Soja opera com leve alta se recuperando da realização de lucros
A soja opera em alta nesta quarta-feira (11) na Bolsa de Chicago. O mercado se recupera depois da realização de lucros registrada ontem, quando o mercado observou um relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sem novidades. Milho e trigo tambem operam com ligeira alta.
Segundo analistas, o mercado segue sem rumo já que o quadro de estoques apertados nos Estados Unidos e a demanda mundial bastante aquecida já é conhecido, bem como as condições favoráveis ao desenvolvimento das lavouras na América do Sul.
Assim, o mercado ainda aguarda por novidades para definir uma direção e registrar movimentos mais expressivos.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira
Soja e Milho: mercado tem USDA morno e fecha com leve baixa na CBOT
Nesta terça-feira (10), após a divulgação do relatório mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os futuros da soja encerram a sessão regular com ligeiras quedas na Bolsa de Chicago.
Os números principais vieram em linha com o esperado, principalmente sobre as exportações e os estoques norte-americanos e, segundo Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, não causaram um impacto muito expressivo sobre os negócios no mercado internacional da oleaginosa.
Os estoques foram revisados para baixo, passando de 4,63 milhões para 4,08 milhões de toneladas. Apesar do recuo, como explica o consultor, o volume veio dentro das expectativas e não traz novidades aos negócios. Ao mesmo tempo, as exportações dos EUA foram estimadas em 40,14 milhões de toneladas contra as 39,46 milhões de toneladas do boletim de novembro.
"O USDA foi conservador nas exportações dado o ritmo em que estão acontecendo as vendas norte-americanas. As vendas estão acima da média e são recordes", diz Brandalizze. Além disso, ele diz ainda que a manutenção das importações de soja da China - em 69 milhões de toneladas - também favoreceram o movimento pouco expressivo do mercado. "Esses números não condizem com a realidade da China. Há consultorias que acreditam que as compras chinesas poderiam chegar a 71 milhões de toneladas nesse ano safra. No último trimestre, as compras tiveram um recorde histórico", completa.
Assim, Brandalizze acredita que o mercado continua estável, porém, sem rumo, já que ainda não conta com novidades que possam estimular oscilações mais expressivas nesse momento. Entretanto, afirma que os fundamentos ainda são os mesmos e são positivos. Os estoques norte-americanos estão cada vez menores e a demanda segue agressiva, cenário que dá suporte, principalmente, aos meses mais curtos, com os valores acima dos US$ 13 por bushel.
Por outro lado, o mercado observa ainda as boas expectativas para a safra da América do Sul, com reflexo no aumento de 1 milhão de toneladas na produção de soja da Argentina - o que pressiona o mercado de forma mais significativa no médio prazo. "Esse aumento anulou o estímulo da redução dos estoques dos EUA e do aumento das exportações norte-americanas, fazendo o mercado realizar lucros sobre os momentos de alta registrados ao longo do dia", disse Brandalizze. Assim, o consultor acredita que os vencimentos "médios" devem oscilar entre US$ 12,40 e US$ 12,80 por bushel até que haja uma definição da produção sulamericana.
Milho - Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago também fecharam o dia no vermelho, porém, com ganhos bem pouco expressivos. O mercado observou de forma positiva a redução dos estoques norte-americanos, o aumento das exportações e a elevação do uso do cereal na produção de etanol. "O mercado viu que aquela possível diminuição de etanol na mistura dos combustíveis pode não emplacar em 2014", acredita Brandalizze.
Assim, sendo o USDA um órgão conservador, o consultor acredita que esse aumento das exportações e do consumo interno indicam que os próximos boletins deverão registrar também uma elevação, podendo dar alguma sustentação aos preços.
Porém, ao mesmo tempo, o USDA trouxe também um aumento da safra mundial de milho, com projeções maiores para a Ucrânia e Leste Europeu, importantes produtores do cereal, o que também acabou neutralizando os momentos positivos do mercado.
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