Apesar de fundamentos fortes, soja tem pregão calmo na CBOT

Publicado em 09/06/2014 14:00

Os futuros da soja no mercado internacional ainda contam com um significativo suporte de seus fundamentos de oferta e demanda. De acordo com números divulgados nesta segunda-feira (9) pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os embarques de soja no acumulado do ano já somam mais de 42,2 milhões de toneladas frente à última estimativa do órgõ para as exportações em todo o ano comercial, que é de 43,5 milhões de toneladas. 

Segundo Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, esses números só confirmam e intensificam a força que os fundamentos ainda exercem sobre os negócios com a soja na Bolsa de Chicago. "O aperto no quadro da soja nos Estados Unidos está muito sério e os Estados Unidos irão estourar o projetado para as exportações esse ano, vendendo mais do que poderiam", diz. 

Paralelamente, foi divulgado, também nesta segunda, que as  importações de soja da China em maio somaram 5,97 milhões de toneladas e o volume ficou 8% abaixo das compras de maio, que foram de 6,5 milhões de toneladas. Ainda assim, o total do mês passado foi maior do que o registrado no mesmo mês do ano passado, quando foram importadas 5,098 milhões, um aumento de 17%. 

No acumulado do ano comercial, as importações chinesas já somam 45,432 milhões de toneladas. Somente em 2014 foram adquiridas 27,810 milhões de toneladas. A temporada se encerra em setembro e, para todo esse período, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estima que a demanda da nação asiática alcance as 69 milhões de toneladas. 

Ainda assim, nesse início de semana, o mercado internacional continua operando sem muita força. Na manhã desta segunda, os preços trabalhavam em campo misto, conseguiram retomar o fôlego e registrar boas altas no início do pregão regular, porém, logo voltaram a atuar dos dois lados da tabela. Por volta das 13h40 (horário de Brasília), todos os vencimentos mais negociados registravam pequenos ganhos - entre 2 e 4,75 pontos -, com exceção do contrato agosto, que recuava 1,25 ponto e valia US$ 13,99, já perdendo, portanto, o patamar dos US$ 14 por bushel. 

Apesar desses embarques elevados diante de uma severa escassez de produto no país, os investidores e participantes do mercado já conhecem o quadro, que há muito vem sendo precificado. Dessa forma e, na espera por novos relatórios do USDA que ainda serão divulgados ao longo dessa semana, eles se mostram mais avessos ao risco, buscando um melhor posicionamento antes da divulgação desses números. 

No final da tarde de hoje, após o fechamento do mercado, o USDA traz seu boletim de acompanhamento de safras com a atualização dos trabalhos de campo e condições das lavouras. Já na quarta-feira, será a vez do novo reporte mensal de oferta e demanda. Para alguns analistas, esse boletim poderá trazer um aperto ainda maior nos estoques dos EUA e aumentar as importações do país para que as contas fechem diante desse aquecido ritmo de vendas e embarques. 

As exportações norte-americanas, ou seja, o volume já comprometido da safra 2013/14, é de mais de 44, 5 milhões de toneladas, e, segundo analistas, o mercado continua com o papel de, por meio de preços mais altos, racionar uma demanda que não dá sinais consideráveis de desaquecimento ainda. Até mesmo as vendas da safra 2014/15 nos Estados Unidos estão aquecidas. 

Para o consultor da Brandalizze Consulting, a China tem comprado expressivamente, nas últimas semanas, soja da nova safra norte-americana por não acreditar em um recuo muito expressivo das cotações nas próximas semanas. Porém, o que limita o avanço dos preços de forma mais acentuada é a boa evolução do plantio nos Estados Unidos, as condições favoráveis de clima e a projeção ainda presente de uma colheita de mais de 98 milhões de toneladas. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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