Soja: Apesar de bons fundamentos de demanda, mercado realiza lucros e recua na CBOT

Publicado em 12/11/2014 12:34 e atualizado em 12/11/2014 13:48

O mercado internacional da soja reverteu o movimento de altas na Bolsa de Chicago e passou a recuar na sessão desta quarta-feira (12) e, por volta das 14h30 (horário de Brasília), os principais vencimentos perdiam entre 7,25 e 9,75 pontos.

Segundo explicam analistas, entre os fundamentos - principalmente os de demanda - não há mudanças ou fatos novos que exerçam uma pressão sobre as cotações, porém, diante dos melhores patamares de preços em três meses, os fundos de investimentos optam pela realização de lucros e deixaram parte de suas posições. 

Força da Demanda

Segundo analistas, o fator que vem liderando esse movimento positivo dos preços da soja em grão é o farelo que, nesta quarta, registrou a maior alta em cinco meses. As cotações do derivado também têm altas de dois dígitos e, no contrato dezembro, o preço passa de US$ 410,00 por tonelada curta. 

Para Steve Cachia, analista de mercado da Cerealpar, a falta de produto suficiente para atender uma demanda muito forte e aquecida e problemas na distribuição do produto nos Estados Unidos estão provocando esse rally nas cotações. 

"Estamos vendo uma demanda muito forte pela soja e também pelo farelo, que está sendo o líder desse rally que está sendo observado no complexo. Vemos alguns problemas de oferta de farelo nos EUA com a logística comprometida e também algumas previsões climáticas indicando que o hemisfério Norte vai passar por um dos invernos mais rigorosos e isso significa maior demanda para ração para o setor de proteína animal"

Paralelamente, se observa a possibilidade de uma exigência maior da oferta norte-americana à medida em que o atraso que tem sido observdo no plantio da nova safra do Brasil resulte em uma colheita um pouco mais tarde e, consequentemente, em uma chegada tardia da oferta brasileira ao mercado, o que também acaba sendo um fator positivo para os preços da soja em Chicago.  

A previsão da consultoria alemã Oil World é de que a colheita da soja no Brasil poderia atrasar, nesta temporada, de duas a três semanas, adiando o programa de exportações do Brasil para a segunda ou terceira semana de fevereiro. 

"As perspectivas de atraso na colheita brasileira deverão resultar em uma dependência mundial maior e mais extensa da soja norte-americana. Quantidades maiores da commodity dos EUA serão necessárias para satisfazer as necessidades chinesas de importações, além de volumes maiores de outros países, como as nações da União Europeia, por exemplo". 

No Brasil, os preços têm sido favorecido por esse rally de preços em Chicago e, ao mesmo tempo, pelos bons patamares observados na taxa de câmbio. Registrando o melhor momento da temporada, a soja com entrega para maio/15 no porto de Rio Grande alcança os R$ 66,00, para o produto disponível, esse preço sobe para R$ 67,00. Em Paranguá, os preços buscam superar os R$ 64,00/saca. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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