Soja: Mercado tem dia positivo e altas de dois dígitos em Chicago

Publicado em 29/04/2014 18:18

Na sessão desta terça-feira (29), a soja fechou os negócios em campo positivo e registrando altas de dois dígitos nos contratos mais negociados. Os ganhos foram de 11,75 e 17,25 pontos e o vencimento julho/14 encerrou o dia valendo US$ 15,17 por bushel, e o setembro, ficou em US$ 13,13. 

O mercado, segundo explicaram analistas, segue refletindo os fundamentos, principalmente sobre a demanda pelo produto dos Estados Unidos. Os estoques disponíveis do país se encontram em níveis historicamente baixos e as vendas e embarques norte-americanas estão acontecendo em ritmo bastante acelerado. 

Segundo o último boletim de embarques semanais divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o total de soja embarcado já passa de 41 milhões de toneladas, enquanto a projeção do departamento para as exportações em todo o ano safra são de 43 milhões de toneladas. A temporada comercial, no entanto, só se encerra em 31 de agosto. 

"O mercado não conta com novidades, mas o fato de não haver notícias se movimentos de washouts por parte da China já reforça o que sabemos e a importância dessa demanda. Além disso, os estoques disponíveis dos EUA permanecem baixos", explica Steve Cachia, analista de mercado da Cerealpar. 

Especulações sobre o clima nos Estados Unidos também começam a ganhar parte da atenção dos investidores. As previsões indicam a continuidade de um tempo mais úmido e frio para o Meio-Oeste norte-americano nas próximas semanas, o que poderia prejudicar o bom andamento do plantio da nova safra do país. 

Em Madison, capital do estado de Wisconsin, o tempo ficará nublado e há possibilidade de precipitações nos próximos 10 dias, conforme previsões do site internacional de meteorologia, AccuWeather. As temperaturas deverão ficar entre 11ºC até 18ºC. Já em Des Moines, em Iowa, também há possibilidade de chuvas nos próximos dias. 

Mercado Interno

o avanço dos preços em Chicago nesta terça-feira motivou uma movimentação mais expressiva dos negócios no mercado interno brasileiro. Assim, quase todas as principais praças de comercializaçao do país atingiram um melhor ritmo de vendas. 

Entretanto, ainda assim se registra uma demanda muito firme pela soja brasileira. somente no primeiro trimestre desse ano, a China foi responsável por 83% dos embarques realizados pelo Brasil, o que equivale a 7,5 milhões de toneladas, e do total, 37% foi de soja de Mato Grosso, de acordo com números do Imea (Insitituto de Economia Agrícola Mato-grossense). A média de preços praticados no mercado de Mato Grosso é de R$ 53,87 por saca, sendo 16% maior do que a registrada no mesmo período de 2013.

Nesse ano, ainda de acordo com informações da entidade, os gargalos logísticos na infraestrutura do Brasil foram sentidos com menos intensidade nessa temporada e estimularam as compras dos importadores feitas no Brasil. 

Milho: Índice de plantio nos EUA e previsão de chuvas garantem mais um dia de alta em Chicago

Por Fernanda Custódio

Na Bolsa de Chicago (CBOT), as cotações futuras do milho fecharam o pregão desta terça-feira (29) do lado positivo da tabela. Pelo terceiro dia, as principais posições do cereal encerraram em alta, com ganhos entre 5,25 e 8 pontos. O vencimento maio/14 registrou valorização de 1,6%, em relação ao dia anterior, e fechou a sessão cotado a US$ 5,15 por bushel. 

De acordo com o analista de mercado da New Agro Commodities, João Pedro Corazza, as cotações do milho foram impulsionadas de plantio do grão nos EUA, que até o último dia 27 alcançou 19% da área projetada, conforme informações do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). E os participantes do mercado, aguardavam um número ao redor de 30% da área cultivada.

Ainda de acordo com dados do departamento norte-americano, na última semana o percentual da área semeada com o grão era de 6%. Já no mesmo período do ano passado, o plantio estava completo em apenas 5% da área, porém a média dos últimos cinco anos é de 28%. Com 64% da área cultivada, o Texas é o estado mais adiantado no plantio.

