Em Chicago, soja avança na manhã desta 6ª feira. Milho e trigo recuam

Publicado em 17/05/2013 07:57 e atualizado em 17/05/2013 10:05

Na manhã desta sexta-feira (17), os contratos futuros da soja encerraram o pregão eletrônico com pequenas altas na Bolsa de Chicago. As principais posições da commodity registraram ganhos entre 0,50 e 5,50 pontos, com o vencimento julho/13 valendo US$ 14,33/bushel. Já as cotações do milho e do trigo fecharam a sessão no vermelho, com leves baixas.

As cotações ainda encontram sustentação nos estoques muito apertados nos Estados Unidos dando firmeza para o mercado físico norte-americano, onde os prêmios nos portos estão historicamente altos, e refletindo diretamente nos negócios em Chicago. 

Como explicou o analista de mercado Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, essa falta de produto se mostrou muito cedo nos EUA e isso tem oferecido um significativo suporte para os preços. "É uma escassez muito precoce nos EUA. Geralmente, vimos essa falta em meados de agosto e ainda estamos em maio", diz. 

Além disso, o posicionamento de especuladores e operadores de mercado por meio de compras técnicas também contribuem, bem como as condições de clima adverso atrasando o plantio da nova safra.

Veja como terminou o mercado nesta quinta-feira:

Soja: Com falta de produto nos EUA, mercado fecha em alta 

O mercado da soja fechou os negócios em Chicago nesta quinta-feira (16) com boas altas. Os primeiros vencimentos subiram mais de 14 pontos, com o julho/13 encerrando o dia US$ 14,29 por bushel. Os preços se recuperam depois das perdas registradas no pregão anterior. 

A firmeza do mercado físico norte-americano em função da baixa oferta de soja disponível foi o principal fator de alta para as cotações. A demanda pelo produto dos EUA segue muito aquecida e o volume para a exportação é praticamente nulo neste momento. Com isso, os prêmios nos portos locais estão historicamente altos, com esmagadores norte-americanos e importadores brigando pela soja. 

"É uma escassez muito precoce nos EUA. Geralmente, vimos essa falta em meados de agosto e ainda estamos em maio", diz o analista de mercado Carlos Cogo, da Cogo Consultoria Agroeconômica, sobre essa falta de produto nos EUA. Para Cogo, esse avanço dos contratos mais curtos e o bom momento dos preços no mercado físico dos EUA acaba dando sustentação até mesmo para os vencimentos de mais longo prazo, porém, estes sobem com menos vigor. Clique no link abaixo e confira a entrevista de Carlos Cogo:

>> Carlos Cogo - Fechamento do Mercado Internacional de Grãos

Além disso, compras técnicas, com o posicionamento de operadores e especuladores favoreceu a alta dos preços, atuando como um catalisador para o avanço do mercado. 

Paralelamente, o clima adverso que já atrasa bastante o plantio do milho poderia comprometer também a boa evolução da semeadura da soja. As primeiras lavouras da oleaginosa já começaram a ser implantadas sob baixas temperaturas e chuvas excessivas e se mostra bastante atrasada em relação tanto ao ano passado quanto à media dos últimos cinco anos. 

Segundo o analista Pedro Dejneka, da PHDerivativos, o mercado internacional de grãos nos Estados Unidos não possui um direcionamento claro nesse momento frente à essas incertezas sobre o andamento do clima nos EUA e o impacto que exercerá na nova safra do país. "Estamos atrasados no plantio, o mercado entende isso, e também entende que o mercado físico nos mostra, tanto no milho quanto na soja, que temos uma situação apertada", disse. 

Com isso, Dejneka afirma que a dinâmica de duas frentes atuando no mercado - uma referente à safra velha e outra à nova - se mantém presente no mercado e é o que acentua a volatilidade e incerteza aos negócios. 

O analista explica ainda que apesar dessas chuvas excessivas terem atrasado o plantio nos Estados Unidos, as precipitações podem até mesmo ser benéficas para as lavouras, uma vez que vem corrigindo a baixíssima umidade do solo em importantes regiões produtoras do país. Sendo assim, ainda seria muito cedo para já se especular sobre uma possível perda de produtividade na produção norte-americana. 

"Eu acredito que mesmo com esse atraso, essa umidade do solo tem preferência e vai beneficiar a safra durante o seu crescimento",explica Dejneka. "E se tivermos períodos pequenos períodos de seca durante o desenvolvimento da safra, as lavouras e o solo estarão muito mais preparados para poder se defender de temporários tempos de seca", completa. 

Sobre a demanda para a temporada 2013/14, o analista diz que é preciso cautela e atenção para o ritmo das importações. "A demanda é uma constante, vai ter variações de um ano para o outro, mas lembrando, teremos muita soja no mundo se tivermos uma safra favorável aqui nos Estados Unidos", explicou. 

Além disso, diz ainda que mesmo com estimativas de um aumento da demanda mundial por soja, a tendência para os preços da oleaginosa é baixista por conta de uma produção cheia nos Estados Unidos caso as condições climáticas sejam normais. "Com uma safra enorme de milho na América do Sul, a América do Sul tirou 90% da demanda que viria para os EUA no segundo semestre de 2012 e no início desse ano. Esse ano, com o tanto de soja que se plantou na América do SUl, a mesma coisa pode acontecer durante pelo menos no segundo semestre. Os dados de exportação de soja no início do novo ano comercial norte-americano, que é 1º de setembro de 2013, poderiam ser menores do que os do ano anterior. Se a demanda não vier para os EUA, isso também pode pesar sobre os preços". 

Com esse cenário, o analista afirma, portanto, que a força das duas frentes ainda é semelhante, porém, falta convicção ao mercado para que se defina uma direção mais clara para os negócios. "Na minha opinião, nesse momento ainda é muito cedo para simplesmente vermos os preços despencando, mesmo com expectativas de uma safra enorme lá na frente, e ao mesmo tempo, apesar do aperto no mercado físico, o mercado já precificou isso, então esse não é necessariamente um motivo para que os preços disparem muito acima dos US$ 14 no vencimento julho, porém, podem haver momentos temporários de uma alta mais forte ainda poderiam ocorrer", explica Dejneka. 

 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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