CBOT: Soja opera com estabilidade na manhã desta 5ª feira após altas consecutivas

Publicado em 18/06/2015 08:04

Após consecutivas e fortes altas, o mercado internacional da soja opera com estabilidade na Bolsa de Chicago na manhã desta quinta-feira (18). Por volta das 7h35 (horário de Brasília), os principais vencimentos perdiam entre 2,50 e 4,50 pontos, porém, com o novembro/15 ainda acima dos US$ 9,30 por bushel. 

Os negócios seguem focados no clima norte-americano e no excesso de chuvas no Meio-Oeste do país, no entanto, como explicam analistas, fez uma pausa para observar o cenário e entender quais serão os próximos movimentos do mercado e, principalmente, as novas previsões para os próximos dias. 

Pelo menos até a segunda-feira que vem, dia 22 de junho, as chuvas ainda devem ser intensas nas principais regiões produtoras dos EUA, comprometendo a evolução dos trabalhos de campo. 

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Soja: Em Chicago, preços fecham com altas de dois dígitos e novembro/15 acima de US$ 9,30

Campo alagado nos EUA - Foto: Farm Futures

Na sessão desta quarta-feira (16), na Bolsa de Chicago, o mercado fechou com fortes altas e ganhos de mais de 11 pontos entre os principais vencimentos. O contrato julho/15 fechou com US$ 9,69 por bushel, enquanto o novembro/15, referência para a safra norte-americana, encerrou o dia valendo US$ 9,39 e alta de 12,25 pontos. Durante todo o pregão os preços trabalharam com altas significativas e fecharam com as máximas de cinco semanas. 

O principal fator que tem estimulado essas fortes altas por duas sessões consecutivas, segundo explicam analistas, continua sendo o quadro climático no Meio-Oeste dos Estados Unidos marcado pelo excesso de chuvas.  Ao mesmo tempo, a atenção dos traders se volta para o atraso do plantio da nova safra americana, bem como para as perspectuivas de uma perda de produtividade por conta desse quadro. 

Nos últimos oito ou nove dias, de acordo com informações do site internacional Prairie Farmer, o centro-oeste americano já recebeu quase 180 mm de chuvas e a perspectiva é de que, até a próxima segunda-feira (22), os solos já estejam bem saturados. Para o final de semana, as previsões indicam que as chuvas devem se intensificar com  o avanço da tempestade tropical Bill.

Com essas projeções, as preocupações se voltam, portanto, para  a conclusão do plantio nos EUA, bem como com o futuro da área dessa nova temporada, como explica o analista de mercado e economista Camilo Motter, da Granoeste Corretora. Há ainda 13% da área para ser semeada e com as atuais condições climáticas já começa a haver uma preocupação se o recorde previsto para esta temporada será alcançado. 

"O mercado aguarda o novo relatório de área (que será divulgado no final deste mês) com bastante ansiedade. Temos ainda de uma a duas semanas para a conclusão do plantio. Se o clima ajudar e os trabalhos continuarem, o mercado pode virar, agora, se as chuvas continuarem, o mercado segue precificando e a área pode não ser o recorde esperado", afirma Motter. 

Além dos trabalhos de campo, as lavouras alagadas no Meio-Oeste dos EUA, segundo especialistas, correm o risco de perder produtividade e de algumas áreas necessitarem de replantio. Um levantamento do portal norte-americano Farm Futures estima que, com o atual quadro climático, o potencial de produtividade da soja em estados importantes já está ameaçado e assim, o rendimento poderia ser 1 bushel por acre menor no Nebraska, 6,3 bushel no Missouri, 0,7 bushel em Illinois e 0,5 em Ohio. Ao mesmo tempo, porém, há uma expectativa de aumento de 0,9 bushel por acre em Iowa e 1,6 em Indiana.  

Novas previsões divulgadas nesta quarta-feira indicam chuvas que podem variar, segundo informações do Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA, de 127 a 177 mm nos próximos sete dias  em partes do Meio-Oeste e no centro das Planícies. Já nos 6 a 10 dias seguintes, a previsão é de clima um pouco mais quente e seco. 

Chuvas para os próximos 7 dias nos EUA

Além do clima, movimentos técnicos e fatores do mercado financeiro também influenciaram os ganhos desta quarta. Os traders observam ainda o movimento de compra de posições por parte dos fundos de investimento e essas ações acabam atuando como um catalisador para o avanço das cotações. E o dólar mais fraco encoraja essas compras, segundo explicam analistas. 

A moeda americana, no Brasil, fechou em queda, cedendo mais de 1% para R$ 3,0579. O recuo foi motivado, principalmente, depois do comunicado do Federal Reserve - o Banco Central norte-americano - que indicou que as taxas de juros dos EUA devem permanecer inalteradas e trouxe ainda uma redução na projeão de seu crescimento. 

Mercado Interno

Com essa baixa do dólar, a influência das boas altas registradas em Chicago acabaram perdendo  força na formação dos preços no Brasil e o mercado registrou pouca oscilação nos portos.  Já no interior do país, as cotações ganharam um pouco mais de impulso e nas praças da região Sul, por exemplo, registraram ganhos de mais de 1%. 

Assim, em Rio Grande, a soja disponível fechou o dia com 0,29% de alta e R$ 68,90 por saca, enquanto o produto para maio do ano que vem subiu 0,27% para R$ 73,00. Em Paranaguá, a soja da safra 2014/15 mateve os R$ 69,00 e para a safra que vem, entrega em março/16, o último preço foi de R$ 72,00 e alta de 0,70%. O destaque entre os portos ficou para Santos, onde o preço da soja disponível avançou 2,66% para R$ 69,50. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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