Dólar tem alta firme ante o real após euforia da véspera com Trump
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Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - Após o forte recuo da véspera, quando comentários do presidente dos EUA, Donald Trump, reduziram o temor de novas medidas contra a economia brasileira, o dólar teve forte alta ante o real nesta quarta-feira, com investidores recompondo posições na moeda norte-americana.
O avanço firme do dólar no exterior também dava suporte à cotação no Brasil, que retornou para acima dos R$5,30.
O dólar à vista fechou em alta de 0,93%, aos R$5,3277. No ano, porém, a divisa acumula baixa de 13,78%.
Às 17h03 na B3 o dólar para outubro -- atualmente o mais líquido no Brasil -- subia 0,87%, aos R$5,3320.
Na terça-feira o dólar cedeu mais de 1% após Trump elogiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e acenar com uma reunião na próxima semana, reduzindo o medo no mercado de que os EUA possam adotar novas medidas econômicas contra o Brasil.
Como o dólar encerrou na faixa de R$5,27 na véspera, a divisa estava em um nível que atraiu compras no início da sessão desta quarta-feira. Segundo operador ouvido pela Reuters, alguns participantes do mercado optaram por recompor posições compradas (no sentido de alta do dólar) para esperar os desdobramentos práticos da aproximação diplomática entre Trump e Lula.
Além disso, a moeda norte-americana sustentou ganhos firmes ante quase todas as demais divisas desde cedo, ainda refletindo comentários cautelosos do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, sobre o ciclo de corte de juros, feitos na tarde de terça-feira.
Neste cenário, o dólar à vista subiu até o pico intradia de R$5,3313 (+1,00%) às 15h52.
“O dólar avança em movimento de correção após a forte queda da véspera, refletindo a cautela dos investidores diante da expectativa de uma possível reunião entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos”, pontuou Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, em comentário escrito.
“O cenário é ainda incerto e não existe consenso de como serão as negociações para a questão tarifária entre EUA e Brasil, ao menos no curto prazo”, acrescentou.
Pela manhã, em operação de rolagem sem efeitos maiores para as cotações, o Banco Central vendeu US$2 bilhões em dois leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra). À tarde, o BC informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de US$545 milhões em setembro até o dia 19.
Às 17h07, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,66%, a 97,873.
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