Focando baixos estoques nos EUA, soja e milho disparam na CBOT depois do USDA

Publicado em 11/10/2012 12:13
Depois da divulgação do relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta quinta-feira (11), os preços da soja e do milho dispararam na Bolsa de Chicago. Logo depois da atualização dos números, os futuros da soja chegaram a registrar mais de 40 pontos de alta nos principais vencimentos. 

Apesar do aumento de 8,5% na produção de soja norte-americana reportado pelo departamento, os estoques finais apresentados pelo departamento ficaram aquém das expectativas acabaram "pegando o mercado de surpresa", como explicou Pedro Dejneka, analista de mercado da PHDerivativos, direto de Chicago. 

O mercado recebeu os novos dados do USDA ainda bastante nervoso, depois de semanas de volatilidade e incerteza, porém, estava certo quanto ao aumento de produção que poderia ser estimado. No entanto, encontra sustentação na sessão desta terça-feira com o aumento da demanda. 

"Mesmo com o aumento de produção e também de área colhida, os estoques finais estão bastante baixos, historicamente falando, e vieram abaixo da média esperada pelo mercado. Essa reação altista, primeiramente, foi uma reação de "alívio" depois de tanto nervosismo, e o mercado entrando bastante vendido nesse relatório contribui para esta reação inicial", diz Dejneka. 

Além disso, o analista afirma ainda que tais alterações apresentadas sobre a demanda são como uma "mensagem" do USDA ao mercado de que os preços não podem cair muito mais já que dessa forma atraíriam ainda mais a procura pela commodity. 

No entanto, no médio prazo, o mercado poderá voltar a sofrer uma pressão negativa. Os preços não puderam contar com a "faísca necessárias" para registrar novas altas sustentadas. Isso aconteceria caso dados da demanda indicariam que a mesma pudesse ser ainda maior do que o esperado. 

Por volta de 12h (horário de Brasília), os principais vencimentos da soja registravam mais de 30 pontos de alta. O mesmo cenário era visto no mercado do milho. 

Ainda de acordo com Dejneka, o relatório desta terça-feira é altista para o mercado do milho, principalmente por conta dos números de estoques finais do cereal, apesar de uma demanda um pouco mais fraca. Entretanto, afirma que, assim como a soja, a alta do milho poderá não se manter no médio prazo. 

"O milho provavelmente sustente esse ganho, que é temporário, mas também não acredito que os dados sejam alimentos para buscar novas altas. Dentro dos dados que foram apresentados hoje, e a não ser que tenhamos um sério problema de clima na América do Sul, não vejo mais a possibilidade de novas altas tanto na soja quanto no milho", ratificou o analista.  

Veja o boletim do analista de mercado Pedro Dejneka sobre o relatório do USDA:

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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