Soja tem pregão calmo em Chicago nesta 3ª feira e tenta se manter em campo positivo

Publicado em 18/11/2014 09:13

O mercado internacional da soja opera com estabilidade nesta terça-feira (18), buscando, mais uma vez, o campo positivo. Por volta das 10h (horário de Brasília), os principais vencimentos subiam pouco mais de 1 ponto e o vencimento maio/15, referência para a safra brasileira, era cotado a US$ 10,51 por bushel. 

Apesar de bons fundamentos de demanda que ainda oferecem uma sustentação aos preços, o mercado conta também com dados fortes de oferta, os quais exercem uma pressão, principalmente neste período de finalização da colheita nos Estados Unidos, sazonal sobre as cotações. 

O último boletim de acompanhamento de safras divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostrou que a colheita da soja avançou 4 pontos percentuais em uma semana, passando de 90 para 94% até o último domingo (16). O número ficou acima das expectativas, de 92%, porém, ligeiramente atrás da média dos últimos anos para esse período, que é de 96%.

Além disso, segundo explicam os analistas, o mercado tem se comportado ainda de forma bastante técnica ainda, principalmente por conta da presença acentuada dos fundos de investimento no mercado e, com isso, continuam testando e respeitando os patamares de suporte e resistência do mercado. 

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira (17):

Soja foca bons indicadores de demanda e fecha o dia com mais de 13 pts de alta

Nesta segunda-feira (17), o mercado da soja virou, voltou a subir e fechou com ganhos expressivos na Bolsa de Chicago. Os preços vinham desenhando um pregão bastante calmo, porém, bons indicadores da demanda divulgados ao longo do dia permitiram uma recuperação e um avanço das cotações, que encerraram o pregão com ganhos de dois dígitos. O contrato janeiro/15 recuperou seu patamar de suporte dos US$ 10,30 e fechou valendo US$ 10,36 por bushel, com alta de mais de 13 pontos. 

"O mercado da soja reverteu as baixas com uma demanda novinha em folha vinda da China, provendo aos altistas um novo estímulo para uma recuperação", disse o editor sênior do site Agriculture.com, Mike McGinnis, direto do Meio-Oeste americano. 

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou, nesta segunda, a venda de 111,095 mil toneladas de soja em grão para a China com embarque ainda na temporada 2014/15, fato que já foi muito bem recebido pelos investidores e que permitiu, ainda segundo analista, essa recuperação de parte das perdas registradas na sessão anterior.

Em seguida, o departamento agrícola norte-americano trouxe seu novo reporte semanal de embarques, ou inspeções para exportação, com números para a semana que terminou em 13 de novembro e os números da soja apresentaram uma grata surpresa ao mercado, ficando bem acima das expectativas dos traders ao somar mais de 3 milhões de toneladas. 

Os embarques semanais de soja somaram 3.113,311 milhões de toneladas contra 2.482,97 milhões da semana anterior. O número ficou bem acima das expectativas do mercado, que variavam entre 2,01 milhões a 2,29 milhões de toneladas. No ano passado, nesse mesmo período, os embarques somaram 2.389,886 milhões. 

No acumulado da temporada 2014/15, os EUA já embarcaram 16.690,762 milhões de toneladas, contra 14.165,565 milhões de toneladas do mesmo período do ano anterior. 

Ainda do lado da demanda, o mercado recebeu o boletim mensal da Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos Estados Unidos - NOPA - e o reporte também apresentou dados que superaram as expectativas para o processamento de soja no país em outubro. 

Os EUA processaram, no mês passado, 4,297 milhões de toneladas de soja, enquanto o mercado apostava em algo próximo de 4,08 milhões. Em setembro, o esmagamento ficou em 2,719 milhões de toneladas e, em outubro da temporada 2013/14, o número foi de 4,273 milhões.

Segundo analistas ouvidos pelo site especializado norte-americano Farm Futures, essa força do processamento de soja nos Estados Unidos foi reflexo de uma melhora significativa nas margens de esmagamento, frente a um rally de preços pelo qual passou o mercado do farelo nas últimas semanas. 

E foram essas informações, ainda segundo explicam analistas, que promoveram esse fechamento positivo para a soja no mercado futuro americano. Entretanto, os preços ainda podem sofrer uma pressão mais acentuada da oferta, principalmente com a colheita norte-americana já na sua fase final. 

Hoje, por volta das 19h (horário de Brasília), o USDA traz um novo relatório com o acompanhamento da safra 2014/15 dos EUA e, principalmente, a evolução da colheita no país. Para a soja, a expectativa do mercado é de que os trabalhos de campo já estejam concluídos em 92%, contra 90% apresentados na última semana. 

Além disso, o mercado também tem acompanhado a evolução da safra da América do Sul, que ainda conta com problemas de clima em algumas localidades, o que tem trazido bastante irregularidade. No Brasil, de acordo com o último levantamento feito pela AgRural, o plantio da soja avançou para 63% da área e reduziu o atraso em relação à temporada 2013/14. No mesmo período do ano passado, já havia 70% da área brasileira plantada. 

"Com previsão de chuvas durante a semana, os produtores do Centro-Oeste aceleraram para reduzir o atraso do plantio", disse a consultoria, em relatório.

De acordo com o boletim da Climatempo, a semana deverá ser de pouca chuva na região Sudeste e temperaturas em alta com o passar dos dias e baixos volumes previstos. No Centro-Oeste, a chuva volta para Mato Grosso do Sul somente a partir de quarta-feira. Porém, no período de 23 a 27 de novembro, o padrão de tempo se modifica. O ar seco ganha força sobre o Nordeste e a chuva aumenta no Sudeste.

Segundo Ênio Fernandes, consultor em agronegócio, o mercado está muito técnico na soja em Chicago e se mostra "refém do clima na América do Sul", e assim, qualquer problema que possa haver na safra brasileira  - a qual começou bastante irregular esse ano - poderia servir de força para a quebra de patamares de resistência.  

Nos portos brasileiros, a alta em Chicago e mais um avanço do dólar frente ao real resultaram em um leve ganho dos preços da soja no porto de Rio Grande, com produto disponível e com entrega para maio/15 fechando o dia a R$ 65,00, com altas respectivas de 1,56% e 0,78%. Já em Paranaguá, a soja futura recuou 1,55% e ficou em R$ 63,50. Por outro lado, os prêmios subiram ligeiramente e passaram a 82 centavos de dólar sobre o vencimento janeiro praticado em Chicago, 75 cents para março/15 e 50 para abril e maio/15. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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