Mercados refletem falta de solução para crise na Europa e mantêm tom pessimista
Nesta quinta-feira (24), os mercados reagiram mal às declarações de Angela Merkel, Nicolas Sarkozy e Mario Monti sobre o Banco Central Europeu e uma possível atuação mais forte da entidade. Além disso, disseram ainda não serem a favor da emissão de eurobônus.
Com isso, hoje os negócios continuam seguindo por esse viés negativo e pessimista, com as principais bolsas de valores do mundo operando em forte queda. Notícias de rebaixamento da nota de crédito de Portugal e da Hungria e mais os juros dos títulos italianos atingindo níveis recordes também geram mais tensão e preocupação.
As principais bolsas de valores da Ásia fecharam o dia no vermelho, uma vez que continuam focando essa crise. Na Europa, os índices acionários mais importantes também operam no negativo, estendendo as perdas de ontem. No Brasil, o Ibovespa abriu em queda, também refletindo o cenário externo e mais um dia de forte aversão ao risco.
Em contrapartida, o dólar continua sua escalada, atingindo na manhã de hoje o patamar R$ 1,917.
Veja as principais notícias sobre o mercado financeiro desta sexta-feira:
>> No Valor: Bolsas europeias recuam; Madri e Milão caem mais de 1%
O rebaixamento da nota de crédito de Portugal e da Hungria e o retorno das operações em Wall Street após feriado do Dia de Ação de Graças direcionavam, em parte, as operações nos mercados acionários europeus.
>> Na Reuters: Bolsas asiáticas caem e fecham quarta semana seguida de queda
As bolsas de valores asiáticas fecharam em baixa nesta sexta-feira, com autoridades da zona do euro fracassando em aliviar a preocupação do investidor sobre os rumos da crise de dívida. O índice MSCI das ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão caiu 1,6%, operando no menor patamar desde o início de outubro, com perda de 5,5% na semana, a quarta seguida de declínio.
>> No Estadão: Juros dos títulos italianos atingem recorde; Bolsas caem
Os bônus de curto prazo da Itália atingiram hoje os maiores níveis desde a introdução do euro. O juro (yield) do bônus de 2 anos subiu 45 pontos-base ante o fechamento de ontem e tocou 7,60%; já o yield do bônus de 5 anos avançou 29 pontos-base, para 7,76%.
>> Na Veja: Atuação do BCE não será modificada, dizem França e Alemanha
O premiê italiano Mario Monti, a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês Nicolas Sarkozy se reuniram nesta quinta-feira em Estrasburgo (França) para discutir as reformas planejadas pela Itália. Havia a expectativa de que Sarkozy pressionasse Merkel a aceitar uma atuação mais ampla do Banco Central Europeu (BC) na crise da dívida dos países da eurozona. Mas a chanceler deixou claro que a independência do banco será mantida.
>> Na Folha: Dólar tem leve alta, após atingir R$ 1,917 na máxima da manhã
O dólar opera praticamente estável ante o real, depois de subir mais de 1% e chegar a R$ 1,917 na máxima do dia.
A moeda brasileira iniciou o pregão acompanhando a desvalorização do euro, que perde valor após a reunião entre a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, não resultar em novas medidas para combater a crise das dívidas na zona do euro.