Soja recua no mercado interno com caos logístico e retração em Chicago

Publicado em 01/04/2013 12:59
Um comunicado divulgado nesta segunda-feira (1) pela Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso) informa que as tradings estariam diminuindo seu ritmo de compras de soja do Mato Grosso, maior estado produtor do Brasil, diante do caos logístico que se instalou no país. O receio das compradoras é de que o produto não seja escoado dentro do prazo necessário. 

O cenário já preocupa os produtores, não só mato-grossenses, mas de todo o Brasil, uma vez os preços da soja no mercado interno começam a se desvalorizar em função do aumento dos gastos com o transporte e também das recentes baixas registradas pelo preços no mercado internacional. Na região de Não-Me-Toque/RS, o valor da saca de soja caiu de R$ 56 por saca, na última quinta-feira (28), para R$ 55 hoje, segundo números da Cotrijal. 

“O que estamos vivendo não é exatamente uma novidade. Há anos falamos sobre isto, alertamos os governos sobre a necessidade de investimentos nas estradas e em outros modais para o transporte da safra brasileira”, disse o presidente da Aprosoja MT, Carlos Fávaro.

Por outro lado, o banco internacional ANZ afirma que esses gargalos logísticos  poderiam amenizar as perdas da soja na Bolsa de Chicago, uma vez que compromete e atrasa a entrada da safra brasileira no mercado. Atualmente, o tempo de espera dos navios nos portos de Paranguá e Santos é de 60 e 40 dias, respectivamente. 

Paralelamente, o banco acredita ainda que, além dos congestionamentos, as mudanças nas leis para os caminhoneiros também agravam os problemas com a logística brasileira. Afinal, a legislação acabou aumentando o tempo de viagem para alguns destinos bem como os gastos com o transporte. 

Nesta segunda-feira, a rádio Jovem Pan entrevistou especialistas do setor que afirmaram que uma das soluções possíveis para amenizar esses problemas com o escoamento seria uma "inversão da logística", fazendo com que as exportações acontecessem pelos portos das regiões Norte e Nordeste, deixando de ter que rodar 2 mil km até Santos.

Para isso, no entanto, seriam necessários investimentos nas rodovias BR-163, a Cuiabá-Santarém e também a BR-158, que cruza o Brasil de Santana do Livramento/RS a Altamira/PA. 

Para Cesário Ramalho, presidente da Sociedade Rural Brasileira, o governo não vem dando a devida atenção ao agronegócio brasileiro, fator que estaria resultando nesse "apagão logístico".
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Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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