Em dia de USDA, soja foca mercado financeiro e fecha em baixa
Publicado em 10/04/2012 17:02
e atualizado em 10/04/2012 17:56
A soja encerrou a terça-feira em queda na Bolsa de Chicago. O mercado iniciou a sessão regular de hoje subindo, porém, por volta das 14h, as cotações começaram a recuar e acabaram cedendo a uma realização de lucros. De acordo com analistas, vendas por parte dos fundos pressionaram o mercado.
O milho e o trigo também recuaram, registraram perdas mais expressivas do que a soja e também influenciaram a baixa da oleaginosa.
As altas do início do pregão refletiram os dados que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou hoje reduzindo suas estimativas para a safra e os estoques mundiais de soja.
A safra mundial de soja 2011/12 foi reduzida de 245,07 milhões de toneladas para 240,15 milhões de toneladas. Os estoques finais globais passaram de 57,30 milhões para 55,52 milhões de toneladas.
A produção brasileira foi estimada em 66 milhões de toneladas, ante as 68,5 milhões estimadas em março. A estimativa para a colheita argentina também foi reduzida e passou de 46,5 milhões para 45 milhões de toneladas.
Porém, o mercado financeiro não teve um dia positivo e acabou influenciando a liquidação dos fundos e pressionou negativamente as commodities agrícolas.
As bolsas de valores ao redor do mundo fecharam em baixa diante de dados negativos vindos da China e do Japão apontando para um desempenho não muito bom de suas economias.
As baixas foram limitadas, portanto, pelos dados do USDA. "O cenário macroeconômico vem sob pressão desde segunda-feira aqui nos EUA - com a "ressaca" sobre os números negativos de empregos anunciados aqui na sexta-feira passada", explica Pedro Dejneka, analista de mercado da PHDerivativos.
Os números acabaram tirando a empolgação do mercado financeiro, que era alimentada por um otimismo sobre uma possível recuperação da economia norte-americana.
O quadro, portanto, era propício para uma "busca pelo risco" diante de um financeiro mais positivo e esperançoso. o que fez com que os fundos estivessem presentes no mercado de commodities, principalmente na soja e no milho.
Porém, essa queda considerável do financeiro que foi iniciada nesta segunda-feira (9) acabou revertendo esse sentimento e fazendo com que acontecessem as vendas por partes dos fundos.
"O que se viu foi um grande fluxo de operações de "realização" e "risk off", com um grande volume de vendas, fundos tirando suas cartas da mesa, preferindo realizar lucros do que ficar suscetíveis a uma realização maior, com este semi-retorno de ansiedade em relação ao macro cenário europeu e mundial. Isso atraiu a atenção dos especuladores em commodities que entraram vendendo soja, milho, trigo, petróleo, etc. Foi uma clara realização de lucros desta forte alta de quase 20% que já tivemos na soja desde o início do ano", explicou Dejneka.
Entretanto, mesmo com essa movimentação negativa para a soja nesta terça-feira, o cenário geral não mudou e o mercado da oleaginosa em Chicago continua sustentado. E as eventuais baixas serão, rapidamente, compradas.
Confira como ficaram as cotações no fechamento desta terça-feira em Chicago:
*Acompanhe o analista Pedro Dejneka pelo Twitter: twitter.com/phderivativos
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Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas