Clima nos EUA e demanda aquecida estimulam alta de soja e trigo na CBOT

Publicado em 03/07/2013 13:10

Os contratos futuros da soja operam em alta na sessão desta quarta-feira (3) na Bolsa de Chicago. O vencimento mais próximo, julho/13, subia mais de 10 pontos, por volta de 12h30 (horário de Brasília), valia US$ 15,84 por bushel. Mais cedo, a posição chegou a subir quase 20 pontos e tentou, novamente, se aproximar dos US$ 16.  

Segundo Steve Cachia, analista de mercado da Cerealpar, a alta registrada hoje pelos preços é resultado de uma combinação de fatores. Para ele, o mercado passa por uma correção técnica depois das recentes realizações de lucros, ainda encontra sustentação nos fundamentos de oferta e demanda e observa com atenção e preocupação a onda de calor que atinge a região Oeste dos Estados Unidos. 

O analista explica que apesar de as condições climáticas no coração do Cinturão de Produção norte-americano estarem favoráveis, o clima de um modo geral no país não está sendo considerado "normal". 

"Há uma onda de calor no Oeste dos EUA, com temperaturas 20ºF acima do normal e, de outro lado, no Leste, tempestades, enchentes e ventos fortes. Ainda não afeta a área agrícola, mas está ajudando a criar uma certa bolha especulativa em relação ao clima daqui para frente", diz Cachia. 

Esse sistema de alta pressão poderia chegar à área agrícola dos EUA em meados de julho, porém, ainda não se conhece a duração e a intensidade disso para as lavouras. Porém, as áreas de soja e milho vêm de um período de chuvas excessivas e por isso concentram bons níveis de reserva hídrica no solo e subsolo. 

Paralelamente, principalmente no curto prazo, mercado da soja continua encontrando suporte na pouca oferta de soja norte-americana. Para Cachia, ainda há a necessidade de um racionamento da demanda por parte dos preços e isso deve continuar até a entrada da nova safra do país, uma vez que a procura pelo produto segue muito ativa frente a estoques historicamente baixos. 

Em Chicago também, os futuros do trigo operam pelo segundo dia consecutivo do lado positivo da tabela, tentando se recuperar das últimas perdas. O recente recuo dos preços, segundo analistas internacionais, tem encorajado importadores importantes e tradicionais, como o Egito, por exemplo, que é o maior comprador mundial do cereal, a voltarem às compras e isso impulsiona as cotações na CBOT. 

Além disso, a oferta deverá ser menor do que o esperado e a demanda já conta com alguns novos participantes, fatores que acabam contribuindo com o avanço dos preços. "Estamos vendo uma demanda, até certo ponto, nova. Há a China, que não era um player tradicional do mercado, e tem o Brasil, que está precisando importar dos Estados Unidos", afirma o analista.

O Egito estava desde fevereiro fora do mercado em função dos protestos que acontecem no país contra o governo do presidente Mohamed Morsi, mas, nesta terça-feira (2), realizou a compra de 180 mil toneladas de trigo da Ucrânia e da Romênia, a primeira em cinco meses. 

Além disso, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou a venda de 360 mil toneladas de trigo para a China. O volume deverá ser entregue ano comercial 2013/14. 

Interligados, os mercados vizinhos do trigo em Chicago, soja e milho, sentem também o bom momento do mercado e acabam sendo positivamente influenciados por essa notícia. O milho, no entanto, não foi capaz de segurar as altas registradas mais cedo e logo passou para o campo misto, atuando mais uma vez com intensa volatilidade. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Vilson Ambrozi Chapadinha - MA

    Muitas áreas de plantio dos EUA, estiveram muitos dias em condições de estrema umidade, ,então há muita lavoura com raízes superficiais ,a experiência nos diz que não aguentam veranicos ,portanto é errôneo afirmar que um período de calor acima do normal não afetaria as plantações. Só pela condições anaeróbias que passaram já terão perdas.

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