Soja: sem novidades, cotações operam próximas da estabilidade em Chicago
Nesta quinta-feira (15), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham com ligeiras altas no pregão eletrônico. Sem novidades, as cotações oscilaram durante a madrugada entre o positivo e o negativo, mas sem se distanciar dos números finais de ontem. Julho/2014 , por exemplo, no pior momento da sessão perdeu pouco mais de 2 pontos, chegou a subir 7 pontos e por volta das 9h (Brasília) as cotações registravam para julho/2014 recuo de 0,75 pontos cotada a US$14,86/bushel, Agosto/2014 era negociado a US$14,15/bushel com queda de 0,25 pontos e novembro/2014 subia 2 pontos a US$12,24/bushel.
Nos últimos pregões o mercado da oleaginosa tem buscado um direcionamento, conforme afirma o economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter. De um lado, os fundamentos permanecem sólidos em curto prazo, com estoques apertados nos EUA, cerca de 3,54 milhões de toneladas, e a demanda segue forte, sem sinais de enfraquecimento.
"Temos uma recomposição da demanda, depois de rumores de cancelamento de compras por parte da China. Os números da nação asiática mostram a demanda firme, com importações de 6,5 milhões de toneladas em abril", explica o economista.
E as projeções apontam para um volume recorde de importações pelos chineses, que podem alcançar o nível de 7,4 milhões de toneladas em maio, conforme dados da Oil World. Até o final da safra 2013/14, a estimativa de compras é de 70,7 milhões de toneladas, crescimento de 18% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Além disso, nesta última quarta-feira, informações divulgadas por agências internacionais relatam que, a maior empresa compradora de soja da China, Shandong Sunrise Group, não irá desfazer seus contratos de comprar, apesar de estar enfrentando grandes prejuízos. A Sunrise responde por 12% das importações da nação asiática, que por sua vez, responde por 60% do comércio global da oleaginosa.
Entretanto, a expectativa de uma grande safra norte-americano, 98,93 milhões de toneladas, conforme projeção do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e o avanço no plantio, de 5% para 20% até o dia 11 de maio, são fatores negativos aos preços futuros. "E a boa implantação da lavoura é o primeiro passado para se ter uma boa produção", completa Motter.
Ainda na visão do economista, a promessa de maior oferta no futuro acaba tirando o direcionamento do mercado, apesar da situação apertada entre estoques e demanda nos EUA. A tendência é que o mercado permaneça se comportando dessa forma nos próximos meses e a cada pregão um desses segmentos poderá ser decisivo na formação nos preços no dia, de acordo com Motter.
Ainda assim, é preciso observar as condições climáticas nos EUA, que podem influenciar no tamanho da safra. Nos últimos três anos, todos os países produtores no mundo registraram problemas em relação ao clima.
Paralelo a esse cenário, o Goldman Sachs divulgou projeção e manteve uma visão pessimista sobre as perspectivas para os preços das commodities agrícolas. No caso da soja, a previsão é que os preços baixem para US$ 10,50 por bushel, no prazo de seis meses. Já para o milho, a projeção indica cotações de US$ 4,00 por bushel, no mesmo período.
Mercado interno
No mercado interno brasileiro, o volume de negócios ainda é baixo. Apesar do bom ritmo dos embarques do produto em torno de 23 milhões de toneladas esse ano, devido ao bom tempo no litoral do país, os produtores esperam uma melhora nos preços, uma vez que a combinação de preços de Chicago mais o câmbio ainda não é a desejada pelo agricultor, conforme diz o economista.
No Porto de Paranaguá, a saca da oleaginosa é negociada entre R$ 70,00 e R$ 70,50. Já no Oeste do Paraná, o valor do mercado de lote gira em torno de R$ 66,00 até R$ 66,50 pela saca. "Porém, as projeções climáticas para os EUA, embora não se confirmem irão trazer uma ração no mercado e pode gerar oportunidades aos produtores brasileiros, poderemos ter sobressaltos nos preços", acredita Motter.
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