UE corre para conquistar apoio da Itália a acordo comercial com Mercosul, diz parlamentar do bloco
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Por Philip Blenkinsop
ESTRASBURGO, 16 Dez (Reuters) - A Alemanha e o Executivo da União Europeia estão fazendo uma última tentativa para convencer a Itália a apoiar um acordo de livre comércio com o Mercosul, que fracassará se não for assinado em breve, disse um importante parlamentar da União Europeia nesta terça-feira.
Um pacto comercial com o Mercosul, que vem sendo elaborado há cerca de 25 anos, seria o maior da UE em termos de cortes tarifários.
Alemanha, Espanha e os países nórdicos afirmam que o acordo ajudará as exportações atingidas pelas tarifas comerciais dos Estados Unidos e reduzirá a dependência da China, fornecendo acesso a minerais. Mas os críticos temem que commodities baratas inundem o mercado europeu, incluindo a carne bovina, em detrimento dos agricultores europeus.
Com a Polônia se opondo totalmente e a França pressionando por um adiamento, o lobby se concentrou na Itália. O chefe do comitê de comércio do Parlamento Europeu, Bernd Lange, disse à Reuters que isso incluiu uma reunião no final da segunda-feira entre a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, o chanceler alemão, Friedrich Merz, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
"Se a Itália não estiver a bordo, acabou. Espero que hoje tenhamos uma visão um pouco mais clara", disse ele em uma entrevista.
Meloni e o presidente francês, Emmanuel Macron, aparentemente concordaram em adiar a votação, de acordo com duas fontes familiarizadas com a discussão.
A UE e o Mercosul -- formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai -- firmaram um acordo em princípio em dezembro passado.
Von der Leyen pretende ir ao Brasil para assiná-lo neste fim de semana, mas precisa da aprovação do Conselho, o grupo de governos da UE. Para bloqueá-lo, é necessária a oposição de quatro nações da UE, que representam 35% da população, e os diplomatas acreditam que é inevitável que outra nação, como a Hungria, discorde.
Lange disse acreditar que o acordo entrará em colapso se não for assinado este ano.
"Os países do Mercosul estão ficando sem paciência. Se não for possível assinar agora, a janela de oportunidade se fechará e eles procurarão países que não nos agradam", disse ele.
"Estamos no caminho certo, mas tenho minhas dúvidas sobre o que está acontecendo no Conselho."
Parlamentares da UE deveriam votar ainda na terça-feira sobre o fortalecimento das salvaguardas para os agricultores em um possível acordo com o Mercosul -- um ponto-chave para a França.
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