Soja opera com forte alta diante de demanda aquecida e oferta restrita
Publicado em 29/02/2012 14:03
Após fechar o pregão noturno com leves altas, a soja abriu a sessão regular desta quarta-feira com bons ganhos e, por volta das 14h (horário de Brasília) já operava com mais de 7 pontos positivos em seus principais vencimentos.
As perdas registradas na safra sulamericana e mais a demanda aquecida pelo produto dos EUA vem sustentando os preços nas últimas sessões.
Diante desses fundamentos positivos, as cotações da soja já subiram 9,6% este mês. "O clima seco na América do Sul e as constatações de declínio na produtividade estão dando suporte aos preços. Agora, os investidores estão voltando sua atenção para isso e para os estoques norte-americanos e mais a demanda chinesa", disse Neil Burgess, analista de um banco australiano.
Nesta quarta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou a venda de mais 285 mil toneladas de soja para a China. Do total, foram 110 mil toneladas para safra 2012/13 e 175 mil para safra 2011/12.
Na última semana, o analista de mercado Steve Cachia, da Cerealpar, esteve em um Congresso Mundial de Grãos que aconteceu em Dubai, nos Emirados Árabes, e lá teve a oportunidade de conversar com muitos representantes de importadores e consumidores da Ásia e do Oriente Médio.
"Nessas regiões nao tem a crise econômica como esté sendo sentida na Europa e nos Estados Unidos. A demanda e o consumo estão em crescente constante", disse. O analista disse ainda que a a preocupação desses importadores não é em relação aos preços, mas sim em relação à oferta.
"Os compradores não vão ficar tranquilos enquanto não se tiver uma garantia de que a safra americana vai ser efetivamente cheia. E isso só será possível por meio das previsões climáticas e essas informações só em meados de agosto", completa.
Além da questão de oferta e demanda, as perspectivas para a próxima safra dos Estados Unidos também mexem com o mercado. O analista afirma que o país pode não ter condições de ampliar sua área de soja, já que as preferências seriam para o milho e para o trigo.
"Isso significa que não tem um outro lugar onde a situação de oferta mundial possa se recuperar tão cedo. Por isso, continuamos firmes em dizer que a tendência na soja é altista", explica Cachia.
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Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas
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