Soja: Mercado em Chicago tem manhã de estabilidade nesta 3ª feira, mas mantém foco sobre os EUA

Publicado em 02/08/2016 07:54

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago, na manhã desta terça-feira (2), operavam com estabilidade após a despencada dea sessão anterior. Os principais vencimentos perdiam de 2,50 a 3,75 pontos, por volta das 7h30 (horário de Brasília), levando o contrato novembro, que é referência para a nova safra americana, a ser cotado a US$ 9,59 por bushel.

O mercado recebeu, no final da tarde desta segunda (1), após seu encerramento, os novos dados do boletim semanal de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que aumentou de 71% para 72% o índice de lavouras de soja do país em boas ou excelentes condições. O impacto, ao menos por ora, se mostra limitado sobre as cotações, uma vez que, como explicam os analistas, o mercado já teria precificado uma safra norte-americano grande e recorde. 

No entanto, a pressão sobre as cotações permanece já que as últimas previsões continuam indicando condições ainda bastante favoráveis para o desenvolvimento das lavouras americanas, o que já vem, inclusive, permitindo que consultorias privadas venham revisando para cima suas projeções para os índices de produtividade nos EUA, bem como seus números para a produção. 

Segundo explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o mercado climático deverá atuar ainda por, pelo menos, mais duas semanas sobre os negócios praticados na Bolsa de Chicago. Os fundos de investimento, que seguem atuando de forma expressiva sobre o mercado de commodities agrícolas, vêm no clima adequado um momento para liquidar parte de suas posições, pesando ainda mais sobre o mercado. 

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Soja perde quase 40 pontos em Chicago nesta 2ª feira e pesa sobre preços no Brasil

A semana começa com os preços da soja - tanto no disponível, quanto no mercado futuro - recuando de forma expressiva no Brasil. Nesta segunda-feira (1), após a despencada dos futuros da oleaginosa na Bolsa de Chicago, que encerraram o dia cedendo quase 40 pontos nos principais vencimentos, nos portos a queda das referências passou de 2%. 

A soja disponível perdeu, no porto de Rio Grande, 2,58% e fechou valendo R$ 79,40 por saca, enquanto no de Paranaguá foi a R$ 83,00, com queda de 2,35%. Para a oleaginosa da safra nova, o preço no terminal gaúcho caiu 2,50% para encerrar os negócios em R$ 78,00 e no paranaense, 3,66% para R$ 79,00 por saca. No interior do país, algumas praças - como Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, em Mato Grosso - cederam ainda mais e terminaram o dia perdendo mais de 4% nesta segunda-feira e deixando o patamar dos R$ 70,00 por saca. 

No link abaixo, confira as cotações completas desta segunda-feira:

>> MERCADO DA SOJA

Nem mesmo a alta ligeiramente mais forte do dólar neste início de semana foi capaz de trazer algum suporte aos negócios da soja no mercado nacional. A moeda norte-americana ainda sobe com dificuldade e não consegue alcançar o patamar dos R$ 3,30, limitando um avanço dos preços da soja brasileira. Os ganhos, segundo explicam analistas, se deram em função de uma mais latente aversão ao risco, puxando os investidores para ativos mais seguros, como a divisa. Entretanto, os ganhos parecem ainda não ser firmes o suficiente. 

Nesse quadro, os vendedores permanecem reticentes em voltar ao mercado e mantêm a comercialização travada no Brasil. Os patamares de preços seguem distantes dos melhroes momentos do ano, tanto para a soja da safra velha como da nova. A perspectiva, porém, com a chegada de agosto, é de uma melhora no ritmo dos negócios.

"Já dentro do período de entressafra, o mercado da soja deverá mostrar maior movimento junto às regiões produtoras e consumidoras no interior", explica Vlamir Brandalizze. "A demanda deve seguir em bom ritmo para o grão regionalizado - com cotações mais competitivas para o setor interno de farelo e óleo de soja - e com pouco movimento esperado para os portos - devido ao dólar mais barato, que dificulta as negociações", completa o consultor de mercado da Brandalizze Consulting. 

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja sentiram, mais uma vez, a pressão das condições favoráveis de clima para o desenvolvimento da safra 2016/17 e das previsões indicando a continuidade desse padrão nos próximos dias. Assim, as posições mais negociadas perderam entre 35 e 38 pontos, com o novembro/16, referência para a temporada americana, terminando o dia com US$ 9,65 por bushel. 

As últimas previsões climáticas indicam que as temperaturas continuam subindo no Corn Belt, porém, chuvas fortes se espalham por todo o cinturão produtivo norte-americano e reduzem as ameaças trazidas pelo calor intenso, segundo explicam analistas internacionais. Nos próximos sete dias, esse padrão continua e, portanto, ainda pressionando os preços. 

Chuvas previstas para os próximos 7 dias nos EUA - Fonte: NOAA

Chuvas previstas para os próximos 7 dias nos EUA - Fonte: NOAA

"Até agora, nada de ameaças climáticas na previsão. Sim, ficará mais quente, mas ainda com muita chuva, o que vai evitar o stress sobre as plantas. Estão todos falando sobre as excelentes condições da nova safra dos EUA, além dos recordes de produtividade", explica Jack Scoville, analista de mercado da Price Futures Group, em entrevista ao site Agriculture.com.

Na outra ponta do mercado, estão as informações de demanda, que são fortes, mas que assumiram um papel de coadjuvantes nesse momento de ápice do mercado climático norte-americano. Nesta segunda-feira, o USDA anunciou a venda de 391 mil toneladas de soja da safra 2016/17, confirmando esse bom momento, além de embarques semanais dentro das expectativas do mercado. 

Na semana encerrada em 28 de julho, os EUA embarcaram 671 mil toneladas de soja, enquanto o mercado apostava em algo entre 600 mil e 790 mil toneladas. Na semana anterior, esse volume veio ligeiramente maior, em 718,346 mil toneladas. No acumulado do ano comercial 2015/16, os embarques americanos já somam 46.635,984 milhões de toneladas, contra 48.856,544 milhões do mesmo período da temporada anterior. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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