Mesmo com realização de lucros, soja segue firme em Chicago
Na sessão regular desta quarta-feira (5), o mercado da soja opera em queda na Bolsa de Chicago. O mercado volta a realizar lucros após as fortes altas registradas nas última sessões. Além disso, as informações de que a China teria feito o movimento de washout (troca de origens) de 245 mil toneladas de soja comprada nos EUA também pressiona o mercado.
Os boatos de washouts começaram a pesar sobre as cotações ainda pela manhã de hoje, porém, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) só confirmou-os há pouco, depois que exportadores privados reportaram as notícias ao órgão.
Outro fator que pressiona o mercado da soja em grão também é a baixa registrada nos contratos futuros do farelo. As posições do subproduto também passam por uma correção técnica, têm uma ligeira volatilidade e acabam pressionando os preços no pregão de hoje.
Assim, por volta das 13h40 (horário de Brasília), os contratos mais negociados no momento perdiam entre 5 e 12,50 pontos. O vencimento maio/14, referência para a safra do Brasil, era cotado a US$ 14,10 por bushel.
A confirmação dessa notícia do washout, no entanto, não deve trazer um grande impacto ao mercado, de acordo com os analistas. Como explicou Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o volume confirmado para essa troca de origens é "insignificante" frente à escassez de soja vivida nos Estados Unidos.
Até o final do ano safra, os EUA teriam somente mais 5 milhões de toneladas da oleaginosa para embarcar, haja vista que o volume de produto embarcado no acumulado da temporada já é de 36,9 milhões de toneladas frente a uma projeção de exportações do USDA de 41,1 milhões de toneladas. O total corresponde, portanto, a 90% das vendas dos Estados Unidos.
Além disso, já mais de 43 milhões de toneladas de soja comprometidas, o que agrava ainda mais a situação, já que, caso não sejam confirmados mais washouts, os estoques norte-americanos que já estão apertados poderão se ajustar ainda mais e ficar abaixo de 3,4 milhões de toneladas (125 milhões de toneladas), número considerado um nível de segurança.
Assim, ainda de acordo com Brandalizze, o mercado precisaria de uma série de movimentos como esse, que caracterizariam a transferência da demanda para a América do Sul, para causar um impacto mais expressivo sobre os negócios na Bolsa de Chicago. O volume a sofrer essa troca de origem que é esperado pelos norte-americanos seria próximo de 2 milhões de toneladas para manter os estoques em níveis não tão preocupantes.
Diante disso, e das preocupações com a safra da América do Sul que vem sofrendo por conta de condições climáticas adversas, o mercado e os investidores agora buscam um patamar de preço que possa restringir o apetite, ainda muito voraz, da demanda pela soja norte-americana.
"O mercado ainda não encontrou esses número que possa paralisar as vendas americanas, e ele está esperando novas informações dessas vendas para se movimentar. (...) Esse é um mercado extremamente firme", diz Ênio Fernandes, consultor em agronegócio.
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