Soja: com falta de novas informações, mercado opera sem tendência
O mercado internacional da soja ainda opera sem tendência na Bolsa de Chicago e, nesta segunda-feira (16) registra um ligeiro recuo. Apesar de o movimento negativo ser uma continuação das quedas registradas no final da última semana, analistas afirmam que este é um movimento pontual e que não deve durar muito tempo, uma vez que, entre os fundamentos, nada mudou.
Os rumores de que a China poderia efetivar uma substituição da origem da soja, cancelando compras nos Estados Unidos e recomprando os volumes na América do Sul, principalmente Brasil e Argentina, ainda causam algum reflexo negativo nos preços e acaba tirando a força do mercado, limitando um potencial maior de alta. Por outro lado, alguns analistas acreditam que esses "cancelamentos", em movimentos chamados de wash outs não deverão acontecer dada a grande necessidade chinesa da oleaginosa.
Outro fator que pressiona os preços, segundo o analista da Agrinvest, João Schaffer, é a possibilidade de que o governo argentina lançar linhas de crédito à tradings que podem ser repassadas aos produtores. "Nós já podemos ver o produtor argentino com uma oferta de soja maior, o que trouxe uma pressão para o mercado na semana passada", explica.
Ao mesmo tempo, os elevados estoques de óleo de palma na China divulgado nesta segunda (16) também pesam sobre o mercado. "Nós vemos que a China está com uma posição bastante comprada em soja norte-americana e nós temos, sazonalmente, o recebimento dessa soja entre novembro e dezembro. Então, o preço interno chinês, tanto do farelo e óleo como da soja em grão, têm esse momento de queda, trazendo também essa pressão para o mercado em Chicago", diz Schaffer.
O que impede, no entanto, que os preços recuem mais nesse momento na CBOT, ainda segundo o analista, são os fundamentos bastante consistentes, dado os apertados estoques norte-americanos frente à uma demanda mundial bastante agressiva. Assim, com mais essa força no mercado, a volatilidade continua bastante latente entre os negócios, acentuada pelas expectativas no mercado financeiro. Nesta terça-feira (17), começa a reunião do Federal Reserve (Fed - o banco central norte-americano) sobre o futuro dos estímulos à economia do país e os investidores esperam por essas definições para se posicionar.
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