Com leves altas, grãos tentam consolidar recuperação nesta 3ª

Publicado em 30/07/2013 08:25

Na manhã desta terça-feira (30), o mercado internacional de grãos opera em alta na Bolsa de Chicago. Por volta das 8h (horário de Brasília), os futuros de soja, milho e trigo operavam do lado positivo da tabela, depois de mais uma sessão de baixas registrada ontem. 

O mercado parece tentar consolidar uma recuperação na CBOT após sessões consecutivas de severas baixas na última semana, com o milho já registrando uma queda de 32% no ano. 

Outro fator que pesa sobre os preços, e segundo analistas, limita o  potencial de alta dos preços, é o bom cenário climático dos Estados Unidos durante o atual desenvolvimento da nova safra dos Estados Unidos. São registradas temperaturas bastante amenas e chuvas leves, o que cria condições ideais para a fase em que se encontram as lavouras. 

Já no trigo, porém, o mercado encontra sustentação na firme e crescente demanda de importantes importadores, como a China, o Japão e o Egito, por exemplo. 

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Soja e milho fecham em queda diante de clima favorável nos EUA

Na sessão desta segunda-feira (29), a soja fechou em queda nos principais vencimentos, registrando uma alta de 17 pontos apenas no vencimento agosto/13. Os demais contratos fecharam o dia perdendo entre 3,25 e 8,50 pontos na Bolsa de Chicago, pressionados pelas boas condições climáticas no Meio-Oeste dos Estados Unidos.

O cenário climático nos Estados Unidos é bastante favorável ao desenvolvimento da nova safra dos Estados Unidos e esse foi principal fator de pressão para as cotações não só da soja, como também do milho, no mercado internacional. Os preços do cereal encerraram o dia perdendo pouco mais de 2 pontos nos principais vencimentos. O sábado e o domingo foram de temperaturas amenas e chuvas leves, condições ideais para o bom desenvolvimento das plantações nas fases em que se encontram as plantações. 

"O mercado está precificando 100% do risco climático (...) Quando houve o risco de uma frustração nos rendimentos americanos, o mercado adicionou um prêmio de risco, e a medida que a situação foi se mostrando mais tranquila, com temperaturas mais amenas e um pouco mais de chuva, esse prêmio de clima foi retirado e hoje temos um preço para o novembro perto dos US$ 12,20 por bushel", disse o analista de mercado da FCStone, Étore Baroni. 

No entanto, o analista afirma ainda que é preciso acompanhar com cautela o desenvolvimento da nova safra e os números que são divulgados mensalmente pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seus relatórios de oferta e demanda. 

A produtividade da soja dos EUA é estimada pelo departamento - 50,45 sacas/hectare - é, na opinião de Baroni, muito alta diante do atraso pelo qual passou o plantio da nova safra e, para que se concretize, precisaria passar sem qualquer problema por todos os estágios. "E nós sabemos que não ocorreu assim, então, esse rendimento é um rendimento alto e eu acredito que o USDA poderia alterar isso", explica. 

Não só para Baroni, mas também para o analista da Safras & Mercado, Flávio França, a possibilidade de um repique de alta nos preços é cada vez mais estreita, haja vista que a previsão para os próximos dias é de que as boas condições climáticas permaneçam e contribuem para uma boa configuração da safra norte-americana. 

“Com exceção de alguma surpresa no clima ainda durante o mês de agosto, os preços da soja no segundo semestre devem ser mais baixos. No final do ano o mercado interno pode se descolar do mercado externo e ocorrer repique nos preços do Brasil, mas na Bolsa de Chicago isso não deve ocorrer”, acredita França.

Os analistas acreditam ainda que, no longo prazo, outro fator que pesa sobre o mercado internacional é a supersafra 2013/14 de soja que deverá ser produzida da América do Sul e a vigorosa colheita de milho desse ano. Só no Brasil, o incremento na área de plantio da oleaginosa deverá registrar um incremento de 3,7% e a produção pode chegar a 88 milhões de toneladas. 

Diante desse quadro, para Étore Baroni, o produtor brasileiro deve se atentar ao caminhar dos preços e, caso o mercado registre bons momentos de alta, realize parte de suas vendas da nova temporada. tentando garantir bons níveis de preços antes da entrada efetiva da nova safra americana. 

"A medida em que vemos altas momentâneas em Chicago é sim momento de venda para o produtor ir avaliando e realizando suas operações caso ainda não as tenha feito", acredita Baroni.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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2 comentários

  • Liones Severo Porto Alegre - RS

    Não vendemos nem compramos clima ou chuvas e os produtores sabem que se consegue apenas 1 safra cheia em cada 10 safras. Portanto, safra recorde americana é apenas uma falácia. Tem forte redução de área nas lavouras americanas, apenas na Dakota do Norte tem uma redução de 4 milhões de acres entre soja e milho. Ademais é completamente duvidoso que tenham conseguido plantar o double-crop após a colheita do trigo, que foi super atrasada. Quem tem que correr para comprar são os consumidores que tem escala de consumo diário. Com nossa produção nós somos a força.

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  • Liones Severo Porto Alegre - RS

    Se os produtores brasileiros optarem por realizar vendas de soja a qualquer preço, estarão abdicando dos preços mais elevados. Toda venda realizada pelos produtores e a consequente compra pelas tradings/industrias implica numa venda correspondente de futuros na Bolsa de Chicago. Começariam então a limitar o avanços do preços. O Brasil é o maior exportador de soja mundial e precisa ter regras definidas para melhor aproveitamento de receitas. O mundo precisa de nossa soja e se resistirmos aos preços baixos ou insuficientes, poderemos ter receita compatível com o aumento dos custos. Temos que aprender a barganhar com nossa grandeza.

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