Soja: Preços avançam nos portos e vão a R$ 83 no disponível em Rio Grande com suporte do dólar

Publicado em 10/09/2015 10:50

Às vésperas da chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o mercado internacional da soja caminha de lado nesta quinta-feira (10) e testando os dois lados da tabela na Bolsa de Chicago. Por volta das 12h40(horário de Brasília), as posições mais negociadas trabalhavam bem próximas da estabilidade, com pequenos ganhos de 1 a 2 pontos. Assim, o novembro/15, referência para a safra americana, valia US$ 8,76, enquanto o maio/16, indicativo para a safra do Brasil, vinha cotado a US$ 8,83 por bushel.

No Brasil, o dia é movimentado com uma nova disparada do dólar. A moeda norte-americana chegou a subir mais de 2% nesta quinta depois do rebaixamento da nota de crédito do país pela agência de classificação de risco Standard & Poor's. Com isso, a moeda já chegou a bater nos R$ 3,91 na sessão de hoje, porém, a alta foi perdendo força após um anúncio de leilão de dólares pelo Banco Central e, por volta de 12h55, era cotada a R$ 3,858. 

E assim, preços melhores foram registrados também no mercado interno. A soja disponível subia 1,34% no porto de Rio Grande, chegando a R$ 83,00 por saca, enquanto a futura apresentava um avanço de 1,36% para R$ 82,10. Já em Paranaguá, essas referências eram de R$ 80,00 e R$ 79,00 - com alta de 1,28% - respectivamente. 

Para o consultor de mercado Flávio França Jr., da França Junior Consultoria, os ganhos dos preços no mercado brasileiro podem testar novos topos diante dessa forte oscilação da taxa cambial, a qual ainda segue contando com uma incerta e preocupante cena política e econômica no país. 

"A pergunta central é se esse câmbio sobe um pouco mais", afirma França Jr. "Os preços desse momento estão próximos dos melhores do ano e esse é, sem dúvida nenhum, um bom momento de venda, não se pode dizer o contrário. Porém, ainda acredito que, seja no aspecto político ou econômico, as notícias ainda podem piorar. A impressão nítida que eu tenho é que ainda não chegamos no fundo do poço (...) Enquanto isso, não podemos descartar alguma alta adicional em relação aos níveis atuais", completa o consultor. 

Bolsa de Chicago

Ao contrário do que aconteceu no mês passado, as expectativas para o reporte do USDA que chega nesta sexta-feira, 11 de setembro, não mostram um indicativo comum, porém, há um predomínio de projeções que esperam números menores do que aqueles reportados em agosto, como explica o consultor. Porém, não se trata de uma unanimidade e o departamento norte-americano poderiam surpreender, mais uma vez, os investidores. 

Para França Jr., portanto, as informações que chegam no final desta semana serão importante direcionador para os negócios e devem contribuir para que o mercado tome um caminho mais definido e encontre um ponto de equilíbrio. 

Entretanto, também como explicou o consultor, não se pode ainda descartar a influência do financeiro e, nesta quinta, após dois dias consecutivos de ganhos, as ações asiáticas voltaram a recuar. Segundo especialistas, a baixa foi reflexo de um movimento de realização de lucros. Nesta quarta-feira (9), como noticiou a Reuters, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, assegurou aos mercados globais na quarta-feira que Pequim pode manter sua economia nos trilhos e os mercados acionários sob controle.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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