto mínimo" da política comercial dos EUA sobre a inflação, acrescentando que, caso as pressões sobre os preços permaneçam contidas, apoiaria um corte dos juros em julho.
Em reação, os rendimentos dos Treasuries tiveram baixas firmes e o dólar passou a ceder ante boa parte das demais divisas. No Brasil, o dólar à vista atingiu a mínima de R$5,4968 (-0,55%) às 12h15, já após os comentários de Bowman, para depois voltar a superar os R$5,50.
No exterior a moeda norte-americana se mantinha em baixa no fim da tarde. Às 17h13, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,55%, a 98,372.
Pela manhã, em sua operação diária de rolagem, o Banco Central vendeu toda a oferta de 9.500 contratos de swap cambial tradicional.
(Edição de Isabel Versiani)
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