Soja volta a subir por demanda e tem bons ganhos em Chicago
O mercado internacional da soja já não tem mais novidades que possam estimular movimentos mais expressivos e, nesta quarta-feira (4), registra mais uma sessão de volatilidade na Bolsa de Chicago. Depois de ter registrado boas altas na manhã de hoje, as cotações voltaram a recuar e, por volta das 11h57 (horário de Brasília), trabalhavam em campo negativo, porém, próximo das 14h, o mercado retomou as altas e registrava ganhos de dois dígitos. "Já estamos presenciando um mercado típico de final de ano", explica Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting.
De um lado, o mercado encontra suporte na demanda mundial ainda muito aquecida, principalmente por parte da China. A nação asiática mantém seu ritmo de compras forte e constante. Ao mesmo tempo, as condições favoráveis de clima na América do Sul até o momento reforçam as indicações de uma safra recorde e pesam sobre o mercado.
Esse quadro, no entanto, já é conhecido pelos investidores e traders que, nesse momento, precisam de novas informações para que patamares de preços como os de US$ 13,50 sejam atingidos e rompidos, segundo Brandalizze, e que, em seguida, se encaminhem para os US$ 14 por bushel. Além disso, os fundos de investimento agora já começam a se manter mais na defensiva, sem arriscar muito seus movimentos e realocando suas posições de forma a garantirem seus lucros, segundo Brandalizze.
"Os fundos precisam agora começar a apresentar lucros, ganhos, e para isso, eles vendem algumas posições e evitam movimentos muito arriscados. O mercado agora precisa de novidades, as quais poderiam chegar com informações sobre o clima na América do Sul no início de janeiro, período em que podem ser registrados veranicos em algumas partes do Brasil e chuvas fortes na Argentina. Ou, novidades sobre a demanda", diz.
Essa movimentação é tida como técnica e pontual, de acordo com o consultor em agronegócio Ênio Fernandes, com o primeiro vencimento - janeiro/14 - se mantendo no intervalo entre US$ 13 e US$ 13,50. "Quando se aproxima dos US$ 13,50, há vendedores, que fazem o mercado cair, e ao se aproximar de US$ 13, aparecem esses mesmos vendedores comprando posições, fazendo o mercado subir", explica.
Outro fator que poderia voltar a estimular expressivamente o mercado seriam os produtores, tanto no Brasil e Argentina como nos Estados Unidos, evitando realizar muitas vendas, diminuindo a pressão de oferta sobre os preços. "É preciso parar a venda norte-americana e estimular a sulamericana, isso quer dizer que, a única ferramenta que poderá fazer isso é a alta dos preços. Assim, há uma inibição dos compradores e um estímulos às vendas por parte das origens, e é por isso que o mercado deve tentar quebrar os US$ 13,50", diz Fernandes.
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