Grãos iniciam a semana com negócios mornos na Bolsa de Chicago
Os preços da soja recuam levemente na manhã desta segunda-feira (3). Os principais vencimentos da commodity perdiam, por volta das 7h40 (horário de Brasília), entre 2,25 e 3,50 pontos no pregão eletrônico na Bolsa de Chicago. No mesmo momento, os futuros do trigo e do milho operavam em campo positivo, com ligeiras altas.
O mercado registra mais uma sessão de negócios mornos e sem oscilações expressivas. Os investidores parecem aguardar por novidades sobre a safra da América do Sul e também de sobre o mercado financeiro. Apesar das expectativas de uma colheita recorde no Brasil e na Argentina, ambos os países sofrem com o clima muito quente e seco em importantes regiões produtoras.
Já os ganhos do milho, de acordo com informações da agência internacional Bloomberg, são justificados por uma demanda maior pelo grão norte-americano. Assim, durante a madrugada, os preços alcançaram o mais alto patamar em três semanas. Na última sexta-feira (31), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou a venda de 110 mil toneladas de milho para a Espanha, e mais duas vendas, de 127 mil e 119,888 mil toneladas, para destinos desconhecidos.
Veja como fechou o mercado nesta sexta-feira:
Grãos: Mercado fecha semana em alta na Bolsa de Chicago
O mercado da soja fechou a sessão regular desta sexta-feira (31) em alta na Bolsa de Chicago. Os preços chegaram a operar em campo misto por um tempo, porém, a commodity conseguiu sustentar a recuperação e dar continuidade às altas registradas no pregão anterior. O milho e o trigo também encerram em terreno positivo.
Assim, os ganhos dos principais vencimentos foram de 5 a 7 pontos. O contrato março/14, o mais negociado nesse momento, fechou os negócios valendo US$ 12,82 por bushel, enquanto o maio/14, referência para a safra brasileira, terminou o dia valendo US$ 12,68, registrando alta de 7,50 pontos.
Segundo analistas, a demanda segue como o principal fator de alta para os preços da soja nesse momento no mercado internacional, aliada à falta de produto nos Estados Unidos, a superada meta de exportações, os embarques acelerados e os estoques historicamente ajustados.
O que exerce uma pressão pontual sobre os preços, no entanto, são as expectativas de que a América do Sul pode vir a colher uma safra recorde nesta temporada. Porém, produtores rurais de diversas localidades já vêm registrando perdas de produtividade em função da onda de calor excessivo que atinge o Brasil nas últimas semanas.
Uma reportagem da agência Reuters aponta que este tem sido o janeiro mais quente da história no Brasil em diversas regiões do país. A onda de calor e mais uma severa estiagem tem causado temores de falta d'água, danos na produção agrícola e contas de energia mais caras, o que poderia pressionar a economia do país em um ano eleitoral. Fontes oficiais, no entanto, afirmam que o quadro presente não configura uma crise ainda.
Os meteorologistas, porém, não estão otimistas sobre uma mudança muito cedo. "Este é o janeiro mais quente e seco que já tivemos e não há expectativas de que essa onde de calor acabe nas próximas duas semanas", disse o meteorologista da Somar Meteorologista, Celso Oliveira. Alguns profissionais acreditam que esse calor intenso possa estar ligado a padrões atmosféricos incomuns.
Para alguns analistas, portanto, essas temperaturas altíssimas em conjunto com a falta de chuvas, ou precipitações localizadas e de pouco volume, poderiam causar significativas perdas na produção brasileira, com o volume de soja podendo não se chegar mais às 90 milhões de toneladas, o que poderia ser um fator positivo para os preços. O adido do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no Brasil estimou, em seu último boletim, a safra em 89,5 milhões de toneladas.
Milho e Trigo - Os ganhos do milho, por outro lado, foram justificados pelos analistas pela dificuldade de escoamento nos Estados Unidos por conta do frio excessivo e pelos meios de transporte comprometidos pela neve. Os principais vencimentos fecharam a sexta-feira subindo pouco mais de 0,50 ponto.
Já no caso do trigo, o ligeiro avanço foi uma tentativa de buscar uma estabilidade para as cotações depois do recente e expressivo recuo registrado em Chicago.
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