Soja recua em Chicago, mas alta do dólar ameniza perdas e traz manutenção dos preços no Brasil

Publicado em 15/12/2014 16:48

O mercado internacional da soja ampliou suas perdas na sessão desta segunda-feira (15) e fechou em baixa na Bolsa de Chicago, com perdas de 9,75 a 10,50 pontos entre os principais vencimentos. Em contrapartida, o dólar terminou o dia com alta de mais de 1% frente ao real, o que trouxe estabilidade aos preços da soja no porto de Rio Grande e uma alta de mais de 1% para o produto futuro no porto de Paranaguá. 

Nesta segunda, a soja com entrega maio/15 terminou o dia negociada no terminal gaúcho a R$ 66,00 por saca, quando, durante o dia, chegou a bater nos R$ 67,00. Já o produto disponível ficou em R$ 68,00. No terminal paranaense, a soja da safra 2014/15 encerrou os negócios a R$ 65,70/saca. No interior do país, mais um dia de estabilidade para os preços da oleaginosa. 

Negócios - Segundo o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, a meta do produtor brasileiro nesse momento é de vender a soja da safra que está no campo hoje a R$ 70,00 no mercado de porto, que tem variado, nos últimos dias, entre R$ 64,00 e R$ 67,00 por saca. "Se o mercado não chega nos R$ 70, ele não vende. E os compradores estão aí para algo entre R$ 64,00 e R$ 66,50, e o mercado não deve fugir muito desse quadro", diz Brandalizze. "O produtor está tranquilo, não espera  grandes novidades para os próximos dias, o mercado está tranquilo, é de demanda, que vem sustentando esses níveis e, provavelmente, vai começar o próximo ano como está se configurando nessa segunda quinzena de dezembro", completa. 

CBOT - Na Bolsa de Chicago, os números do esmagamento de soja em novembro e os embarques semanais norte-americanos ligeiramente menor do que o esperado pesaram sobre as cotações, segundo explicaram analistas. No entanto, ainda de acordo com os especialistas, o mercado segue operando em um ritmo mais lento nesse final de ano e dentro do intervalo de preços de US$ 10,30 a US$ 10,70 por bushel entre as posições mais negociadas e deve se manter nesse quadro ao menos até o final de 2014, à espera de novas notícias que possam motivar uma oscilação mais expressiva das cotações. 

"Estamos chegando ao final do ano e esse é um período normal de desaceleração dos negócios, os grandes investidores começam a fazer suas contas, arriscam menos e estamos em um período de indefinição na América do Sul. Não há problemas, o quadro segue normal, não há a garantia de uma colheita, e ao mesmo tempo também não há indicativos de perdas por enquanto", explica o consultor sobre o andamento dos negócios na Bolsa de Chicago. 

Além disso, Brandalizze afirma ainda que o inverno bastante rigoroso também nos Estados Unidos desaceleram os negócios por parte dos produtores norte-americanos. 

Assim, Brandalizze acredita que, daqui até o final do ano, o mercado internacional da soja deverá estar atento, principalmente a duas notícias por semana: a dos embarques semanais norte-americanos, às segundas-feiras, e das vendas para exportação, às quintas-feiras, ambas divulgas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

Paralelamente, o desenvolvimento da safra sulamericana, principalmente no Brasil, também ganha cada vez mais peso entre os negócios e a atenção dos investidores. Como relata o produtor rural de Santa Teresa do Oeste/PR, Salvador Reis Neto, o sol forte e as chuvas ainda irregulares em sua região devem comprometer a produtividade da soja no oeste do estado. "As lavouras plantadas mais cedo estão abortando vagens, o crescimento das plantas está prejudicado e a produtividade ficará abaixo da média, com certeza", diz. 

Em Guaíra, no oeste do Paraná, segundo o presidente do Sindicato Rural do Município, Silvanir Rosset, com uma estiagem de mais de 30 dias, muitos produtores já têm buscado o auxílio do seguro agrícola e as perdas para a soja na região podem passar de 30%. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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