Após sessão volátil, soja fecha a sexta-feira em alta na Bolsa de Chicago

Publicado em 08/08/2014 16:46 e atualizado em 08/08/2014 18:03

Nesta sexta-feira (8), após uma sessão bastante volátil, o mercado da soja conseguiu fechar a sessão regular em campo positivo na Bolsa de Chicago. Entre os principais vencimentos, os ganhos foram de 7 a 35 pontos, com o contrato novembro/14, o mais negociado até o momento e o de referência para a safra norte-americana, fechando em US$ 10,84 por bushel. 

A forte alta registrada na posição agosto/14 - de 34,75 pontos -, segundo explicou o analista de mercado da Granoeste Corretora, Camilo Motter, foi um movimento meramente técnico, uma vez que o vencimento encerra suas negociações no próximo dia 15. "Esse é um jogo meramente técnico entre os comprados e vendidos nessa posição. É uma luta para sair dessa posição", explica.

Além disso, porém, o curto prazo ainda conta com um suporte vindo da demanda. Nessa semana, o mercado contou com boas informações sobre o consumo mundial da commodity, principalmente da safra 2013/14. Nos Estados Unidos, o cenário é de estoques ajustados, pouca oferta disponível, porém, ainda assim, as vendas para exportações continuam acontecendo. 

Os últimos números de exportações norte-americanas trazidos pelo USDA nesta quinta-feira (7) mostraram que as vendas dos EUA seguem acontecendo de forma acelerada e já acumulam, na temporada 2013/14, mais de 46 milhões de toneladas, contra a última projeção do departamento de 44,09 milhões. Dessa forma, o vencimento setembro/14 fechou o dia subindo 14,50 pontos, cotado a US$ 11,13/bushel. 

Além disso, dados da Administração Geral de Alfândega da China mostraram que as compras chinesas de soja em julho subiram 17% frente ao mês anterior, totalizando 7,47 milhões de toneladas e excedendo a previsão oficial, de 5,87 milhões de t.

Nos últimos meses, o gigante asiático  vem adquirindo volumes recordes de soja e, segundo o CNGOIC (Centro Nacional de Informações sobre Grãos e Óleos da China), os estoques nacionais da oleaginosa importada atingiram 6,3 milhões de toneladas no início de agosto, registrando seu nível mais alto em 10 meses. Além disso, há informações, por outro lado, de que as margens de esmagamento no país devem apresentar uma melhora no terceiro trimestre do ano. 

Pressão no longo prazo

Embora os vencimentos mais distantes também tenham fechado em campo positivo, os ganhos nessas posições foram um pouco  mais tímidos, refletindo a limitação do avanço causada, principalmente, pelas boas condições de clima nos Estados Unidos. 

Até o momento, as principais regiões produtoras do Meio-Oeste norte-americano vêm registrando excelentes condições de clima, o que faz com que 71% das lavouras de soja dos EUA estejam em boas ou excelentes condições. Dessa forma, as expectativas de uma grande safra nos Estados Unidos vêm se intensificando com o passar dos dias. Além disso, as últimas previsões para as próximas semanas indicam que o tempo deve se manter bom, com chuvas dentro do normal para o período e temperaturas mais amenas, o que favorece o bom desenvolvimento das plantas. 

O que vem sendo detectado em alguns locais são pequenos bolsões onde o clima está mais seco e que poderia trazer algum stress para as plantações. Entretanto, até esse momento, esses bolsões não são tão expressivos, mas poderiam trazer alguma volatilidade ao mercado, segundo explicou Camilo Motter. 

No próximo dia 12, o USDA divulga seu novo boletim mensal de oferta e demanda e as atenções do mercado na próxima semana, portanto, deverão estar todas voltadas a esses números. As primeiras expectativas dos analistas de mercado é de que o número para a colheita dos EUA na temporada 2014/15 fique entre 102 e 104 milhões de toneladas - consultorias privadas já estimaram a safra em mais de 105 milhões - e os estoques finais superiores a 10 milhões de toneladas.

No link abaixo, veja a íntegra da entrevista de Camilo Motter:

>> Camilo Motter - Analista de Mercado da Granoeste Corretora

Veja como fechou o mercado de milho:

Milho: Em semana volátil, mercado acumula perdas de mais de 1,5%, já no Brasil preços estão estáveis

Por Fernanda Custódio

Mais uma semana de intensa volatilidade para os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Durante o pregão desta sexta-feira (8), as principais posições do cereal ampliaram as perdas e fecharam o dia com quedas entre 7,75 e 8,00 pontos. O vencimento setembro/14 era cotado a US$ 3,51 por bushel. Ao longo da semana, as cotações perderam, em média, entre 1,54% e 1,96%. 

