Soja tem correção técnica nesta 3ª e opera em baixa na CBOT

Publicado em 20/08/2013 12:08

Após a intensa alta registrada ontem pelo mercado internacional de grãos, os preços registram um movimento de realização de lucros na sessão regular desta terça-feira (20) na Bolsa de Chicago. Os futuros da soja, por volta das 11h30 (horário de Brasília), perdiam mais de 13 pontos nas principais posições. Milho e trigo também operavam em campo negativo, porém, com perdas menos intensas, uma vez que o avanço registrado no pregão anterior também foi menos expressivo nos últimos dias. 

Segundo analistas, este movimento de correção técnica é natural do mercado frente ao rápido ganho dos últimos dias. "O vencimento setembro/13 subiu US$ 1,40 nos últimos dias oito pregões, isso é muito e foi muito rápido", explicou Vinícius Ito, analista da Jefferies Corretora, de Nova York. A tentativa do mercado, ainda segundo o analista, é de buscar uma estabilidade, um caminho melhor definido, por isso, esse movimento de realização . 

Outros fatores que justificam a realização de lucros é a espera do mercado pela ata da reunião do Federal Reserve, o Banco Central Norte-Americano, que será divulgada nesta quarta-feira (21) e também de previsões de chuvas para o Meio-Oeste norte-americano para esta quinta e sexta-feira indicadas pelo modelo climático europeu. 

"Essas chuvas estão mais no calendário do que acontecendo mesmo", disse Ito. O analista afirma ainda que, para que o mercado volte a cair mais e expressivamente, é preciso que chova em importantes regiões produtoras dos EUA. As precipitações esperadas são para estados importantes no noroeste do Cinturão do Milho, como Iowa e Minesotta. 

No entanto, apesar disso, Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, afirma que esse pregão é bastante técnico, já que até mesmo a redução dos índices de lavouras de soja e milho em boas condições divulgado ontem pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) foram "ignoradas". Os números para a soja caíram de 64 para 62% em uma semana e, para o milho, de 64 para 61%. 

Assim, o consultor afirma que, nesse momento, principalmente para a soja, o mercado ainda se encontra com boas perspectivas para os preços frente aos problemas climáticos que podem, ainda, prejudicar o desenvolvimento e produtividade das lavouras, exercendo pressão altista para os preços. 

Além disso, com essas expectativas de uma safra menor dos Estados Unidos e uma demanda ainda mais ativa e aquecida, o sentimento da escassez de soja também poderia voltar à atenção do mercado e ajudar no estímulo às cotações. "Ainda temos algumas semanas pela frente de período considerado de pico de entressafra mundial, e nesse período pode haver um sentimento de escassez de oferta e isso pode trazer uma evolução nas cotações", disse Brandalizze. 

Essa falta de produto frente a um procura grande por soja tida como um dos principais fatores para a recuperação dos preços é confirmada também por Liones Severo, consultor do SIMConsult. Severo diz ainda que nem mesmo a alta do dólar deverá reduzir a compra de países emergentes, os quais deverão apenas esperar por um momento mais calmo dessa intensa valorização da moeda norte-americana para voltar às compras. 

No entanto, o consultor também afirma que é preciso acompanhar a evolução do clima norte-americano e que a baixa vista hoje nada mais é do que uma realização de lucros, reflexo ainda do significativo movimento de baixa visto no mercado há algumas semanas, quando a previsão era de uma grande safra - de mais de 93 milhões de toneladas - vinda dos EUA. 

O consultor coloca também boas vendas de soja feitas por Brasil e Argentina como mais um fator que deixa o mercado um pouco mais pesado. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • João Biermann Tapera - RS

    Aqui no RS teve lote hoje a R$ 63,00 (entrega em abril pagamento em maio), bom sinal para a próxima safra... E já é um preço que garante, se não uma excelente margem, mas uma boa lucratividade, pra quem se organizou e comprou os insumos antes dessa alta do dólar (que ainda não foi tão sentida, mas quando as empresas/cooperativas tiverem que repor os estoques vai pesar).

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