Grãos fecham o dia em alta com fundamentos e financeiro positivos

Publicado em 28/02/2012 14:05 e atualizado em 28/02/2012 17:14
A soja fechou a terça-feira com altas de dois dígitos na sessão regular na Bolsa de Chicago. A demanda aquecida pela oleaginosa norte-americana e mais o clima adverso na América do Sul continuam nos holofotes dos investidores e, por isso, seguem dando suporte às cotações. O vencimento maio, referência para a safra brasileira, encerrou o dia a US$ 13,12 por bushel, com alta de 10 pontos. 

"O quadro de oferta e demanda continua apertado, e a demanda, principalmente por parte da China, ainda é firme", disse o analista de mercado Steve Cachia, da Cerealpar. O mercado da oleaginosa tem ainda a sustentação vinda de notícias de que as chuvas chegaram tarde para as lavouras brasileiras, que já registram danos irreversíveis. Além disso, meteorologistas prevêem chuvas para o Brasil esta semana, o que poderá atrasar a colheita tanto da soja quanto do milho. 

A severa quebra na produção sulamericana já está gerando rumores de que os estoques mundiais de soja poderiam ser os menores em 16 anos. Diante disso, instituições financeiras como o banco Rabobank já informaram um aumento em suas estimativas de preços para a oleaginosa. Para o Rabobank, as cotações devem registrar uma média de US$ 12,81 por bushel no primeiro trimestre deste ano. Até agora, a média é de US$ 12,30. 

"A baixa produção da América do Sul e mais a firme demanda pela soja dos EUA estão encaminhando os preços para novas altas. E isso está estimulando um aumento nas estimativas para os preços da oleaginosa", disse o analista do Rabobank, Erin FitzPatrick. "E elas ainda podem aumentar diante das boas importações da China", completou. 

Paralelamente, o cenário externo mais tranquilo desta terça-feira contribuiu com as altas. O mercado financeiro caminhou por um viés positivo e deixou os investidores menos avessos ao risco. 

"O mercado da soja liderou o rally entre as commodities agrícolas hoje. Com o mercado financeiro positivo, houve ânimo dos compras dos fundos e especuladores. Afinal de contas, a cada dia que passa aumentam as estimativas de quebra da safra da América do Sul", complementou Cachia. 

Além disso, o analista ainda reiterou as perspectivas de que talvez os Estados Unidos não tenham condições de ampliar sua área de soja, já que as preferências seriam para o milho e para o trigo. 

Os futuros do milho e do trigo também encerraram o dia no azul. Os fundamentos para os grãos também são positivos e a subida da soja puxou as cotações nesta terça-feira. 

No caso do milho, as expectativas de aumento de área nos EUA acabaram limitando um pouco o avanço dos preços. Entretanto, as cotações devem seguir em alta, já que o cereal tem que garantir preços atrativos para confirmar esse aumento esperado da área. 

Veja como ficaram as cotações no fechamento desta terça-feira:



Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

1 comentário

  • Liones Severo Porto Alegre - RS

    Quem precifica o mercado não são os preços da bolsa de chicago, mas sim a demanda, de acordo com sua necessidade de compra e o potencial da oferta, esta completamente reduzida para este ano safra. Os preços terão que escalar altas suficientes para reduzir a demanda/consumo a nível da capacidade da oferta. Portanto, parece que estamos ainda distantes do mercado ter precificado o total das perdas das safras sulamericanas, que será decidamente por uma posição de racionamento do consumo. obrigado

    0