Soja realiza lucros e fecha no misto. Milho e trigo seguem em alta

Publicado em 27/06/2012 17:19
Depois de operar quase toda a sessão com expressivos ganhos - que chegaram a se aproximar dos 30 pontos - a soja encerrou a quarta-feira em terreno misto, com os preços próximos da estabilidade na Bolsa de Chicago. O milho e o trigo conseguiram manter-se do lado positivo da tabela. Novamente, no caso da oleaginosa, o mercado registrou um movimento de realização de lucros, porém, manteve-se focado nas adversidades climáticas nos Estados Unidos. 

Como explicou o analista Pedro Dejneka, da PHDerivativos, de Chicago, as fortes altas vistas tiveram início durante a madrugada, com o mercado observando a movimentação dos negócios na Europa e na Ásia apostando em um mercado climático diante da falta de chuvas e do calor nos Estados Unidos. Porém, ao longo da sessão, os produtores, observando os bons patamares de preços "entraram" vendendo sua soja, pressionando os preços e estimulando a venda por parte dos fundos de investimento também. 

Porém, apesar dessa ligeira correção, o mercado ainda continua extremamente climático e o tempo nos Estados Unidos permanece quente e seco. "O modelo europeu de meteorologia continua mostrando extremo calor e seca nos próximos 10 dias", disse Dejneka. 

A situação climática é mais delicada para o milho, o que permitiu que os preços se mantivessem em alta. Mais de 50% do Corn Belt - principal região produtora norte-americana -  está em fase de polinização, estágio onde a água é fundamental para o bom desenvolvimento das plantas. "Se o calor e a seca continuarem, a situação ficará ainda mais complicada. O cenário do milho virou 180 graus em três semanas, passou da possibilidade de amplos estoques para um possível racionamento", explicou o analista. Já para a soja, há tempo para uma recuperação. 

Entretanto, existem algumas divergências entre o modelo climático americano, o chamado GFS, e o europeu. O dos Estados Unidos sinaliza algumas chuvas para os próximos dias, a contrário do da Europa. Mas, o mercado tem confiado muito mais no europeu, que vem se mostrando mais preciso nos últimos mapas. Essas diferenças também acabam tirando um pouco da direção do mercado. 

"A mentalidade do mercado no momento é pura de "compra nas baixas', pelo menos até o primeiro "pingo de chuva" mostrar as caras em área abrangente do cinturão de produção EUA. Os próximos 10 dias são cruciais para o desenvolvimento da safra de milho", complementou Dejneka. 

Frente a todas essas informações sobre o clima adverso nos Estados Unidos, o relatório de área de plantio que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga nesta sexta-feira (29) acabou ficando em segundo plano. 

A expectativa da PHDerivativos para o boletim é que o departamento norte-americano reporte um significativo aumento na área de milho, para 96,9 milhões de acres e um pequeno aumento para a soja, com a área podendo alcançar os 74,6 milhões de acres. 

Veja como ficaram as cotações nesta quarta-feira:



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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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