Ibovespa fecha em alta com inflação abaixo do esperado e quase zera perda no mês

Publicado em 24/10/2025 17:33

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou com uma alta modesta nesta sexta-feira, marcada pela divulgação de dados de inflação abaixo das previsões no Brasil e nos Estados Unidos, mas fraqueza de blue chips, principalmente Petrobras.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,31%, a 146.172,21 pontos, após marcar 147.239,76 na máxima e 145.720,98 na mínima do dia. O volume financeiro no pregão somou R$14,56 bilhões.

Com tal resultado, o Ibovespa acumulou um ganho de 1,93% na semana, praticamente zerando as perdas no mês, com outubro agora mostrando uma variação negativa de apenas 0,04%.

Na cena brasileira, o IBGE mostrou que o IPCA-15 aumentou 0,18% em outubro, após alta de 0,48% em setembro, ficando também abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,25%. Em 12 meses, a taxa ficou em 4,94%, contra previsão de 5,01%.

"Em momentos de mudança de ciclo econômico a tendência é de que tenhamos dados ruins, seguidos de dados bons", observou o economista Luís Otavio Leal, da G5 Partners.

"Enquanto em setembro o IPCA-15 veio menor do que o esperado, mas a sua estrutura veio ruim, agora em outubro vemos também um resultado abaixo do projetado, mas, desta vez, com uma estrutura também muito auspiciosa", afirmou.

"Juntando esse resultado à recente redução nos preços da gasolina, mudamos a nossa projeção para o IPCA do ano de 4,80% para 4,60%, mas mantemos a nossa expectativa de que os juros só comecem a ser reduzidos na reunião de janeiro de 2026"

Nos EUA, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) avançou 0,3% em setembro, menor do que o acréscimo de 0,4% em agosto e abaixo da previsão de aumento de 0,4%, segundo divulgou o Departamento do Trabalho.

Para a equipe do C6 Bank, a persistência da inflação acima da meta e o risco de uma pressão maior sobre os preços à frente em razão das tarifas comerciais deveriam manter o Federal Reserve cauteloso sobre os próximos passos de política monetária.

"No entanto, reconhecemos que um corte de juros na reunião da próxima semana é o cenário mais provável, diante de falas recentes de membros do Fed demonstrando maior preocupação com uma possível deterioração no mercado de trabalho do que com a inflação", afirmaram em relatório a clientes.

Em Wall Street, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, fechou em alta 0,79%, renovando máxima histórica, com balanços corporativos também ocupando as atenções, entre eles o resultado da Intel.

DESTAQUES

- ENEVA ON valorizou-se 4,25%, tendo no radar a publicação pelo governo brasileiro nesta sexta-feira de detalhes sobre o leilão de reserva de capacidade previsto para março de 2026. Na visão de analistas do BTG Pactual, o certame será bastante positivo para a companhia.

- CVC BRASIL ON avançou 5,29%, encontrando suporte no alívio nas taxas dos contratos de DI na esteira dos dados de inflação, o que beneficiou outros papéis de empresas sensíveis a juros, como MAGAZINE LUIZA ON, que subiu 2,67%, e NATURA ON, que fechou com elevação de 2,46%.

- COSAN ON caiu 2,6%, após seu conselho de administração aprovar uma oferta pública que compreenderá a distribuição primária de 1,45 bilhão de novas ações ordinárias, montante que poderá ser acrescido em até 25%. A precificação está prevista para 3 de novembro. A oferta ocorre no âmbito do acordo que prevê a entrada de BTG Pactual e Perfin como sócios.

- PETROBRAS PN caiu 1,16%, antes da divulgação de dados de produção e vendas da petroleira no terceiro trimestre, após o fechamento do mercado. No exterior, o barril do petróleo sob o contrato Brent fechou com declínio de 0,08%. No setor, BRAVA ENERGIA ON capitaneou as perdas, com declínio de 2,76%.

- VALE ON recuou 0,05%, em meio à queda dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na bolsa de Dalian encerrou as negociações diurnas em baixa de 0,58%.

- ITAÚ UNIBANCO PN fechou com variação negativa de 0,13% e BANCO DO BRASIL ON perdeu 0,63%, enquanto SANTANDER BRASIL UNIT e BRADESCO PN avançaram 1,5% e 0,56%, respectivamente, antes da divulgação dos balanços trimestrais de ambos na próxima semana. BTG PACTUAL ON fechou em alta de 0,78%.

- USIMINAS PNA caiu 0,6%, após prejuízo líquido de R$3,5 bilhões no terceiro trimestre, afetado por efeito contábil. A companhia afirmou que segue "monitorando" novos aumentos de preços após reajustes aplicados em outubro e que deve voltar a apresentar redução de custos no quarto trimestre, apoiada em preços de matérias-primas e "ganhos de eficiência".

- COPASA ON, que não faz parte do Ibovespa, avançou 3,3%, após a Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovar em primeiro turno proposta que dispensa a realização de referendo popular para autorizar a privatização da empresa. A matéria volta à Comissão Especial para emissão de parecer de segundo turno antes de votação definitiva no plenário.

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Fonte:
Reuters

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