Baixa dependência do Brasil com EUA foi vista como proteção, mas tarifa pode afetar economia, diz Galípolo
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(Reuters) - A baixa dependência comercial do Brasil em relação aos Estados Unidos, antes vista como desvantagem, foi considerada uma proteção após o início da guerra tarifária por Donald Trump, disse o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ponderando que há agora uma visão crescente sobre risco de desaceleração da atividade no Brasil com a alíquota de 50%.
Em evento na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em São Paulo, Galípolo disse que já em janeiro o BC incluiu em seu balanço de riscos para a inflação uma possibilidade de a guerra comercial naquele momento prometida por Trump produzir uma perda de dinamismo econômico.
“Esse cenário, que a gente anuncia lá em janeiro, foi gradativamente se corroborando e confirmando como uma visão por parte dos analistas”, disse.
De acordo com o presidente do BC, após o Brasil ser alvo da tarifa de 50%, os membros da autarquia têm percebido no Questionário Pré-Copom encaminhado pelo BC a economistas o entendimento, por parte dos respondentes, de que pode haver um aumento de oferta no mercado brasileiro com a tarifa dos EUA, o que tenderia a reduzir preços temporariamente.
Segundo ele, o questionário também trouxe visões sobre riscos de perda de valor do real no caso de acirramento da disputa comercial, além do impacto sobre a atividade econômica, que poderia ser perene.
De acordo com Galípolo, os economistas ouvidos pelo BC ainda não incorporaram esses efeitos em seus cenários e projeções.
(Por Bernardo Caram, reportagem adicional de Fernando Cardoso)
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