Impasse nos EUA continua e grãos operam de lado em Chicago

Publicado em 15/10/2013 08:33

Na manhã desta terça-feira (15), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago operam buscando um caminho e registram ligeiras baixas, após o fechamento positivo da sessão anterior. O mercado ainda opera sem direção e sem a referência dos números oficiais do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e, por volta das 8h (horário de Brasília), os vencimentos mais negociados perdiam entre 0,25 e 3,25 pontos. 

Apesar das chuvas previstas para os próximos dias e as que já foram registradas nas últimas semanas no Meio-Oeste americano, a colheita tem avançado, o que faz com que o mercado sinta a pressão sazonal da nova oferta dos Estados Unidos. Os números sobre o avanço dos trabalhos de campo ainda são divergentes e variam de 35 a 60% para a soja. 

Ao mesmo tempo, os índices de produtividade oficiais também são esperados pelos traders e investidores, uma vez que aqueles que vêm sendo apresentados por consultorias privadas também divergem. Entre os principais estados produtores, há muito contraste entre o rendimento e isso também tira do mercado uma estimativa para a produção dos EUA mais próxima da realidade. 

Também buscando uma direção, os futuros do milho e do trigo operam próximos da estabilidade, com movimentações pouco expressivas, já que o volume de negócios em Chicago está bem menor do que o normal. A aversão ao risco permanece no mercado, principalmente no financeiro, uma vez que os investidores ainda observam com atenção a falta de solução para o impasse político nos Estados Unidos. 

Republicanos e democratas ainda não chegaram a um acordo sobre a elevação do teto da dívida do país a poucos dias do término do prazo, antes que os EUA entrem em default. 

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira (14):

Soja fecha em alta com colheita atrasada nos EUA e demanda

Nesta segunda-feira (14), a soja encerrou o dia em alta na Bolsa de Chicago. Nesta sessão regular, os ganhos dos principais vencimentos da oleaginosa ficaram entre 5 e 6,25 pontos, depois de operar durante todo o tempo em campo positivo e, mais cedo, registrar ganhos de dois dígitos. Milho e trigo também encerraram o dia no azul. 

O mercado encontrou suporte nas previsões climáticas para os Estados Unidos indicando chuvas para os próximos dias que poderiam comprometer a evolução da colheita no país. Além disso, segundo o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, afirma que, notícias sobre a demanda também deram suporte aos preços. A China, nos últimos dias, teria comprado mais de 1 milhão de toneladas de soja e mais de 1 milhão de toneladas de milho dos EUA. 

Chuvas podem causar um atraso ainda maior na colheita nas regiões leste e central do Corn Belt pelos próximos dois dias. Já para as próximas duas semanas, a preocupação maior é com a região do Delta, segundo informações do instituto norte-americano Commodity Weather Group. 

O site Accuweather, também dos EUA, reportou que o clima de tempestade em movimento, vindo das Montanhas Rochosas, poderá levar chuva, rajadas de vento e granizo aos estados da Dakota do Norte e Texas, além da Dakota do Sul e Minnesota. Para esta semana, de acordo com as previsões do instituto DTN, há um risco significante de fortes chuvas para o Meio-Oeste norte-americano. Depois das chuvas, a região deverá registrar também um clima mais frio, aumentando ainda mais o risco de atraso para a colheita.

Porém, a real evolução da colheita ainda é uma incógnita para o mercado. Sem a referência oficial do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), já que  governo americano ainda está paralisado, os investidores se baseiam em informações de consultorias privadas e levantamentos de agências para dar continuidade aos negócios em Chicago, que já registram menor volume. 

Para Maurício Correa, analista de mercado do SIM Consult, agora nos EUA é uma fase em que a colheita de soja deve se aproximar dos 40%, "ponto onde o mercado tende a se estabilizar". Para o analista, porém, as chuvas que chegam ao Meio-Oeste americano só começariam a causar problemas caso permaneçam por mais dias. "E ainda precisamos confirmar quais os níveis dessas chuvas", completa. Mas Correa afirma que esse ainda é um fator altista e, caso se mantenha, deve completar o quadro positivo para os preços, uma vez que a segunda metade de outubro é um período de alta para as cotações. 

Um indicativo da agência Reuters mostrou que a colheita da soja, até o último domingo (13), já estaria concluída em algo entre 35 e 40% da área, em relação aos 58% da média dos últimos cinco anos. Ao mesmo tempo, o coordenador de agronegócios do Grupo Paranaense de Comunicação, Giovani Ferreira, esteve no Corn Belt há algumas semanas e estima que cerca de 60% da colheita já esteja realizada nos EUA.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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