Europa deve se proteger contra domínio dos EUA em terras raras, diz chefe de agência financiada pela UE

Publicado em 05/12/2025 10:31 e atualizado em 05/12/2025 14:40

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Por Eric Onstad

LONDRES, 5 Dez (Reuters) - A Europa finalmente tomou medidas importantes para desenvolver seu setor de terras raras a fim de combater o domínio chinês, mas a região também precisa se proteger para não ser dominada pelos Estados Unidos, disse o chefe de uma agência financiada pela União Europeia para os principais minerais.

Bernd Schaefer, presidente-executivo da EIT RawMaterials, saudou o lançamento na quarta-feira de um novo plano de ação da UE para garantir matérias-primas essenciais usadas em carros elétricos, turbinas eólicas e semicondutores.

O plano REsourceEU da Comissão Europeia inclui o investimento de 3 bilhões de euros (US$3,49 bilhões) no próximo ano para acelerar projetos que poderiam reduzir a dependência de suprimentos de um único país.

"Sem dúvida, é uma mudança real da ambição para a realização, mas ainda faltam algumas coisas", disse Schaefer à Reuters em uma entrevista.

A UE precisa intensificar as negociações com países terceiros que possam lhe fornecer os principais minerais, disse ele.

"Muitos memorandos de entendimento foram assinados nos últimos anos com parceiros internacionais, mas isso é apenas um ponto de partida", acrescentou Schaefer.

"Precisamos nos tornar mais negociadores e nos afastar de nossa atitude prosaica de apenas falar sobre tudo."

A Europa também precisa se certificar de que não continuará a perder ativos importantes de terras raras para os EUA, disse ele, citando a recente aquisição pela USA Rare Earth da Less Common Metals, uma das poucas empresas envolvidas em uma etapa fundamental de processamento, transformando óxidos de terras raras em metais e ligas.

"Há o perigo de estarmos caminhando para uma situação em que essa cadeia de valor de terras raras seja puxada para um nível substancial nos EUA", disse Schaefer.

"Os EUA poderiam se tornar uma segunda China, por assim dizer, em termos de outro país do qual dependeríamos para importar ímãs."

(Reportagem de Eric Onstad)

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Fonte:
Reuters

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