De acordo com informações divulgadas pela agência internacional Bloomberg, as condições climáticas devem ser desfavoráveis aos trabalhos nos campos e plantio no Centro-Oeste norte-americano, esta semana, com condições de chuvas e temperaturas mais frias. E não há uma boa oportunidade para a continuidade do cultivo do milho nos EUA durante os próximos 7 a 10 dias.

Em Madison, capital do estado de Wisconsin, o tempo ficará nublado e há possibilidade de precipitações nos próximos 10 dias, conforme previsões do site internacional de meteorologia, AccuWeather. As temperaturas deverão ficar entre 11ºC até 18ºC. Já em Des Moines, em Iowa, também há possibilidade de chuvas nos próximos dias. 

"Mas se o clima melhorar, os produtores rurais norte-americanos poderão fazer o plantio do milho dentro da janela ideal, que termina no final do mês de maio. No entanto, caso as condições climáticas sejam desfavoráveis, o grão pode perder mais área para a cultura da soja", alerta o analista.

Do lado fundamental, a demanda pelo produto norte-americano segue firme, uma vez que em outras origens como Argentina e Brasil as vendas seguem lentas. Ainda nesta segunda-feira, o USDA divulgou que as vendas semanais somaram 1,156.332 milhões de toneladas na semana encerrada no dia 24 de abril, contra 1,633.180 toneladas reportadas anteriormente. 

Frente a esse cenário, o analista ainda destaca que, os preços em Chicago tendem a permanecer próximos de US$ 5,00 por bushel.

Mercado interno

O cenário permanece sem grandes alterações no mercado interno brasileiro, uma vez que, os produtores estão capitalizados e seguram as vendas à espera de melhores cotações. Na outra ponta, os compradores saem do mercado e esperam uma oferta maior no segundo semestre, com o avanço da colheita da safrinha.

Com isso, a comercialização da safra permanece em ritmo lento, mas os preços do produto continuam sustentados. O Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia e Agropecuária) informou que no MT, as vendas são lentas frente à produtividade incerta das lavouras do cereal.

Além disso, a diferença entre os preços futuros, registrados na última semana no estado, com média de R$ 15,40/saca, para entrega em agosto e pagamento e setembro, também contribui para diminuir o ritmo das negociações. A situação se repete no PR, onde a comercialização da safrinha atinge 2% da produção, conforme dados do Deral (Departamento de Economia Rural). 

A tendência para os 4 a 5 meses é de estabilidade nos preços, com o mercado equilibrado e sem prevalecer nenhuma das pontas da cadeia, compradora ou vendedora, segundo o pesquisador do Cepea, Lucílio Rogério Alves. 

Ainda na visão do analista de mercado, os produtores brasileiros ainda terão boas oportunidades para negociar a produção de milho. “Mas é necessário fazer as contas e calcular os custos de produção e a margem de lucro, também é preciso ressaltar que o mercado é muito volátil”, orienta Corazza.

Desde o final do ano passado, as cotações do cereal já subiram em torno de 15% a 18% em algumas praças, frente às projeções que indicam uma redução na produção da safrinha. As projeções para a safra brasileira de milho ainda são divergentes, muitos analistas acreditam em uma produção ao redor de 70 até 76 milhões de toneladas, mas a expectativa é que esse número fique próximo de 74 até 75 milhões de toneladas.

Em relação à safra, a colheita da safra de verão está chegando ao fim em importantes regiões produtoras. No PR, a colheita já atinge 91% da área cultivada nesta safra, ainda segundo informações do Deral. Já a Emater/RS, informou que no RS a colheita já alcança 75% da área e a produtividade média gira em torno de 95 sacas por hectare. 

Na safrinha, as lavouras apresentam boas condições, especialmente nos estados de MS e GO. Na contramão desse quadro, a produtividade ainda é incerta nos dois maiores produtores, o PR e MT. Analistas afirmam que, as fortes chuvas registradas no estado paranaense na fase de pendoamento da cultura podem ter prejudicado a polinização e, consequentemente a produtividade. 

No MT, mesmo com as precipitações até o momento grande parte do milho está em fase de pendoamento, estágio onde a água é fundamental e determinante para garantir um bom rendimento das plantas. Entretanto, algumas cidades já começam a sofrer com a ausência de chuvas, como é o caso de Tapurah, onde não chove há mais de 20 dias. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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