Nas sessões de segunda e quarta-feira, os futuros do cereal exibiram ganhos frente às notícias vindas do lado demanda. A situação já tinha sido sinalizada por analistas, que ressaltaram que os preços mais baixos estimulam a demanda. Atualmente, as cotações operam próximas dos menores patamares dos últimos quatro anos e tem atraído a atenção dos investidores que acabam retornando à ponta compradora do mercado cada vez que é observada uma queda mais expressiva.

Apesar disso, as notícias de vendas do produto norte-americano não são suficientes para ocasionar uma modificação no quadro fundamental, que permanece negativo. A expectativa é que nesta safra, haja um aumento na produção de milho dos Estados Unidos e mundial, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e também das consultorias privadas, situação que tem pressionados os preços da commodity, que já recuaram em torno de 13% desde o início do ano.

Somente os produtores norte-americanos deverão colher em torno de 352,06 milhões de toneladas com o cereal na temporada 2014/15, de acordo com projeção do USDA. A situação é reflexo do que é visto nas lavouras do país. Até o momento, as plantações, em sua maioria, apresentam boas condições e o clima tem sido bem próximo do ideal. Recentemente, o tempo um pouco mais seco chegou a ser preocupação dos agricultores, mas a situação não durou muito tempo, uma vez que as previsões climáticas já indicaram o retorno das chuvas para o Meio-Oeste do país. 

Diante desse cenário, os analistas destacam que a tendência é que os preços trabalhem com volatilidade nos próximos pregões. Entretanto, caso haja a confirmação de uma safra recorde nos EUA, as cotações podem apresentar novas quedas. 

Novo relatório de oferta e demanda

O USDA irá reportar na próxima terça-feira, o novo boletim de oferta e demanda dos EUA e mundial. Segundo com analistas e traders consultados por agências internacionais, a safra norte-americana de milho poderá totalizar 361,69 milhões de toneladas na temporada 2014/15, volume acima do previsto pelo órgão. Já a produtividade é estimada em 179,92 sacas por hectare, na última previsão, o USDA divulgou número de 174,95 sacas por hectare.

Na visão dos analistas, caso o departamento reporte um aumento na produção do país, os preços do milho podem registrar nova queda no mercado internacional.

Produção da China

Frente à seca na planície norte da China, a produção de milho do país pode cair pela primeira vez em cinco anos, conforme informações da consultoria Shanghai JC Intelligence Co. e reportadas pela agência internacional de notícias Bloomberg. A expectativa é que o país colha em torno de 200 milhões de toneladas de milho, número abaixo do recorde obtido na safra anterior, de 203 milhões de toneladas.

Além disso, os preços do cereal estão mais altos no mercado interno chinês e a expectativa é que os produtores de rações busquem alternativas, como o trigo. "Fábricas de rações irão querer usar mais trigo como substituto para o milho mais caro", disse Zhang Zhixian, analista da Cngrain.com, em entrevista à Bloomberg. "Materiais importados são certamente mais baratos, mas aumentar as importações é uma decisão do Governo", completou.

Importações mais baratas 

O milho produzido nos EUA e enviado aos Portos do Leste da China sairia em torno de 1.775 yuans por tonelada, ou cerca de 65% do valor praticado no mercado interno chinês, conforme dados da Shanghai JC. Desde novembro, o país adotou uma postura mais rígida em relação ao produto norte-americano devido à variedade geneticamente modificada MIR 162, não aprovadas pelo Ministério de Agricultura chinês.

Mercado brasileiro

Durante a semana, as cotações do milho negociadas no mercado interno brasileiro permaneceram estáveis nas principais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas. Em Jataí (GO), a saca do cereal subiu para R$ 16,30, uma valorização de 1,56% e, em contrapartida, no Porto de Paranaguá, a saca recuou para R$ 24,00, uma queda de 2,04%.

Após os ganhos registrados na semana anterior em algumas praças, cenário decorrente do anúncio das operações de Pepro, os preços se mantiveram estáveis essa semana. A Portaria Interministerial número 798, foi publicada no Diário Oficial da União na última quarta-feira (6), e estabelece os parâmetros para os leilões de Pepro, porém, os produtores ainda aguardam os editais. Nesta quinta-feira, a assessoria de imprensa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) informou que aguarda um comunicado oficial do Mapa para a elaboração dos editais.

Enquanto isso, em São Gabriel do Oeste (MS), os preços do milho ainda não exibiram nenhuma valorização expressiva. A saca é cotada a R$ 16,00, mas as negociações permanecem lentas. E, de acordo com informações da Cooperoeste, os produtores esperam uma alta nos preços, para R$ 17,00 a R$ 17,50, para retornarem aos negócios.

A situação também se repete em Rondonópolis (MT), não houve alteração no cenário e as cotações giram em torno de R$ 15,00 a saca. Segundo informações da Diversa Corretora, os agricultores esperam um preço de R$ 17,00 ou R$ 18,00, que cobrem os custos de produção, para voltar a comercializar o produto.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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