Dólar à vista fecha o dia em queda firme e acumula recuo de mais de 11% no ano
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Por Igor Sodre
SÃO PAULO, 30 Dez (Reuters) - O dólar encerrou a terça-feira, última sessão do ano, em queda firme ante o real, após um pregão marcado por ajustes técnicos da moeda em meio à formação da Ptax de fim de mês e à baixa volatilidade às vésperas do feriado de Ano Novo.
A moeda norte-americana à vista fechou o dia em queda de 1,58%, aos R$5,4890, próximo da mínima intradia de R$5,4853 (-1,64%), atingida às 16h38. A cotação máxima de R$5,5645 (-0,22%) foi atingida às 09h01.
No ano, o dólar acumulou perda de 11,17%.
Na B3, às 17h48, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,26%, a R$5,5030 na venda.
O menor volume de negócios abriu margem para movimentos mais expressivos da moeda nesta terça-feira.
"É um ajuste. A alta [de segunda-feira] não se sustentava, era fruto de uma liquidez reduzida que acaba permitindo algumas distorções mais agudas no intradia", disse o diretor da assessoria FB Capital, Fernando Bergallo.
Além da baixa liquidez do período, os movimentos do dólar também foram impactados pela formação da Ptax. Calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, ela serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros tentam direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).
A Ptax fechou a terça-feira a R$5,5018 para compra e a R$5,5024 para a venda, conforme o Banco Central.
Olhando para o desempenho do dólar no ano, houve o impacto dos juros no Brasil e do próprio dólar no exterior.
"O cenário de juros altos aqui naturalmente ajudou o desempenho do real. Não podemos deixar de comentar também que o dólar caiu globalmente", disse Bergallo, da FB Capital.
Para 2026, apesar do cenário externo favorável aos mercados emergentes com a perspectiva de cortes de juros pelo Fed, o fator eleitoral deve ter maior peso sobre o real.
“Nesse início de ano a tendência é de regulação no mercado, com queda do dólar contra o real, mas logo depois disso entra o cenário político e aí a tendência vai ser a fuga de ativos de risco”, disse Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.
Às 17h48, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,23%, a 98,236.
O destaque da agenda externa foi a divulgação da ata da última reunião do Fed. O documento mostrou que a autarquia concordou em cortar a taxa básica de juros em sua reunião de dezembro somente depois de um debate com muitas nuances sobre os riscos que a economia norte-americana enfrenta no momento.
De acordo com a ata, até mesmo alguns dos que apoiaram o corte de juros reconheceram que "a decisão foi finamente equilibrada ou que eles poderiam ter apoiado a manutenção do intervalo da taxa básica inalterado", dados os diferentes riscos enfrentados pela economia dos EUA.
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