À espera do USDA e com clima incerto nos EUA, grãos fecham no misto
Na sessão desta quarta-feira (10), após uma sessão de intensa volatilidade, os futuros da soja fecharam o dia em campo misto na Bolsa de Chicago. Os primeiros vencimentos recuaram e o demais encerraram com pequenas altas.
O que o mercado observa agora, segundo analistas, é, principalmente, o andamento e a definição do clima nos Estados Unidos. A previsão para os próximos dias é de tempo quente e seco para importantes regiões produtoras do Cinturão do Milho.
No entanto, novos mapas climáticos indicam a possibilidade de um pouco mais de chuvas, o que fez o mercado se retrair um pouco e devolver parte dos ganhos registrados mais cedo, segundo explicou Glauco Monte, analista de mercado da FCStone.
Assim, a preocupação dos investidores e analistas com essas incertezas climáticas e de que forma irão impactar efetivamente sobre as lavouras norte-americanas. A preocupação aumenta depois que não só a soja, mas também o milho, foram plantados com significativo atraso este ano em função das chuvas excessivas e de baixas temperaturas durante o período ideal de semeadura.
Com isso, o mercado está cada vez mais sensível às informações sobre o clima nos Estados Unidos e as cotações dos grãos em Chicago, portanto, respondem prontamente a esse quadro. "O grande vetor para os preços nesse momento é o comportamento climático no Meio-Oeste dos EUA, no Cinturão de Produção norte-americano", explica o economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter.
Sobre o clima, Motter afirma ainda que é preciso se atentar também ás condições na China, que podem registar uma produção menor neste ano em função de algumas adversidades climáticas e, com isso, aumentar suas importações.
Já foram registrados alguns atrasos, alguns problemas, porém, nada que saia da normalidade. Entretanto, é preciso atenção também ao andamento do clima e ao desenvolvimento das lavouras na nação asiática que é maior produtora mundial de grãos.
Paralelamente, ainda há a influência do positivo cenário de fundamentos, que conta com uma demanda bastante aquecida, por parte principalmente da China - não só por soja, mas pelos demais grãos como milho e trigo, e da indústria norte-americana, que segue em busca de matéria prima. Ao mesmo tempo, a oferta disponível nos EUA é cada vez escassa, o que aperta, a cada dia, a relação entre a oferta e a procura.
Na sessão desta quarta-feira, o mercado internacional de grãos contou ainda com a espera pelo novo relatório mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga nesta quinta-feira, 11 de julho, às 13h (horário de Brasília).
Às véspera do reporte desses números, os investidores buscaram se posicionar da melhor forma, contribuindo para uma falta de direção definida para o andamento dos negócios em Chicago. Segundo Motter, o mercado espera por um boletim sem muitas novidades, com pequenos ajustes nos números de produção, depois da revisão das áreas de soja, milho e trigo feitas no final do último mês.
Para a produtividade e os estoques, os analistas não acreditam em grandes mudanças. "Se o relatório vier neutro, os boletins climáticos do meio-oeste norte-americano serão o grande vetor dos preços até o fim de agosto e começo de setembro”, explica o economista.
Com este cenário de clima incerto e espera pelo USDA, o milho e o trigo fecharam a sessão desta quarta-feira com oscilações pouco expressivas. O milho encerrou o dia no misto e o trigo com ligeira alta.
Veja como ficaram as cotações dos grãos no fechamento desta quarta (10):
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