Soja opera com estabilidade na manhã desta 5ª e aguarda números de vendas dos EUA pelo USDA

Publicado em 28/07/2016 07:54

Na Bolsa de Chicago, as cotações da soja negociadas na manhã desta quinta-feira (28) atuavam, mais uma vez, em campo positivo e, por volta de 7h25 (horário de Brasília), subiam entre 3,25 e 3,75 nas posições mais negociadas. Com isso, o contrato agosto/16 - a primeira posição do momento - era cotado a US$ 10,13 por bushel, enquanto o novembro ainda valia US$ 9,87. 

Os futuros da oleaginosa, hoje, registram seu terceiro dia consecutivos de ganhos na CBOT, buscando consolidar sua recuperação após severos recuos registrados nos últimos dias. Ao mesmo tempo, no entanto, as mais novas previsões climáticas ajudam a manter o tom positivo das cotações no mercado futuro norte-americano. 

As próximas semanas deverão ser de altas temperaturas no Corn Belt, em um momento em que as lavouras entram em sua fase mais importante de desenvolvimento - a do enchimento de grãos - e onde começa a ser definida e consolidada sua produtividade. Por ora, as projeções para a nova safra dos EUA ainda são bastante fortes e indicam uma produção cheia nesta temporada. O clima no próximo mês, entretanto, deverá trazer volatilidade ao mercado internacional e exigirá ser acompanhado de perto, diariamente, segundo orientam analistas de mercado. 

Ainda nesta quinta-feira, chegam aos traders internacionais os novos números das vendas semanais para exportação norte-americanas, os quais deverão ser reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu reporte nesta manhã. As primeiras expectativas do mercado variam entre 250 mil e 450 mil toneladas da safra 2015/16 e mais algo entre 600 mi e 800 mil toneladas da 2016/2017. 

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:

Com demanda e nova onda de calor prevista para os EUA, soja fecha com alta de dois dígitos

Nesta quarta-feira (27), o mercado internacional da soja registrou sua segunda sessão consecutiva em campo positivo e encerrou o dia com altas de mais de 12 pontos entre os principais vencimentos negociados na Bolsa de Chicago. O agosto/16 recuperou boa parte das perdas dos últimos dias e terminou o pregão com US$ 10,10 por bushel, enquanto o novembro/16 foi a US$ 9,86. 

O foco principal do mercado futuro norte-americano permanece sobre o desenvolvimento da nova safra norte-americana e, principalmente, sobre as condições de clima nos Estados Unidos nesse momento. No entanto, as últimas previsões climáticas indicam a chegada, no início de agosto, de um novo sistema de alta pressão, o qual poderia elevar ainda mais as temperaturas no Corn Belt no mês chave para a cultura da soja no país. 

Entretanto, o peso dessas condições poderiam atuar de maneira limitada sobre o andamento dos preços, uma vez que dada as boas chuvas que chegam às regiões produtoras e que deverão continuar chegando, também de acordo com as mais recentes previsões para o Meio-Oeste americano.

"Os fundos especulam a possibilidade de uma nova onda de altas temperaturas para o Meio-Oeste. Assim, a pergunta que vale alguns milhões é se essas temperaturas, já no início de agosto, voltarão a ficar acima da média", explica Andrea Cordeiro, analista de mercado da Labhoro Corretora". 

E como explica o consultor Ênio Fernandes, o mercado internacional se atenta ainda não só a esse calor intenso na reta final do desenvolvimento da safra americana, mas também à uma possibilidade de antecipação das geadas nos EUA e das incertezas climáticas para a nova safra da América do Sul que já causam especulações entre os traders internacionais. No entanto, acredita ainda que uma safra norte-americana cheia já estaria precificada no intervalo de US$ 9,50 e US$ 10,00 por bushel em Chicago. 

Ainda nesta quarta-feira, o mercado internacional recebeu um novo anúncio de vendas dos EUA para a China, de 131 mil toneladas de soja em grãos com volumes das safras nova e velha, ajudando a renovar o fôlego das cotações nesta sessão. A oleaginosa norte-americana, afinal, se mostra mais competitiva neste momento, atraindo, naturalmente, mais demanda. 

Enquanto os prêmios pagos nos portos brasileiros ainda oscilam perto de US$ 2,00 por bushel acima das cotações praticadas em Chicago, no Golfo, essas referências variam de 78 a 97 centavos de dólar nas principais posições de entrega. 

Mercado Nacional

Em consequências das fortes altas em Chicago, os preços no Brasil subiram também e motivaram alguns novos negócios no Brasil nesta quarta-feira. No entanto, apesar do avanço, a recuperação ainda é insuficiente para devolver o ritmo normal do merdado nesse momento, como explica Camilo Motter, analista e economista da Granoeste Corretora de Cereais. 

"O produtor está capitalizado e ainda aposta no clima e no período de entressafra", explica o analista. E essa aposta se dá frente à demanda interna que é forte, com as indústrias locais ainda com a necessidade de buscarem matéria-prima em meio a um cenário de baixa disponibilidade de produto neste momento. 

Em Paranaguá, a soja disponível subiu 3,05% para R$ 84,50, enquanto em Rio Grande a alta foi de R$ 1,25% para R$ 81,00 por saca. No mercado futuro, a referência para o terminal paranaense foi a R$ 81,00, subindo 2,53%, enquanto no gaúcho o ganho foi de 0,64% para encerrar o dia com R$ 79,00. 

O Brasil possui apenas cerca de 15% da safra 2015/16 ainda para ser comercializada, com bons volumes já exportados - mais de 43 milhões de toneladas no acumulado de 2016 - e uma demanda interna aquecida. Para a safra nova, com aproximadamente 40% já comercializada, os negócios caminham de forma mais lenta, e os produtores aguardam por oportunidades mais favoráveis, ainda como explica o consultor. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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