Soja e trigo fecham em alta com clima nos EUA e demanda aquecida

Publicado em 03/07/2013 15:19 e atualizado em 03/07/2013 16:23

Os contratos futuros da soja fecharam em alta na sessão desta quarta-feira (3) na Bolsa de Chicago. O vencimento mais próximo, julho/13, subiu 10,50 pontos e encerrou valendo US$ 15,83 por bushel. Durante o pregão, a posição chegou a subir quase 20 pontos e tentou, novamente, se aproximar dos US$ 16. Nos demais vencimentos, as altas ficaram entte 3,75 e 7,75 pontos. 

Segundo Steve Cachia, analista de mercado da Cerealpar, a alta registrada hoje pelos preços é resultado de uma combinação de fatores. Para ele, o mercado passa por uma correção técnica depois das recentes realizações de lucros, ainda encontra sustentação nos fundamentos de oferta e demanda e observa com atenção e preocupação a onda de calor que atinge a região Oeste dos Estados Unidos. 

O analista explica que apesar de as condições climáticas no coração do Cinturão de Produção norte-americano estarem favoráveis, o clima de um modo geral no país não está sendo considerado "normal". 

"Há uma onda de calor no Oeste dos EUA, com temperaturas 20ºF acima do normal e, de outro lado, no Leste, tempestades, enchentes e ventos fortes. Ainda não afeta a área agrícola, mas está ajudando a criar uma certa bolha especulativa em relação ao clima daqui para frente", diz Cachia. 

Esse sistema de alta pressão poderia chegar à área agrícola dos EUA em meados de julho, porém, ainda não se conhece a duração e a intensidade disso para as lavouras. Porém, as áreas de soja e milho vêm de um período de chuvas excessivas e por isso concentram bons níveis de reserva hídrica no solo e subsolo. 

Paralelamente, principalmente no curto prazo, mercado da soja continua encontrando suporte na pouca oferta de soja norte-americana. Para Cachia, ainda há a necessidade de um racionamento da demanda por parte dos preços e isso deve continuar até a entrada da nova safra do país, uma vez que a procura pelo produto segue muito ativa frente a estoques historicamente baixos. 

Em Chicago também, os futuros do trigo operaram pelo segundo dia consecutivo do lado positivo da tabela, tentando se recuperar das últimas perdas e fechou com altas de poucos mais de 6 pontos nas principais posições.

O recente recuo dos preços, segundo analistas internacionais, tem encorajado importadores importantes e tradicionais, como o Egito, por exemplo, que é o maior comprador mundial do cereal, a voltarem às compras e isso impulsiona as cotações na CBOT. 

Além disso, a oferta deverá ser menor do que o esperado e a demanda já conta com alguns novos participantes, fatores que acabam contribuindo com o avanço dos preços. "Estamos vendo uma demanda, até certo ponto, nova. Há a China, que não era um player tradicional do mercado, e tem o Brasil, que está precisando importar dos Estados Unidos", afirma o analista.

O Egito estava desde fevereiro fora do mercado em função dos protestos que acontecem no país contra o governo do presidente Mohamed Morsi, mas, nesta terça-feira (2), realizou a compra de 180 mil toneladas de trigo da Ucrânia e da Romênia, a primeira em cinco meses. 

Além disso, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou a venda de 360 mil toneladas de trigo para a China. O volume deverá ser entregue ano comercial 2013/14. 

Interligados, os mercados vizinhos do trigo em Chicago, soja e milho, sentem também o bom momento do mercado e acabam sendo positivamente influenciados por essa notícia. O milho, no entanto, não foi capaz de segurar as altas registradas mais cedo e logo passou para o campo misto, atuando mais uma vez com intensa volatilidade.

Na sessão desta quarta, o mercado encerrou o dia com alta de 5,50 pontos para o contrato julho/13, o setembro com pequena baixa e os demais na estabilidade, sem variação. 

Feriado nos EUA - Na quinta-feira, 4 de julho, as bolsas não operam nos Estados Unidos e os negócios serão retomados na sexta-feira, às 10h30 (horário de Brasília), com a sessão regular. 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário